Uncategorized

Um novo jurídico em construção

Foi gestor de departamentos jurídicos de grandes companhias e hoje é sócio do escritório Feiteiro & Araújo Advogados, com clientes principalmente nos segmentos de petróleo e gás, construção civil e laboratorial. Ganhou o prêmio “Restructuring Deal of the Year”, entregue pela revista Latin Finance, como in-house counsellor do Grupo Lupatech

Compartilhar:

Vivemos a transformação como uma constante. A maior parte dos gestores de empresas já entendeu o novo momento e se adaptou, mas alguns, como os advogados, resistem. Seguem encaixando as situações em formatos jurídicos preestabelecidos, como aprenderam na faculdade, procurando a saída menos arriscada em vez de buscar novas saídas, numa postura reativa. 

Reagir, no entanto, não funciona mais, pois os negócios não se baseiam mais no que deu certo no passado, e sim no que vai dar certo no futuro. O profissional que trabalha só olhando para trás, não tem quase nada a oferecer. Em qualquer área. E, para os advogados empresariais, não pode ser diferente. 

Por isso, começa a surgir, de modo ainda discreto, uma nova forma de atuação dos advogados, mais proativa. Duas mudanças, aqui ilustradas com exemplos, têm se mostrado essenciais:

**1.** Não esperar ter segurança para tomar decisões. O exemplo do home office para funcionários é emblemático. A reforma trabalhista, em vigor desde o fim de 2017, formalizou o instituto e a possibilidade de seu uso, mas deixou lacunas importantes (como o que pode ser considerado acidente de trabalho nesse caso). 

O advogado tradicional aconselhará a empresa a aguardar o posicionamento dos tribunais a respeito antes de implementar, ainda que isso signifique um prejuízo. Um advogado com a nova postura recomenda que a empresa parta para a ação – com cenários antevistos e espaço para correções de rota. 

**2.** Entender que advocacia empresarial se faz respirando a cultura, conhecendo as pessoas e os detalhes operacionais das empresas, e não de dentro do escritório.Veja a situação vivida por um de meus clientes, que tinha um problema seríssimo com seu passivo trabalhista. A primeira coisa que fizemos foi pegar o time de advogados incumbido da missão e colocá-lo por 15 dias dentro da operação da empresa.Nenhum escritório anterior havia feito isso: os advogados que nos precederam estavam preocupados com a consequência (o processo judicial) e não com a raiz do problema (a operação da empresa). Quando vivenciamos a situação, pudemos construir,  com os gestores, formas inovadoras de atacar a questão: fizemos levantamentos estatísticos para derrubar algumas alegações, convidamos os juízes a conhecerem a operação da empresa, gravamos vídeos, cruzamos informações de processos relacionados etc.O resultado foi impressionante: redução de R$ 50 milhões dos passivos trabalhistas, aumento de 200% no número de processos ganhos e retorno de R$ 2 milhões em caixa para a companhia.Fez toda a diferença estar presente, olhar nos olhos e ouvir as pessoas de diferentes áreas. E aprendemos, inclusive, que o uso da equipe multidisciplinar na elaboração da solução também é fundamental para os problemas jurídicos na dinâmica empresarial de hoje. 

Quem costuma fazer advocacia empresarial no ar-condicionado deve repensar seus paradigmas. Nossa área é cada vez menos uma atividade meio e cada vez mais comprometida com os resultados do negócio (sendo cobrada por eles). Um dia, seremos vistos pelos empresários e executivos do C-level como estratégicos para o avanço do business – e não mais como um “mal necessário”. Vale a reflexão!

Compartilhar:

Artigos relacionados

Liderança na gestão do mundo híbrido

Este modelo que nasceu da necessidade na pandemia agora impulsiona o engajamento, reduz custos e redefine a gestão. Para líderes, o desafio é alinhar flexibilidade, cultura organizacional e performance em um mercado cada vez mais dinâmico.

Data economy: Como a inteligência estratégica redefine a competitividade no século XXI

Na era digital, os dados emergem como o ativo mais estratégico, capaz de direcionar decisões, impulsionar inovações e assegurar vantagem competitiva. Transformar esse vasto volume de informações em valor concreto exige infraestrutura robusta, segurança aprimorada e governança ética, elementos essenciais para fortalecer a confiança e a sustentabilidade nos negócios.

