Dossiê HSM

Um cargo para chamar de seu

Diversidade de nomenclatura para cargos da área tecnológica espelha sua complexidade
Sandra Regina da Silva é colaboradora de HSM Management.

Compartilhar:

Há tudo, menos clareza na nomenclatura de cargos e funções na área de tecnologia dentro das organizações. A diferenciação em “chief xxxx officers” não é mais unanimidade, já que no princípio cabia ao CIO (com I de “information”) cuidar da área.

“Hoje, o CIO está sendo transformado em CDO (D de digital), porque se demanda uma visão mais abrangente de negócio, de dados e de entrega de valor”, explica Patrícia Prado, ela mesma uma CDO que atua de forma consultiva. Para ela, o CDO é o braço direito do CEO na estratégia digital. “Há no mercado o discurso de que o CIO de hoje será o CEO de amanhã”, por se tratar de um profissional capaz de olhar para o todo. Prado conceituou as siglas e responsabilidades dos cargos de liderança mais comuns no mercado de tecnologia.

– __CIO (chief information officer)__ é o profissional da sustentação, confere se o que o CTO traz de novidade e de tendência se sustenta na realidade da empresa.
– __CTO (chief technology officer)__ é o que tem perfil de arquiteto. Escolhe tecnologias, analisa a profundidade de integração e busca alternativas para que a aceleração digital aconteça.
– __CDO (chief digital officer)__ é quem mistura a visão ampla do negócio com a estratégia da transformação.
– __CDAO (chief data and analytics officer) ou CAO (chief analytics officer)__ é o estrategista de dados e análises avançadas. Deve ser o elo entre a estratégia e a execução nos times de tecnologia e nas áreas de negócios. Tem perfil de base estatística e analítica, ou seja, deve ser um especialista em dados.

Seja qual for a posição, espera-se que pessoas líderes dessas áreas tenham profunda relação com a inovação e uma visão que vai além da parte técnica da tecnologia. “É preciso abertura para pensar, mudar e agir rapidamente”, explica Prado. Para isso, algumas soft skills são relevantes: muita criatividade e comunicação para expressar o que se deseja e entender o que precisa ser realizado. “Não existe mais a gestão comando e controle. Não funciona. Para ter argumentos, tem que ter habilidade de comunicação.”

Independentemente da sigla, o C-level precisa, na essência, tomar decisões rápidas. “A era digital trouxe essa necessidade, por isso a metodologia ágil transcendeu a área de negócio para conseguir trazer maior cadência e velocidade para as atividades”, conclui Prado.

__Leia mais: [Tecnologia, a força motriz do espírito do tempo](https://www.revistahsm.com.br/post/tecnologia-a-forca-motriz-do-espirito-do-tempo)__

Compartilhar:

Artigos relacionados

DNA corporativo: impacto do sistema familiar nos negócios

A história familiar molda silenciosamente as decisões dos líderes, influenciando desde a comunicação até a gestão de conflitos. Reconhecer esses padrões é essencial para criar lideranças mais conscientes e organizações mais saudáveis.

Finanças
Com projeções de US$ 525 bilhões até 2030, a Creator Economy busca superar desafios como dependência de algoritmos e desigualdade na monetização, adotando ferramentas financeiras e estratégias inovadoras.

Paulo Robilloti

6 min de leitura
Tecnologias exponenciais
No SXSW 2025, a robótica ganhou destaque como tecnologia transformadora, com aplicações que vão da saúde e criatividade à exploração espacial, mas ainda enfrenta desafios de escalabilidade e adaptação ao mundo real.

Renate Fuchs

6 min de leitura
Inovação
No SXSW 2025, Flavio Pripas, General Partner da Staged Ventures, reflete sobre IA como ferramenta para conexões humanas, inovação responsável e um futuro de abundância tecnológica.

Flávio Pripas

5 min de leitura
Empreendedorismo
Em um mundo de incertezas, os conselhos de administração precisam ser estratégicos, transparentes e ágeis, atuando em parceria com CEOs para enfrentar desafios como ESG, governança de dados e dilemas éticos da IA

Sérgio Simões

6 min de leitura
Liderança
A Inteligência Artificial está transformando o mercado de trabalho, mas em vez de substituir humanos, deve ser vista como uma aliada que amplia competências e libera tempo para atividades criativas e estratégicas, valorizando a inteligência única do ser humano.

Jussara Dutra

4 min de leitura
Gestão de Pessoas
A história familiar molda silenciosamente as decisões dos líderes, influenciando desde a comunicação até a gestão de conflitos. Reconhecer esses padrões é essencial para criar lideranças mais conscientes e organizações mais saudáveis.

Vanda Lohn

5 min de leitura
Empreendedorismo
Afinal, o SXSW é um evento de quem vai, mas também de quem se permite aprender com ele de qualquer lugar do mundo – e, mais importante, transformar esses insights em ações que realmente façam sentido aqui no Brasil.

Dilma Campos

6 min de leitura
Gestão de Pessoas
O aprendizado está mudando, e a forma de reconhecer habilidades também! Micro-credenciais, certificados e badges digitais ajudam a validar competências de forma flexível e alinhada às demandas do mercado. Mas qual a diferença entre eles e como podem impulsionar carreiras e instituições de ensino?

Carolina Ferrés

9 min de leitura
Inovação
O papel do design nem sempre recebe o mérito necessário. Há ainda quem pense que se trata de uma área do conhecimento que é complexa em termos estéticos, mas esse pensamento acaba perdendo a riqueza de detalhes que é compreender as capacidades cognoscíveis que nós possuímos.

Rafael Ferrari

8 min de leitura
Inovação
Depois de quatro dias de evento, Rafael Ferrari, colunista e correspondente nos trouxe suas reflexões sobre o evento. O que esperar dos próximos dias?

Rafael Ferrari

12 min de leitura