O primeiro semestre de 2024 marcou bons índices que demonstraram uma retomada importante nas movimentações financeiras de pessoas físicas no Brasil. Passada uma ressaca pós-pandemia do mercado, já notamos indicadores positivos que dão um certo otimismo. O crédito imobiliário é sempre um bom balizador, e atualmente está com taxas de aprovação que apontam para os melhores momentos do setor desde a pandemia, com valores liberados na casa dos R$17 bilhões. Com um sinal verde no mundo das PFs, sabemos que o olhar agora muda em direção às PJs.
O cenário para as empresas não começou 2024 com uma fotografia das mais favoráveis, ainda com taxas de inadimplência altas (3,5% em dezembro de 2023), mas a construção dos últimos meses passou a dar indicativos de um aumento do apetite por crédito que, no segundo semestre, se soma também à alta do consumo das famílias — que consequentemente exige mais das empresas e coloca mais moeda para circular.
Não é novidade que o segundo semestre é o momento da esperança. Não existe mágica: o brasileiro passa quase cinco meses do ano pagando impostos, e o segundo semestre é o momento em que é possível colocar a cabeça para fora da água, respirar e realizar a vida financeira. No primeiro semestre se concentram gastos fixos de IPTU, IPVA, Imposto de Renda, escola, material escolar, e no segundo semestre tradicionalmente o brasileiro começa a fazer planos — e executá-los.
Se você faz e executa planos que envolvem finanças, você compra ou financia um carro, um apartamento, tira do papel uma viagem, uma reforma na casa, e tantas outras movimentações que envolvem gastos no âmbito pessoal, no outro lado, indústria e comércio são aquecidos. Some a isso um acúmulo de datas comemorativas e momentos relevantes do mercado como Dia das Crianças, Black Friday e festas de fim de ano, e ainda todas as obrigações financeiras por parte das empresas como 13º salário e pagamento de férias (que tradicionalmente aumentam no segundo semestre). O resultado é uma conta de ampliação da demanda e de gastos por parte das pessoas jurídicas.
Seja nas indústrias de bens, de serviços, seja no comércio, o segundo semestre sempre demanda uma preparação e estocagem para o aumento da demanda. E isso se torna ainda mais importante quando se enxerga um cenário de estabilização da situação financeira das pessoas físicas.
No mercado a atenção para as tendências aponta alguns sinais. Apesar do cenário do dólar ainda estar confuso, o governo brasileiro tem entregado crescimento do PIB e o mercado enxerga isso. A inflação parece domada, o ajuste fiscal está em pauta e a integridade fiscal está sob controle. Salvo fatores externos que não estão no mapa agora, não vejo situações que podem dificultar no curto e médio prazo a situação brasileira.
A pandemia passou, em 2023 já houve uma recuperação, e agora estamos vendo os bancos, principalmente em relação às empresas, surpreendendo com um aumento de agressividade, especialmente nos grandes clientes. Nos pequenos e médios negócios o mercado ainda parece tímido, mas é fato que os maiores bancos do Brasil voltaram a investir em equipes de venda para PJ.
Nesse cenário, o segundo semestre deve consolidar 2024 como um ano de retorno às modelagens conhecidas do mercado financeiro. A pandemia bagunçou os modelos, que são baseados nos negócios de PF, e agora essa situação parece estar contornada, com indicadores voltando ao ponto conhecido que, por consequência, favorecem a previsibilidade dos negócios de maior volumetria no mercado PJ.
O mercado está sendo empurrado a voltar a caminhar com os próprios pés, com menos linhas de subsídio. Até o BNDES está mais rigoroso. Com isso, a demanda por crédito para as empresas deve aumentar nos próximos meses, em um ritmo que retorna aos modelos pré-pandemia que já eram mais conhecidos. A ressaca acabou.
Diante desse contexto, fomentar a educação empreendedora torna-se imprescindível para o desenvolvimento de negócios de sucesso. O termo nada mais é do que um conjunto de práticas, métodos e habilidades que buscam desenvolver a capacidade empreendedora dos indivíduos. Esse conhecimento pode ser utilizado para criar e gerir novas empresas, inovar e liderar dentro de organizações existentes ou mesmo, para ser utilizado na vida além do universo corporativo, lidando de forma mais positiva diante das diversas situações que podem ocorrer.
No cenário profissional e de carreira, a educação empreendedora desempenha um papel crucial na construção e no sucesso de novos modelos de negócio, uma vez que busca estimular a criatividade, a visão estratégica e a capacidade de identificar oportunidades aos empreendedores, fornecendo habilidades e conhecimentos necessários. Nesse processo de aprendizagem, um dos aspectos mais importantes é a criação de uma mentalidade empreendedora, desenvolvendo profissionais focados em inovação, criatividade e resiliência.
O poder das mentorias
Como um dos pilares fundamentais da educação empreendedora no desenvolvimento de startups, as mentorias atuam de forma multifacetada, proporcionando aos empreendedores orientação, suporte e uma rede valiosa de contatos. Essa orientação estratégica acontece uma vez que os mentores apoiam no desenvolvimento e alinhamento dos planos de negócios, garantindo que sejam realistas e viáveis. Além disso, ajudam a definir uma visão clara e metas de longo prazo para a startup.
Com grande experiência e conhecimento de mercado, esses profissionais apontam tendências e analisam a concorrência, o que facilita na avaliação de oportunidades e ameaças no setor de mercado específico do negócio. Nesse ambiente de grandes incertezas, os benefícios dessa atuação incluem a redução de riscos associados à falta de experiência e informações por parte do empreendedor, além da identificação de novos nichos de mercado e do desenvolvimento de novas estratégias.
O acesso a redes de contatos também é facilitado com o apoio dos mentores, pois eles conectam os empreendedores a possíveis investidores, parceiros estratégicos, clientes e outros mentores. Em sua atuação, também oferecem acesso a eventos importantes do segmento de mercado que podem abrir portas para novas oportunidades. Esse networking facilita parcerias futuras, além de conexões que podem aumentar as chances de captação de recursos financeiros.
Cultura de Inovação
Por fim, é importante reforçar que a educação empreendedora não se limita a transmitir conhecimentos teóricos. Ela também incentiva o desenvolvimento de novos projetos e prepara os empreendedores para lidar com diversos desafios, seja por meio do aprimoramento de habilidades estratégicas, mentorias ou pelo acesso a networking, conexões, recursos e infraestrutura.
Fomentar a criação de um ambiente que incentiva a inovação e o empreendedorismo é um fator essencial na construção de startups bem-sucedidas. Consequentemente, esse conhecimento contribui não apenas para o sucesso desses negócios, mas no desenvolvimento econômico e social de todo o país.