De acordo com [projeções da consultoria IDC](https://oglobo.globo.com/economia/tecnologia/idc-mais-da-metade-do-pib-da-america-latina-vira-de-investimentos-em-tecnologia-ate-2022-23547030), os investimentos em tecnologia e inovação vão representar mais de 50% do PIB da América Latina ao longo dos próximos três anos. De acordo com a consultoria, as empresas da região, capitaneada por Brasil e México, irão desembolsar até 2022 cerca de US$ 380 bilhões para se firmarem na economia digital.
Esses números nos mostram que os projetos e iniciativas de transformação digital devem caminhar a passos largos nos próximos anos, com as empresas potencializando seu foco em aprimorar a experiência do cliente, cada vez mais conectado, exigente e em busca de conforto e conveniência. Não se trata só de seguir tendências ou estar na vanguarda, mas sim de sobrevivência. Para estar em dia com as novas demandas do cliente, as empresas terão que investir para melhorar seus processos de vendas, design de produto, cadeia de suprimentos, gerenciamento de recursos humanos, entre outras funções principais.
Nuvem, _big data,_ inteligência artificial, internet das coisas, automação, _design thinking_… Diversas tecnologias estão à disposição do mercado num mundo em que as transformações são constantes. Ainda assim, são muitos os casos mal sucedidos de transformação digital e muitas queixas de que os investimentos não trouxeram o retorno esperado.
Onde afinal as empresas estão errando?
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Mas se novas tecnologias não param de chegar e ser incorporadas pelo mercado, por que tantos projetos de transformação digital fracassam ou ficam aquém do desejado? [Uma pesquisa realizada com 1,4 mil executivos C-level](http://2019brazilsurvey.wiprodigital.com/) sinaliza que o primeiro ponto para responder a essa questão passa por uma resposta simples: transformação digital não se faz só com aquisição de tecnologia. Muitas empresas superestimaram determinadas tecnologias sem considerar o choque que causariam nas pessoas, o impacto nos colaboradores em diversos níveis.
Human centric design é chave para sucesso
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Os projetos de transformação digital que colocam as pessoas no centro das decisões têm mais chance de êxito do que aqueles que olham apenas para a adoção da tecnologia. Diversas companhias optaram por trocar colaboradores que pareciam pouco adaptados ou familiarizados com as demandas de transformação digital em vez de se preocuparem em investir em educação, treinamento e capacitação para criar um ambiente favorável à inovação. A rotatividade de colaboradores foi altíssima nos últimos anos, em diversos níveis executivos e gerenciais. Muitas empresas não levaram em conta que qualquer processo, por mais automatizado que seja, sempre envolverá pessoas, portanto elas devem ser trabalhadas como pilar fundamental da transformação digital, e não apenas substituídas, pois assim o problema seguirá sem uma solução eficaz.
Transformação cultural é parte da digital
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Especialmente em empresas tradicionais, deve ser feito um trabalho intenso de conscientização quanto às necessidades da transformação digital, no sentido de tornar a cultura corporativa mais ágil e dinâmica. Por isso não adianta apenas contratar funcionários arrojados e inovadores sem que a cultura da empresa se transforme como um todo. Conflitos internos causados por culturas diferentes podem levar ao fracasso muitas das iniciativas de transformação digital que no papel pareciam tão prósperas.
Não há fórmula mágica, a solução tem que ser construída continuamente. E essa transformação cultural precisa ser capitaneada pelos líderes dentro das corporações. Só com o esforço e o engajamento dos líderes essa nova cultura poderá ser disseminada pela empresa até que seja incorporada naturalmente. “Do digital” é diferente de “Be digital”. Para ser digital, sua empresa terá que ir além da simples adoção de novas tecnologias. O caminho é trabalhoso, mas certamente trará benefícios.
Em resumo, o fenômeno da transformação digital é irreversível na nova economia. Reveja suas iniciativas anteriores, aprenda com seus erros e acertos e planeje essa nova onda com solidez e foco em suas necessidades de negócio.