Uncategorized

Troque o sonho pelo objetivo

As mídias sociais banalizaram a ideia do sonhador como sinônimo de empreendedor; isso é um erro
É fundador do meuaio.com, um “YouTube corporativo”, e criador do Vida de Startup, um blog de educação empreendedora.

Compartilhar:

Eu sou uma pessoa bastante criativa. Sou formado em comunicação social. Atuei bons anos em importantes agências digitais do mercado. Desde 2009, lido intensamente com startups, outro universo de criatividade extrema. Com meu histórico de trabalho com design e UX [experiência de usuário, na sigla em inglês], áreas de maior reconhecimento de minha carreira até aqui, rapidamente posso ser considerado um sonhador. Mas não sou um sonhador. Como empreendo, seja paralelamente, seja como atividade principal, desde os 14 anos de idade, a necessidade de sobreviver sempre foi maior que a de manter o rótulo de “sonhador”. Sou sempre chamado de empreendedor. 

Se sou contra sonhar? Não, muito pelo contrário. Acompanho avidamente a opinião de vários estudiosos sobre o real sentido dos sonhos. Não é o significado que aparece em frases do Facebook, como “Viva seus sonhos”, “Persiga seus sonhos”, “Não ouça a opinião dos outros sobre seus sonhos”, “Não permita que os outros o impeçam de sonhar” etc. Nossos sonhos não têm nada a ver com essas frases. Segundo [o professor de psiquiatria] Robert Stickgold e seu time de pesquisadores de Harvard, eles são essenciais, isto sim, para realizar nossos objetivos. Servem como um recurso do cérebro para, processadas as informações do dia que se passou, encontrar soluções, saídas, ideias para resolver os impedimentos que porventura não tenham sido vencidos nesse mesmo dia. 

Na prática, isso significa que as pessoas que sonham são, em média, dez vezes mais capazes de encontrar novas saídas para um problema que aquelas que não dormiram (e, portanto, não sonharam). Esse é o poder do sonho. 

Por isso, em minhas lições de empreendedorismo, sempre incluo dormir bem todos os dias para ter bons sonhos (tente fazer isso sem Rivotril, o.k.?). 

Agora, o sonho não é nem deve ser o ponto alto de um empreendedor em si. Ele é apenas um coadjuvante (importante) na busca de seus objetivos. É nesse tipo de sonho que eu acredito. Quanto ao outro sonho, o comentado nas redes sociais, eu o chamo de objetivo. Troque a palavra “sonho” por “objetivo” você também. O dia a dia nos ensina que viver sonhando é viver uma vida sem realizações concretas. Por sua vez, determinar objetivos exige de nós destrinchá-los em tarefas, metas, prazos.  

Não se inspire em imagens fofinhas do Facebook; aja como os esportistas, treinando duro para alcançar seu objetivo. Monte uma planilha de práticas, horários e alimentação, mantenha a disciplina, enfrente o sofrimento, as dores e o cansaço. Quando o foco está em algo concreto, nada demove a pessoa de alcançá-lo. E não se deixe enganar pelo calendário: todo dia é dia de definir objetivos, não só segunda-feira ou começo de ano.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Inovação e comunidades na presença digital

A creators economy deixou de ser tendência para se tornar estratégia: autenticidade, constância e inovação são os pilares que conectam marcas, líderes e comunidades em um mercado digital cada vez mais colaborativo.

Bem-estar & saúde, Liderança
5 de dezembro de 2025
Em um mundo exausto, emoção deixa de ser fragilidade e se torna vantagem competitiva: até 2027, lideranças que integram sensibilidade, análise e coragem serão as que sustentam confiança, inovação e resultados.

Lisia Prado - Consultora e sócia da House of Feelings

5 minutos min de leitura
Finanças
4 de dezembro de 2025

Antonio de Pádua Parente Filho - Diretor Jurídico, Compliance, Risco e Operações no Braza Bank S.A.

3 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Marketing & growth
3 de dezembro de 2025
A creators economy deixou de ser tendência para se tornar estratégia: autenticidade, constância e inovação são os pilares que conectam marcas, líderes e comunidades em um mercado digital cada vez mais colaborativo.

Gabriel Andrade - Aluno da Anhembi Morumbi e integrante do LAB Jornalismo e Fernanda Iarossi - Professora da Universidade Anhembi Morumbi e Mestre em Comunicação Midiática pela Unesp

3 minutos min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial
2 de dezembro de 2025
Modelos generativos são eficazes apenas quando aplicados a demandas claramente estruturadas.

Diego Nogare - Executive Consultant in AI & ML

4 minutos min de leitura
Estratégia
1º de dezembro de 2025
Em ambientes complexos, planos lineares não bastam. O Estuarine Mapping propõe uma abordagem adaptativa para avaliar a viabilidade de mudanças, substituindo o “wishful thinking” por estratégias ancoradas em energia, tempo e contexto.

Manoel Pimentel - Chief Scientific Officer na The Cynefin Co. Brazil

10 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Liderança
29 de novembro de 2025
Por trás das negociações brilhantes e decisões estratégicas, Suits revela algo essencial: liderança é feita de pessoas - com virtudes, vulnerabilidades e escolhas que moldam não só organizações, mas relações de confiança.

Lilian Cruz - Fundadora da Zero Gravity Thinking

3 minutos min de leitura
Estratégia, Marketing & growth
28 de novembro de 2025
De um caos no trânsito na Filadélfia à consolidação como código cultural no Brasil, a Black Friday evoluiu de liquidação para estratégia, transformando descontos em inteligência de precificação e redefinindo a relação entre consumo, margem e reputação

Alexandre Costa - Fundador do grupo Attitude Pricing (Comunidade Brasileira de Profissionais de Pricing)

4 minutos min de leitura
Inovação & estratégia
27 de novembro de 2025
A pergunta “O que você vai ser quando crescer?” parece ingênua, mas carrega uma armadilha: a ilusão de que há um único futuro esperando por nós. Essa mesma armadilha ronda o setor automotivo. Afinal, que futuros essa indústria, uma das mais maduras do mundo, está disposta a imaginar para si?

Marcello Bressan, PhD, futurista, professor e pesquisador do NIX - Laboratório de Design de Narrativas, Imaginação e Experiências do CESAR

4 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde, Liderança
26 de novembro de 2025
Parar para refletir e agir são forças complementares, não conflitantes

Jose Augusto Moura - CEO da brsa

3 minutos min de leitura
Marketing & growth
25 de novembro de 2025

Rafael Silva - Head de Parcerias e Alianças na Lecom Tecnologia

4 minutos min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança