De todos os aprendizados que 2020 nos deixa, o entendimento de que fazemos parte do maior sistema conectado em rede que existe – a Terra-, não nos deixa dúvidas sobre a fragilidade e a interdependência da nossa espécie.
Você, assim como eu e todas as pessoas que habitam esse planeta, faz parte da raça humana, responsável pelo atual estado das coisas e, ao mesmo tempo, a única capaz de mudar o rumo da história. Se quisermos.
Se você ainda não tinha consciência disso, esse ano te fez entender que a vida humana é rara, frágil, fugaz e passageira. Um sopro que não se controla. Um caminho só de ida, sempre em versão beta, sem direito a ensaio nem “replay”. Sem volta. Começamos a morrer no dia em que nascemos e, para morrer, basta estarmos vivos.
Diz o dito popular que “o que se leva dessa vida é a vida que se leva”.
Como você tem levado a sua vida? Tem vivido intensamente como se fosse morrer amanhã e aprendido intensamente como se fosse viver para sempre?
Você não é melhor nem pior do que ninguém. Você é igual na sua humanidade e diferente na sua unicidade.
Que impacto você tem gerado na vida das pessoas e no ambiente à sua volta?
A criança que você foi teria orgulho do adulto que você se tornou?
Se você morresse hoje, como lembrariam e o que diriam de você?
Você está vivendo seu propósito ou veio ao mundo a passeio, deixando a vida te levar, ao sabor dos ventos, do acaso?
Nesse ano tão atípico, você aproveitou a oportunidade de entrar em contato com esses questionamentos todos? Mergulhou dentro de si, fortaleceu suas virtudes e enfrentou com coragem suas sombras? Entendeu que tudo diz respeito à vida? E que sua vida fará tanto mais sentido quanto mais você estiver a serviço de outras vidas?
Não é sobre você, sua agenda pessoal, sua ambição, seu ego ou sua sede de poder.
É sobre como você, consciente e intencionalmente, investe seu talento único, empatia, compaixão, solidariedade, energia, conhecimento, experiência e capacidade de realização para construir um mundo colaborativo e conectado em rede, que respeite e valorize os direitos humanos. Que seja inclusivo, justo e promova o acesso à igualdade de oportunidades para cada pessoa.
É assim que se gera abundância para todas as vidas.
Para isso, é preciso respeitar e gostar de gente – saber que pessoas não são máquinas, que você liga e desliga quando quiser. E nem recursos que você usa, abusa e descarta quando deixam de ser úteis.
Pessoas são vidas únicas, cercadas de outras vidas e contextos, com habilidades, atribuições e responsabilidades igualmente únicas.
É preciso confiar nas pessoas, saber ouvi-las, entender seus anseios, desejos e realidades.
Para inspirá-las, mobilizá-las e mantê-las engajadas, você terá de dar o exemplo, compartilhar de um propósito comum e assegurar que elas terão os meios para realizar seus sonhos e seu trabalho com amor, alegria e significado, da melhor maneira possível, do jeito e no tempo que elas puderem, onde quer que elas estejam – no escritório, em casa ou em qualquer lugar.
Que elas serão sempre, e cada vez mais, valorizadas por serem exatamente quem são. E, por serem a melhor, mais completa e autêntica versão de si mesmas, agregarão seu valor único e incomparável ao mundo do qual fazem parte.
Feliz 2021, colocando em prática e vivendo todos os aprendizados que 2020 trouxe a você.