A compreensão de quatro tecnologias e sua ordenação em um ranking facilitam a tomada de decisões nessa área
———————————————————————————————————–
Hoje, quando se pensa em transformação digital no Brasil – ou, de modo mais amplo, na quarta revolução industrial –, pensa-se em três tecnologias-chave, segundo Teco Sodré, da consultoria MuchMore: internet das coisas (para coletar dados), inteligência artificial (para analisar esses dados e agir rapidamente sobre eles) e blockchain (para que tudo possa funcionar de maneira mais veloz, descentralizada e confiável). Silvio Meira, sócio de Sodré na MuchMore, concorda com isso, mas prefere chamar a atenção para as APIs, que são a única forma de conectar tantas coisas de modo econômico–a sigla APIs é uma maneira de dizer que as empresas deixarão seu sistemas com interfaces abertas e programáveis por terceiros. Marcelo Tas, que estuda o mundo digital há décadas, concorda com Sodré e Meira, porém convida as empresas a abordar essas ferramentas com prioridades distintas: as tecnologias para coletar, armazenar e cruzar dados, gerando valor com eles, devem ficar em quinto lugar, em sua opinião; o quarto lugar cabe ao algoritmo – “é importante que as empresas desenvolvam seus próprios algoritmos”; em terceiro lugar, o machine learning, que é o algoritmo que vai aprendendo com a experiência dos dados; a segunda posição pode ser ocupada pelo blockchain, para que os dados sejam gerenciados com transparência, credibilidade e privacidade, como só um sistema descentralizado permite. E o que fica no topo do ranking de Marcelo Tas, do alto de sua experiência em mundo digital? Não é uma tecnologia, não, pode esquecer. É a conexão com o consumidor (e com seu respectivo problema). Como as empresas devem se apaixonar pelo problema a solucionar, e nunca por uma solução, a tecnologia nunca pode ser o item número 1, lembra ele.