Cultura organizacional

Todas as empresas deveriam ter um chief happiness officer?

Com o tema de saúde mental em alta, as organizações passaram a implantar o cargo de líder da felicidade, focado na sustentabilidade e integridade emocional, impactando positivamente nos negócios
Karina Stryjer é comercial corporate, psicóloga e líder de projetos de saúde emocional na Telavita.

Compartilhar:

A área de recursos humanos sempre abordou todas as temáticas direcionadas à gestão de pessoas dentro das empresas, uma jornada bem completa desde a entrada do colaborador, permanência e término do contrato. Esta área é de fundamental importância, pois olha de maneira estratégica e analítica sobre a longevidade do negócio através da sustentabilidade das relações e da saúde mental dos colaboradores.

No entanto, o tema de saúde emocional ganhou proporções maiores durante a pandemia e até hoje segue em destaque. Assim, profissionais que atuam como chief human resources officer, que corresponde a líder de recursos humanos, passaram a pensar de forma mais integrada sobre a questão biopsicossocial, que engloba as dimensões biológica, psicológica e social do indivíduo.

Essa questão foi melhor direcionada por empresas mais maduras. Grandes companhias, como Chilli Beans e Google, estão implantando o cargo de chief happiness officer (CHO), ou seja, líder da felicidade. Uma cadeira especialmente reservada para se pensar na alegria das pessoas dentro das organizações, que pode refletir um grande avanço no bem-estar integral.

O cargo chega como novidade, mas o assunto não é de hoje. Em 2003, a empresa dinamarquesa Woohoo Partnership criou uma metodologia para a satisfação do colaborador, o que deu origem ao chief happiness officer. No Brasil, nasceu também a especialização do Instituto Feliciência, que já capacitou 89 líderes no País desde o ano passado.

O papel principal do CHO estará focado na sustentabilidade e integridade emocional, de modo a manter a felicidade como um estado de satisfação, tanto dentro como fora da empresa, impactando positivamente nos negócios. Esses profissionais têm a missão de tornar a comunicação mais clara, direta e fluida, de modo a ser assertiva sem ser agressiva. Além de cultivar ações de engajamento para aprimorar relacionamentos interpessoais e, principalmente, preparar a liderança para novos tempos.

O escopo de trabalho deve ter foco no engajamento e nas relações de modo a impactar produtividade e clima, alto conhecimento sobre a mente humana e sobre as características psicodinâmicas e uma vontade intensa de combater a psicofobia, que é o medo exagerado e irracional da mente. Um time feliz e realizado pode ser bem mais assertivo em todos os projetos que conduz.

A felicidade no trabalho, nas relações e na vida é uma busca diária e um treino intenso, ligada ao propósito e ao bem-estar. É importante ter a saúde emocional como prioridade, independente com quem estamos e para onde vamos. Isso ajudará a encarar de frente vulnerabilidades sem medo do julgamento e a pedir ajuda quando for necessário. Felicidade é possível, dá trabalho e vale a pena!

Compartilhar:

Artigos relacionados

Organização

A difícil arte de premiar sem capitular

Desde Alfred Nobel, o ato de reconhecer os feitos dos seres humanos não é uma tarefa trivial, mas quando bem-feita costuma resultar em ganho reputacional para que premia e para quem é premiado

Empreendedorismo
Alinhando estratégia, cultura organizacional e gestão da demanda, a indústria farmacêutica pode superar desafios macroeconômicos e garantir crescimento sustentável.

Ricardo Borgatti

5 min de leitura
Empreendedorismo
A Geração Z não está apenas entrando no mercado de trabalho — está reescrevendo suas regras. Entre o choque de valores com lideranças tradicionais, a crise da saúde mental e a busca por propósito, as empresas enfrentam um desafio inédito: adaptar-se ou tornar-se irrelevantes.

Átila Persici

8 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A matemática, a gramática e a lógica sempre foram fundamentais para o desenvolvimento humano. Agora, diante da ascensão da IA, elas se tornam ainda mais cruciais—não apenas para criar a tecnologia, mas para compreendê-la, usá-la e garantir que ela impulsione a sociedade de forma equitativa.

Rodrigo Magnago

4 min de leitura
ESG
Compreenda como a parceria entre Livelo e Specialisterne está transformando o ambiente corporativo pela inovação e inclusão

Marcelo Vitoriano

4 min de leitura
Tecnologias exponenciais
O anúncio do Majorana 1, chip da Microsoft que promete resolver um dos maiores desafios do setor – a estabilidade dos qubits –, pode marcar o início de uma nova era. Se bem-sucedido, esse avanço pode destravar aplicações transformadoras em segurança digital, descoberta de medicamentos e otimização industrial. Mas será que estamos realmente próximos da disrupção ou a computação quântica seguirá sendo uma promessa distante?

Leandro Mattos

6 min de leitura
Tecnologias exponenciais
Entenda como a ReRe, ao investigar dados sobre resíduos sólidos e circularidade, enfrenta obstáculos diários no uso sustentável de IA, por isso está apostando em abordagens contraintuitivas e na validação rigorosa de hipóteses. A Inteligência Artificial promete transformar setores inteiros, mas sua aplicação em países em desenvolvimento enfrenta desafios estruturais profundos.

Rodrigo Magnago

4 min de leitura
Liderança
As tendências de liderança para 2025 exigem adaptação, inovação e um olhar humano. Em um cenário de transformação acelerada, líderes precisam equilibrar tecnologia e pessoas, promovendo colaboração, inclusão e resiliência para construir o futuro.

Maria Augusta Orofino

4 min de leitura
Finanças
Programas como Finep, Embrapii e a Plataforma Inovação para a Indústria demonstram como a captação de recursos não apenas viabiliza projetos, mas também estimula a colaboração interinstitucional, reduz riscos e fortalece o ecossistema de inovação. Esse modelo de cocriação, aliado ao suporte financeiro, acelera a transformação de ideias em soluções aplicáveis, promovendo um mercado mais dinâmico e competitivo.

Eline Casasola

4 min de leitura
Empreendedorismo
No mundo corporativo, insistir em abordagens tradicionais pode ser como buscar manualmente uma agulha no palheiro — ineficiente e lento. Mas e se, em vez de procurar, queimássemos o palheiro? Empresas como Slack e IBM mostraram que inovação exige romper com estruturas ultrapassadas e abraçar mudanças radicais.

Lilian Cruz

5 min de leitura
ESG
Conheça as 8 habilidades necessárias para que o profissional sênior esteja em consonância com o conceito de trabalhabilidade

Cris Sabbag

6 min de leitura