China

O Legado do Progresso

A celebração dos 120 anos de Deng Xiaoping destaca como suas reformas revolucionaram a China, transformando-a em uma potência global e marcando uma era de crescimento econômico, inovação e avanços sociais sem precedentes.

Calendário

Não, o ano ainda não acabou!

Em meio à letargia de fim de ano, um chamado à consciência: os últimos dias de 2024 são uma oportunidade valiosa de ressignificar trajetórias e construir propósito.

Uncategorized
Apesar de ser uma ferramenta essencial para o desenvolvimento de colaboradores, o Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) vem sendo negligenciado por empresas no Brasil. Pesquisa da Mereo mostra que apenas 60% das companhias avaliadas possuem PDIs cadastrados, com queda no engajamento de 2022 para 2023.

Ivan Cruz

4 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A inteligência artificial (IA) está revolucionando o mundo dos negócios, mas seu avanço rápido exige uma discussão sobre regulamentação. Enquanto a Europa avança com regras para garantir benefícios éticos, os EUA priorizam a liberdade econômica. No Brasil, startups e empresas se mobilizam para aproveitar as vantagens competitivas da IA, mas aguardam um marco legal claro.

Edmee Moreira

4 min de leitura
ESG
A gestão de riscos psicossociais ganha espaço nos conselhos, impulsionada por perdas estimadas em US$ 3 trilhões ao ano. No Brasil, a atualização da NR1 exige que empresas avaliem e gerenciem sistematicamente esses riscos. Essa mudança reflete o reconhecimento de que funcionários saudáveis são mais produtivos, com estudos mostrando retornos de até R$ 4 para cada R$ 1 investido

Ana Carolina Peuker

4 min de leitura
Gestão de Pessoas
Conheça o conceito de Inteligência Cultural e compreenda os três pilares que vão te ajudar a trazer clareza e compreensão para sua comunicação interpessoal (e talvez internacional)

Angelina Bejgrowicz

4 min de leitura
Liderança
Entenda como construir um ambiente organizacional que prioriza segurança psicológica, engajamento e o desenvolvimento genuíno das equipes.

Athila Machado

6 min de leitura
Empreendedorismo
Após a pandemia, a Geração Z que ingressa no mercado de trabalho aderiu ao movimento do "quiet quitting", realizando apenas o mínimo necessário em seus empregos por falta de satisfação. Pesquisa da Mckinsey mostra que 25% da Geração Z se sentiram mais ansiosos no trabalho, quase o dobro das gerações anteriores. Ambientes tóxicos, falta de reconhecimento e não se sentirem valorizados são alguns dos principais motivos.

Samir Iásbeck

4 min de leitura
Empreendedorismo
Otimizar processos para gerar empregos de melhor qualidade e remuneração, desenvolver produtos e serviços acessíveis para a população de baixa renda e investir em tecnologias disruptivas que possibilitem a criação de novos modelos de negócios inclusivos são peças-chave nessa remontagem da sociedade no mundo

Hilton Menezes

4 min de leitura
Finanças
Em um mercado cada vez mais competitivo, a inovação se destaca como fator crucial para o crescimento empresarial. Porém, transformar ideias inovadoras em realidade requer compreender as principais fontes de fomento disponíveis no Brasil, como BNDES, FINEP e Embrapii, além de adotar uma abordagem estratégica na elaboração de projetos robustos.

Eline Casalosa

4 min de leitura
Empreendedorismo
A importância de uma cultura organizacional forte para atingir uma transformação de visão e valores reais dentro de uma empresa

Renata Baccarat

4 min de leitura
Tecnologias exponenciais
Em meio aos mitos sobre IA no RH, empresas que proíbem seu uso enfrentam um paradoxo: funcionários já utilizam ferramentas como ChatGPT por conta própria. Casos práticos mostram que, quando bem implementada, a tecnologia revoluciona desde o onboarding até a gestão de performance.

Harold Schultz

3 min de leitura