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Vamos por medo ou tesão?

Como lidar com uma revolução organizacional em meio à maior crise de nossa geração, com leveza e ainda manter uma pele saudável
É sócio da RIA, empresa especializada em construir segurança psicológica em equipes. Criador do PlayGrounded, a Ginástica do Humor, é jornalista (Folha de S.Paulo, Veja, Superinteressante e Vida Simples), foi sócio da consultoria Origami e consultor em branding. Ator e improvisador, integra o grupo Jogo da Cena.

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A pandemia sepultou as últimas ilusões de controle e previsibilidade que alguém poderia ter. Ninguém sabe o que vai acontecer, ninguém tem resposta para os desafios atuais e ninguém nem consegue imaginar os desafios futuros.

Ninguém nunca viveu o que estamos vivendo.

A incerteza é enorme. Não dá mais para confiar que as respostas de sempre vão dar o resultado de antes.

A interdependência é palpável. A vida é uma dinâmica de relações. Um móbile: mexeu aqui, chacoalha tudo.

O novo nunca foi tão ansiado. Estamos todos esperando as respostas novas que irão solucionar os novos desafios: novas descobertas científicas, novos remédios, nova política, nova dinâmica social, novo modelo de desenvolvimento, novo cotidiano, novos métodos de gestão.

A boa notícia é que o novo está sempre à disposição. A natureza deste plano da existência é a mudança: a realidade é um fluxo de energia em permanente transformação.

A má notícia somos eu, você, nós. Temos esse mau hábito de nos apegarmos a ideias pré-concebidas sobre o mundo e resistir a abandoná-las, mesmo quando elas atrapalham nossa lida com essa realidade em permanente transformação.

Há um nome técnico para o processo de resistir à realidade como ela é, em nome de uma ideia do que ela já foi ou que deveria ser. Esse processo se chama “sofrimento”.

A tão esperada leveza que nos permite lidar com a maior crise de nossa geração e manter a pele saudável parece estar em deixar o barco fluir. Lidar com os problemas à medida que eles se apresentam.

A sabedoria parece estar em saber o norte que me interessa no momento, colocar a intenção no mundo e aceitar o resultado, em rodadas sucessivas infinitas, atualizando os conceitos e levando-os cada vez menos a sério, assim como a mim mesmo e às minhas próprias ideias e limitações.

É aprender a fazer o que o mundo quer de mim, ainda que eu não saiba. Em vez de continuar fazendo o que sei, mas que o mundo já não precisa mais (se é que um dia precisou).

Dá medo. O novo mora sempre fora da zona de costume, esse lugar às vezes tão desconfortável, mas do qual eu não quero sair, porque é conhecido, familiar. É onde habitam as minhas verdades.

Conheço duas formas de se mover para fora da zona de costume. A primeira é ser empurrada(o) porta afora pelas recessões, automações, depressões ou infecções. A segunda é mover-se pelos tesões ou valores.

Há muita pesquisa científica robusta (além de gente muito centrada e serena) apontando que o segundo caminho é mais sustentável ao longo do tempo e dá melhores resultados em ambientes de incerteza.

Em que lugar você se encontra dessa jornada?

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