Uncategorized

Um novo documento garante transparência nas decisões do board

Como acontece na companhia de seguros holandesa Aegon, os conselhos de administração devem passar a publicar uma Declaração de Públicos Significativos e Questões Relevantes, identificando com clareza seus stakeholders
Robert G. Eccles é professor de práticas gerenciais da Harvard Business School, e Tim Youmans, pesquisador da mesma instituição.

Compartilhar:

Muitos executivos ao redor do mundo acreditam que o conselho de administração da empresa tem como missão primordial proteger os interesses dos acionistas, que devem ser colocados acima de quaisquer outros. Essa visão, no entanto, é ideológica; raramente traduz algo que está na legislação dos diferentes países. Como entidade com personalidade jurídica própria, uma empresa tem dois objetivos fundamentais: sobreviver e prosperar. 

O valor a ser gerado para o acionista não é um objetivo essencial de nenhuma organização, e sim o resultado de suas atividades. Com isso, ainda que façam valer seus interesses no board, os acionistas constituem apenas um dos públicos que devem ser levados em conta nas tomadas de decisão. 

Os demais são os chamados stakeholders, ou grupos de interesse, que incluem funcionários, clientes, fornecedores e entidades da sociedade civil. Por conta disso, sugerimos que as empresas passem a publicar anualmente um documento que intitulamos “Declaração de Públicos Significativos e Questões Relevantes”, a fim de identificar com clareza seus grupos de interesse. 

O documento deve ser curto (uma página, por exemplo) e permitir que a direção da organização torne transparente quais questões são relevantes para quais grupos e em que intervalo de tempo. Por exemplo: se a empresa decide que o único público significativo é o dos acionistas de curto prazo, então as questões relevantes são aquelas que afetam os resultados financeiros de curto prazo. 

Em contrapartida, se a direção determina que o grupo importante para a organização é o formado pelos funcionários, isso tem como consequência a eventual redução de dividendos antes de se aprovarem demissões em massa. Diante da demanda crescente pela responsabilidade social da empresa e pelo foco no desempenho não financeiro, conselhos de administração e executivos têm razões de sobra para pensar em um documento como o proposto.  

A companhia de seguros holandesa Aegon já faz isso, explicitando cinco questões financeiras e não financeiras e mostrando que elas afetam seus diversos grupos de interesse. Esse tipo de declaração anual é uma forma clara e forte de a direção da empresa articular o papel da organização na sociedade, com base em sua missão primordial de cuidar da prosperidade dos negócios.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Imaginar como ato de reinvenção  

A pergunta “O que você vai ser quando crescer?” parece ingênua, mas carrega uma armadilha: a ilusão de que há um único futuro esperando por nós. Essa mesma armadilha ronda o setor automotivo. Afinal, que futuros essa indústria, uma das mais maduras do mundo, está disposta a imaginar para si?

Inovação
25 de agosto de 2025
A importância de entender como o design estratégico, apoiado por políticas públicas e gestão moderna, impulsiona o valor real das empresas e a competitividade de nações como China e Brasil.

Rodrigo Magnago

9 min de leitura
Cultura organizacional, ESG, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
25 de agosto de 2025
Assédio é sintoma. Cultura é causa. Como ambientes de trabalho ainda normalizam comportamentos abusivos - e por que RHs, líderes e áreas jurídicas precisam deixar a neutralidade de lado e assumir o papel de agentes de transformação. Respeito não pode ser negociável!

Viviane Gago, Facilitadora em desenvolvimento humano

5 minutos min de leitura
Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho, Estratégia, Inovação & estratégia, Tecnologia e inovação
22 de agosto de 2025
Em tempos de alta complexidade, líderes precisam de mais do que planos lineares - precisam de mapas adaptativos. Conheça o framework AIMS, ferramenta prática para navegar ambientes incertos e promover mudanças sustentáveis sem sufocar a emergência dos sistemas humanos.

Manoel Pimentel - Chief Scientific Officer na The Cynefin Co. Brazil

8 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Finanças, Marketing & growth
21 de agosto de 2025
Em tempos de tarifas, volta de impostos e tensão global, marcas que traduzem o cenário com clareza e reforçam sua presença local saem na frente na disputa pela confiança do consumidor.

Carolina Fernandes, CEO do hub Cubo Comunicação e host do podcast A Tecla SAP do Marketês

4 minutos min de leitura
Uncategorized, Empreendedorismo, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
20 de agosto de 2025
A Geração Z está redefinindo o que significa trabalhar e empreender. Por isso é importante refletir sobre como propósito, impacto social e autonomia estão moldando novas trajetórias profissionais - e por que entender esse movimento é essencial para quem quer acompanhar o futuro do trabalho.

Ana Fontes

4 minutos min de leitura
Inteligência artificial e gestão, Transformação Digital, Cultura organizacional, Inovação & estratégia
18 de agosto de 2025
O futuro chegou - e está sendo conversado. Como a conversa, uma das tecnologias mais antigas da humanidade, está se reinventando como interface inteligente, inclusiva e estratégica. Enquanto algumas marcas ainda decidem se vão aderir, os consumidores já estão falando. Literalmente.

Bruno Pedra, Gerente de estratégia de marca na Blip

3 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Estratégia, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
15 de agosto de 2025
Relatórios de tendências ajudam, mas não explicam tudo. Por exemplo, quando o assunto é comportamento jovem, não dá pra confiar só em categorias genéricas - como “Geração Z”. Por isso, vale refletir sobre como o fetiche geracional pode distorcer decisões estratégicas - e por que entender contextos reais é o que realmente gera valor.

Carol Zatorre, sócia e CO-CEO da Kyvo. Antropóloga e coordenadora regional do Epic Latin America

4 minutos min de leitura
Liderança, Bem-estar & saúde, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
14 de agosto de 2025
Como a prática da meditação transformou minha forma de viver e liderar

Por José Augusto Moura, CEO da brsa

5 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
14 de agosto de 2025
Ainda estamos contratando pessoas com deficiência da mesma forma que há décadas - e isso precisa mudar. Inclusão começa no processo seletivo, e ignorar essa etapa é excluir talentos. Ações afirmativas e comunicação acessível podem transformar sua empresa em um espaço realmente inclusivo.

Por Carolina Ignarra, CEO da Talento Incluir e Larissa Alves, Coordenadora de Empregabilidade da Talento Incluir

5 minutos min de leitura
Saúde mental, Gestão de pessoas, Estratégia
13 de agosto de 2025
Lideranças que ainda tratam o tema como secundário estão perdendo talentos, produtividade e reputação.

Tatiana Pimenta, CEO da Vittude

2 minutos min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança