Comunidades: HR4T – HR For Tomorrow

Um olhar atento entre saúde mental, trabalho e o papel de recursos humanos

Desde já, estamos combinados: está tudo bem não estar bem! Mas é dever do RH suportar as pessoas e as organizações a encontrarem caminhos para sair da crise
É executiva de gente, gestão e experiência do cliente no Digio, bantech do Banco do Brasil e do Bradesco no lado A. Também é mentora, palestrante, coach, conselheira, professora de MBA e escritora. Seu propósito é desenvolver pessoas e empresas para que realizem ao máximo seu potencial e deixem a maior contribuição com a humanidade possível.

Compartilhar:

Diante das atuais transformações no mundo, tornou-se essencial aprofundar o debate sobre a relação entre trabalho e saúde mental. Durante o isolamento social provocado pela covid-19, para muitas pessoas, o trabalho se tornou ainda mais importante para a construção da identidade e desenvolvimento pessoal. Mas quando o ambiente de trabalho é desfavorável, a relação entre trabalho e identidade deve ser avaliada com atenção e os cuidados com os colaboradores precisam ser redobrados.

## A dor
Nós estamos acostumados a manter um certo distanciamento entre os temas de trabalho e saúde mental, todavia, a pandemia e o enfraquecimento da relação de todos nós com o mundo exterior, ampliou o peso do mundo do trabalho na busca do equilíbrio e da satisfação em nossas vidas.

E assim, as situações que podem contribuir para o adoecimento das pessoas, foram potencializadas: carga horária excessiva, baixa valorização, falta de perspectivas, condições laborais inadequadas (ambientes pouco apropriados para o trabalho – escassez de recursos, ergonomia, ruídos etc.), assédio moral e/ou sexual, discriminação, dentre outras, das muitas mapeadas pela medicina do trabalho.

Identificar, reduzir e, em alguns casos, eliminar tais situações estressoras passou a ser mandatório, bem como capacitar os profissionais para gerir e reduzir o próprio estresse.

## O tratamento
Para promover um ambiente saudável, é necessário primeiro entender as relações de trabalho estabelecidas e traçar estratégias para a criação de um ambiente acolhedor, com equipes e gestores capazes de identificar os aspectos relacionados ao sofrimento do colaborador, levando em consideração a vivência no trabalho, em suas múltiplas facetas, além de saber como conduzir e ajudar um indivíduo que precisa de apoio e direcionamento.

Entendo, ainda, que a área de recursos humanos precisa se posicionar de forma efetiva como agente interno multiplicador de informações sobre saúde mental, conquistando aliados – principalmente entre os gestores – e combatendo os preconceitos ainda existentes sobre o tema. Assim, a empresa deve colocar em prática o entendimento de que as pessoas são suscetíveis a problemas que acontecem diariamente, especialmente em situações de crise, e que “está tudo bem não estar bem”.

E dado que o mundo está voltado às conexões, com marcas, empresas e pessoas, é essencial que o canal de comunicação com os colaboradores esteja sempre aberto, de forma a auxiliar a equipe na prevenção e na resolução de problemas. Todos os membros da empresa devem ver o RH como um porto seguro, um lugar onde podem se apoiar e expressar os seus sentimentos.

Desta forma, o RH pode, e deve, proporcionar um ambiente mais favorável para a produtividade e bem-estar de todos, com ações que podem ser estabelecidas no dia a dia, a partir da escuta atenta e desenvolvimento de uma liderança mais humanizada, acessível, também vulnerável e que constrói junto uma relação de confiança com seu time.
Compartilho algumas sugestões do que as áreas de recursos humanos podem implementar nas organizações:

– Atividades que potencializam o bem-estar: coffee-breaks virtuais (devido ao distanciamento social em voga em muitas empresas), promoções de programas de saúde integrada, valorização da vida além do trabalho, aulas de ioga ou mindfulness, acompanhamento psicológico por meio de terapia on-line.
– Adequação da estrutura organizacional, a partir dos papéis e responsabilidades e revisão das atividades, reequilibrando a carga de trabalho, reconhecendo o valor agregado e esclarecendo as perspectivas.
– Investimento no local de trabalho em “home office” e orientação dos colaboradores para a promoção de um ambiente físico saudável.
– Desenvolvimento contínuo de todos para a construção do ambiente psicologicamente saudável que todos merecemos.
– Incentivo ao diálogo sobre saúde mental, de modo a quebrar estigmas, estereótipos e preconceitos dos colaboradores. Esses fatores muitas vezes impedem as pessoas de compartilharem seus problemas com familiares, colegas ou gestores, ou, ainda, fazem com que elas não procurem auxílio especializado para um tratamento adequado, em caso de sofrimento psíquico ou emocional.

