Desenvolvimento pessoal

Um líder para a transformação

Cada vez mais empresas estão criando o papel de Chief Transformation Officer, dedicado a impulsionar a mudança organizacional a fim de gerar oportunidades de crescimento. As condições que demandam esse tipo de liderança e suas características estão em artigo publicado por pesquisadores da IMD Business School, de Lausanne, na Suíça.

Compartilhar:

*Conheça as principais tarefas e o desafios do novo cargo que algumas companhias estão criando em suas diretorias, em artigo do IMD*

Você já ouviu falar em Chief Transformation Officer? Com o papel de impulsionar a mudança organizacional a fim de gerar oportunidade novas de crescimento, esse é um cargo cada vez mais comum em diretorias de empresas de todo o mundo.
O relato é Michael R. Wade, professor de Inovação, Estratégia e Transformação Digital da IMD Business School, com base em dados do Global Center for Digital Business Transformation, uma parceria do próprio IMD com a Cisco.
Ele explica que a essa liderança não pode ser confundida com a de um diretor de Tecnologia, por exemplo. Sua responsabilidade é mais ampla e inclui “vender” novas ideias, liderar iniciativas de crescimento e facilitar o gerenciamento de mudanças.

O interesse crescente por esses profissionais se deve ao ritmo acelerado da disrupção digital nos mais diversos setores de atividade. De acordo com o levantamento do Global Center for Digital Business Transformation mais de 75% dos executivos acreditam atualmente que o impacto da disrupção em seus mercados é significativo ou transformador, na comparação com apenas 27% em 2015.
Segundo o professor, essa liderança dedicada à transformação é particularmente efetiva no contexto de médias e grandes empresas, como gerador de sinergia.
Essas organizações enfrentam atualmente dois desafios. Em primeiro lugar, estão sobrecarregadas com estruturas de custos e cadeias de valor de uma época anterior, e que as impedem de competir da forma mais eficiente. Além disso, o ambiente organizacional pode, mesmo não intencionalmente, ser prejudicial aos programas de transformação.

“É aí que esse gestor, como gerador de sinergias, pode ser fundamental”, escreve Wade em seu artigo. Ele pode utilizar recursos organizacionais tradicionais – como pessoas, dados e infraestrutura – e fazer com operem para além das fronteiras de suas áreas, com base em modelo de rede.

__OITO TAREFAS PRINCIPAIS__
Para que o trabalho do Chief Transformation Officer seja bem-sucedido na missão de mobilizar recursos e possibilitar conexões, ele ou ela deve estar preparado para facilitar ou supervisionar diretamente as tarefas a seguir, que surgiram no âmbito da pesquisa após entrevistas com mais de mil profissionais envolvidos com jornadas de transformação em suas organizações.

__1. Mapeamento da jornada do consumidor__
É preciso compreender o impacto da jornada do cliente, por meio de mapeamento e análise. A ideia é se conectar melhor ao consumidor e fazer com que a jornada deles seja mais suave.

__2. Desenvolvimento de modelo de negócios__
Nesse caso, o objetivo é obter informações sobre as expectativas dos clientes e pelo que eles estão dispostos a pagar. Para isso, é importante contar com uma base sólida de inteligência competitiva, incluindo a forma pela qual concorrentes disruptivos estão criando valor para seus clientes.

__3. Arquitetura do negócio__
Outra tarefa essencial é mapear os nós e as conexões da empresa, ou seja, seus recursos e seus relacionamentos. Com uma visão geral a respeito de papel dos profissionais e das equipes, o CTO deve ser capaz de orquestrar melhor os recursos necessários quando mudanças se fizerem necessárias.

__4. Avaliação de capacidade__
O próximo passo é avaliar a disponibilidade e a prontidão de recursos dentro da organização, pois isso possibilitará a identificação de lacunas de capacidade com a devida antecedência. E assim será mais fácil priorizar investimentos.

__5. Comunicação e treinamento__
Uma boa narrativa é decisiva. Assim, o gestor dedicado à transformação deve desenvolves e disseminar uma comunicação que mostre por que a empresa precisa mudar, complementada por treinamentos em todos os níveis da organização.

__6. Plataformas de conhecimento__
Um ingrediente importante da jornada de transformação é a criação de plataformas que possibilitem a coordenação de dados, com protocolos e tecnologias que funcionem em harmonia com os diferentes produtos e serviços da empresa.

__7. Financiamento interno__
O especialista recomenda que o CTO assuma o papel de “capitalista de risco interno”, criando um fundo que promova resultados que possam ir além das fronteiras entre as áreas. Ele menciona uma observação de Frederic Herren, da SGS, um fornecedor global de testes: “Ninguém escuta um centro de custo. Você precisa ter meios financeiros para ser um parceiro de negócios atraente.”

__8. Modelo de trabalho ágil__
Com o objetivo de acelerar a transformação da empresa, o CTO deve promover a incorporação de forma ágeis de trabalho. Estimular a experimentação e o aprendizado, incorporando essas práticas à cultura da empresa é um passo fundamenta.

Por fim, o professor do IMD destaca: “Se sua organização nomeou recentemente um CTO, trabalhe para criar um forte relacionamento entre essa função e a divisão e os líderes das áreas, incluindo os setores financeiro e operacionais. O objetivo de uma transformação bem-sucedida é mobilizar a organização para criar resultados em várias frentes, e fazer isso continuamente”.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Inovação e comunidades na presença digital

A creators economy deixou de ser tendência para se tornar estratégia: autenticidade, constância e inovação são os pilares que conectam marcas, líderes e comunidades em um mercado digital cada vez mais colaborativo.

Bem-estar & saúde, Liderança
5 de dezembro de 2025
Em um mundo exausto, emoção deixa de ser fragilidade e se torna vantagem competitiva: até 2027, lideranças que integram sensibilidade, análise e coragem serão as que sustentam confiança, inovação e resultados.

Lisia Prado - Consultora e sócia da House of Feelings

5 minutos min de leitura
Finanças
4 de dezembro de 2025

Antonio de Pádua Parente Filho - Diretor Jurídico, Compliance, Risco e Operações no Braza Bank S.A.

3 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Marketing & growth
3 de dezembro de 2025
A creators economy deixou de ser tendência para se tornar estratégia: autenticidade, constância e inovação são os pilares que conectam marcas, líderes e comunidades em um mercado digital cada vez mais colaborativo.

Gabriel Andrade - Aluno da Anhembi Morumbi e integrante do LAB Jornalismo e Fernanda Iarossi - Professora da Universidade Anhembi Morumbi e Mestre em Comunicação Midiática pela Unesp

3 minutos min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial
2 de dezembro de 2025
Modelos generativos são eficazes apenas quando aplicados a demandas claramente estruturadas.

Diego Nogare - Executive Consultant in AI & ML

4 minutos min de leitura
Estratégia
1º de dezembro de 2025
Em ambientes complexos, planos lineares não bastam. O Estuarine Mapping propõe uma abordagem adaptativa para avaliar a viabilidade de mudanças, substituindo o “wishful thinking” por estratégias ancoradas em energia, tempo e contexto.

Manoel Pimentel - Chief Scientific Officer na The Cynefin Co. Brazil

10 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Liderança
29 de novembro de 2025
Por trás das negociações brilhantes e decisões estratégicas, Suits revela algo essencial: liderança é feita de pessoas - com virtudes, vulnerabilidades e escolhas que moldam não só organizações, mas relações de confiança.

Lilian Cruz - Fundadora da Zero Gravity Thinking

3 minutos min de leitura
Estratégia, Marketing & growth
28 de novembro de 2025
De um caos no trânsito na Filadélfia à consolidação como código cultural no Brasil, a Black Friday evoluiu de liquidação para estratégia, transformando descontos em inteligência de precificação e redefinindo a relação entre consumo, margem e reputação

Alexandre Costa - Fundador do grupo Attitude Pricing (Comunidade Brasileira de Profissionais de Pricing)

4 minutos min de leitura
Inovação & estratégia
27 de novembro de 2025
A pergunta “O que você vai ser quando crescer?” parece ingênua, mas carrega uma armadilha: a ilusão de que há um único futuro esperando por nós. Essa mesma armadilha ronda o setor automotivo. Afinal, que futuros essa indústria, uma das mais maduras do mundo, está disposta a imaginar para si?

Marcello Bressan, PhD, futurista, professor e pesquisador do NIX - Laboratório de Design de Narrativas, Imaginação e Experiências do CESAR

4 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde, Liderança
26 de novembro de 2025
Parar para refletir e agir são forças complementares, não conflitantes

Jose Augusto Moura - CEO da brsa

3 minutos min de leitura
Marketing & growth
25 de novembro de 2025

Rafael Silva - Head de Parcerias e Alianças na Lecom Tecnologia

4 minutos min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança