Na tarde do último sábado de abril, participei, ao lado de outros colegas de imprensa, de um treinamento vivencial que o Parque Estadual de Vila Velha, em Ponta Grossa (PR), passou a oferecer recentemente a empresas. A concessionária do parque, a Soul Vila Velha – do grupo Soul Parques – fez uma parceria com a Niké Gestão Humanista a fim de oferecer as atrações do local como palco para as vivências.
A proposta é internalizar aprendizados enquanto a equipe participa de aventuras e atividades como tirolesa, arvorismo e kyudo (o arco e flecha japonês), entre outras. O foco do aprendizado pode ser liderança, criatividade, superação, engajamento, trabalho em equipe, planejamento, resiliência etc. O treinamento é customizado para atender às necessidades da empresa contratante. Também é possível mapear habilidades e comportamentos de cada pessoa do time para que o gestor saiba qual é a posição ou cargo em que cada um se sairia melhor, aumentando assim a produtividade e os resultados corporativos.
“Os treinamentos objetivam fazer as pessoas viverem, na prática, conceitos de gestão e liderança, passando por desafios que exigirão planejamento, adaptabilidade e gestão de riscos”, diz a psicóloga Andressa Tavares Bach, da Niké. Durante as atividades, os participantes são orientados a refletirem sobre suas rotinas e desafios diários. “Além de ser um momento integrativo, em que os profissionais fortalecem os laços de confiança, o aprendizado dos temas trabalhados é maior. Afinal, aprendemos mais por meio de experiências memoráveis”, explica Bach.
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## Alguns destaques naturais
O Parque Estadual de Vila Velha é a principal atração turística de Ponta Grossa. A cerca de cem quilômetros de Curitiba, ele se caracteriza pelas formações rochosas que lembram torres, muros e castelos de uma cidade medieval em ruínas (daí o seu nome).
Em meio a esses arenitos de 300 milhões de anos, alguns com 30 metros de altura, o treinamento é, no mínimo, inesquecível. As atividades acontecem em vários cantos do parque e exigem planejamento e trabalho colaborativo. Também merece destaque a área que abriga as furnas, cavernas verticais com farta vegetação em seus paredões. Uma delas, formada há mais de 400 milhões de anos, tem 100 metros de profundidade.
É por cima de uma dessas furnas que a tirolesa corre, ao longo de um percurso de 200 metros. Não longe dali está o circuito de arvorismo, com extensão de 120 metros em meio às copas de araucárias. Passar por essas provas leva a pessoa a testar seus limites e a exercitar o autoconhecimento.
Leandro Ribas, gestor da Soul Vila Velha, diz que se trata de um produto inovador. “Com os princípios da biomimética, esses treinamentos desenvolvem habilidades profissionais e comportamentais em todos os integrantes das equipes.”
Com orgulho, ele conta que o Parque Vila Velha é a primeira unidade de conservação do país a abrir espaço para a prática corporativa. Ribas salienta que todos ganham: o parque, as empresas prestadoras de serviços, toda a economia da região e, em especial, as pessoas que passam pelo treinamento, assim como suas respectivas empresas.
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## Minha experiência pessoal
“O treinamento é para o crescimento individual de vocês”, avisou a assessora de imprensa da Soul, Sumi Costa, aos jornalistas convidados logo no início da jornada. De fato, minhas fraquezas e fortalezas vieram à tona, enquanto parecia que estava brincando como criança. Ficou claro para mim que meus pontos fortes são a confiança e o planejamento e que tenho um ponto (muito) fraco: a ansiedade.
Durante o treinamento, a primeira etapa era de planejamento e adaptabilidade. Participei de um desafio, ao estilo de caça ao tesouro, recheado de enigmas a serem desvendados pela extensão do longo caminho dos arenitos. Eram duas equipes, cada uma traçando uma estratégia de planejamento diferente para encontrar os “insumos” a partir de uma série de dicas.
Dali, fomos a uma cachoeira com acesso restrito, inacessível aos visitantes do parque. Essa etapa era de gestão de riscos. Cada equipe se dividiu em dois grupos: um ia se molhar e o outro, não. Só havia essa informação. Parecia que o primeiro grupo teria uma aventura mais instigante, dentro da cachoeira. Era onde eu queria estar, mas abri mão para dar lugar a outra integrante da minha equipe.
A atividade para quem não ia se molhar se mostrou desafiadora: de olhos vendados, segui por um caminho em declive orientada somente pela voz de uma colega. Não podíamos nos tocar. Ao final, nos encontramos com um grupo que teve que atravessar o espaço atrás da queda d’água carregando grandes balões de ar sem deixar estourar.
Por fim, seguimos para a região das furnas, onde ocorreu a terceira etapa, a de mindset de crescimento. Todos puderam rapidamente aprender como atirar uma flecha no alvo, com os rápidos ensinamentos do instrutor, um mestre em arqueria.
Na sequência, entre arvorismo e tirolesa, fiquei com o segundo. Sou daquelas que vão a Orlando com foco principal nas montanhas-russas mais impressionantes, e não ia perder a oportunidade de percorrer toda a extensa abertura daquela impressionante furna. A sensação é inesquecível! Com a adrenalina a pino, então, os times se dedicaram pacientemente a montar um pequeno quebra-cabeça.
De bônus, pudemos assistir à dança dos andorinhões no ar sobre as furnas. Monogâmicos, esses pássaros passam o dia com seus respectivos afazeres e, antes da noite cair, voltam em bandos, voando em círculos, cada um procurando o seu par. Ao se encontrarem, voam juntos para dentro da furna, onde ficam os seus ninhos.
Já era noite quando o treinamento-aventura terminou. Dali partimos. Eu trouxe, na bagagem, vários aprendizados, algumas experiências difíceis de esquecer e novas amizades. Bastante coisa para somente uma tarde no parque!
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