## Um convite
Por que não dar um passo a mais e reconhecer a importância da saúde mental no seu ambiente de trabalho e, assim agir em benefício de seus colaboradores, e da sociedade como um todo, para combater o estigma e o preconceito social ao redor do tema?

Convido você a aderir ao Movimento #MenteEmFoco. A iniciativa, liderada pela Rede Brasil do Pacto Global, em parceria com InPress Porter Novelli e com a Sociedade Brasileira de Psicologia, nasceu como uma forma de encorajar as empresas a trazer a saúde mental para a pauta de decisões, de forma a priorizar o tema e oferecer suporte e acolhimento aos colaboradores.

Ainda que esteja tudo bem “não estar bem”, nós, enquanto profissionais de RH, podemos dar uma força para que tudo volte a ficar, de fato, bem!

Compartilhar:

Artigos relacionados

Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
17 de dezembro de 2025
Discurso de ownership transfere o peso do sucesso e do fracasso ao colaborador, sem oferecer as condições adequadas de estrutura, escuta e suporte emocional.

Rennan Vilar - Diretor de Pessoas e Cultura do Grupo TODOS Internacional

4 minutos min de leitura
Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
16 de dezembro de 2025
A economia prateada deixou de ser nicho e se tornou força estratégica: consumidores 50+ movimentam trilhões e exigem experiências centradas em respeito, confiança e personalização.

Eric Garmes é CEO da Paschoalotto

3 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
15 de dezembro de 2025
Este artigo traz insights de um estudo global da Sodexo Brasil e fala sobre o poder de engajamento que traz a hospitalidade corporativa e como a falta dela pode impactar financeiramente empresas no mundo todo.

Hamilton Quirino - Vice-presidente de Operações da Sodexo

2 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Inovação & estratégia
12 de dezembro de 2025
Inclusão não é pauta social, é estratégia: entender a neurodiversidade como valor competitivo transforma culturas, impulsiona inovação e constrói empresas mais humanas e sustentáveis.

Marcelo Vitoriano - CEO da Specialisterne Brasil

4 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Marketing & growth
11 de dezembro de 2025
Do status à essência: o luxo silencioso redefine valor, trocando ostentação por experiências que unem sofisticação, calma e significado - uma nova inteligência para marcas em tempos pós-excesso.

Daniel Skowronsky - Cofundador e CEO da NIRIN Branding Company

3 minutos min de leitura
Estratégia
10 de dezembro de 2025
Da Coreia à Inglaterra, da China ao Brasil. Como políticas públicas de design moldam competitividade, inovação e identidade econômica.

Rodrigo Magnago - CEO da RMagnago

17 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde
9 de dezembro de 2025
Entre liderança e gestação, uma lição essencial: não existe performance sustentável sem energia. Pausar não é fraqueza, é gestão - e admitir limites pode ser o gesto mais poderoso para cuidar de pessoas e negócios.

Tatiana Pimenta - Fundadora e CEO da Vittude,

3 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde
8 de dezembro de 2025
Com custos de saúde corporativa em alta, a telemedicina surge como solução estratégica: reduz sinistralidade, amplia acesso e fortalece o bem-estar, transformando a gestão de benefícios em vantagem competitiva.

Loraine Burgard - Cofundadora da h.ai

3 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde, Liderança
5 de dezembro de 2025
Em um mundo exausto, emoção deixa de ser fragilidade e se torna vantagem competitiva: até 2027, lideranças que integram sensibilidade, análise e coragem serão as que sustentam confiança, inovação e resultados.

Lisia Prado - Consultora e sócia da House of Feelings

5 minutos min de leitura
Finanças
4 de dezembro de 2025

Antonio de Pádua Parente Filho - Diretor Jurídico, Compliance, Risco e Operações no Braza Bank S.A.

3 minutos min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança