Sabemos que qualquer um que esteja lançando um novo empreendimento enfrentará obstáculos e dificuldades sem igual, seja uma startup independente, seja uma nova divisão dentro de uma empresa madura. Na visão do venture capitalist Chris Kuenne e do professor John Danner, especialistas em inovação e empreendedorismo, o sucesso dessa empreitada pode ser explicado pelo envolvimento de um tipo específico de pessoa: o líder com personalidade construtora. Gente com personalidade construtora, dizem eles, consegue lidar bem melhor com os empecilhos. Essa personalidade resulta de um conjunto de crenças e preferências, e se manifesta na motivação, no processo decisório, na abordagem gerencial e no estilo de liderança de um indivíduo.
A tese de Kuenne e Danner pode suscitar debates inflamados, eu sei. Ainda mais em um Brasil que hoje pega fogo por quase qualquer coisa. Porém, a pesquisa séria que os dois autores realizaram, somada a suas relevantes experiências de negócios, faz com que mereçam a atenção dos executivos brasileiros. Afinal, neste momento, precisamos muito de empurrões para crescer. Built for growth, o livro da dupla, está sendo publicado no Brasil pela HSM com o título _Feitas para crescer_, e esta revista faz um recorte de seu conteúdo, discorrendo sobre os quatro tipos de personalidade construtora e a equipe que melhor complementa cada um deles.
Vou incluir um spoiler aqui: o construtor condutor é implacável, focado em vendas e extremamente confiante, e um exemplo óbvio dele é Steve Jobs, da Apple. O construtor explorador é curioso, centrado em sistemas e impassível, como Mark Zuckerberg, do Facebook. O construtor expedicionário é intrépido, inspirado por uma missão e cheio de compaixão, nos moldes de Jessica Alba, cuja empresa The Honest foi recentemente retratada por nós. Já o construtor capitão é pragmático, empoderador de equipes e objetivo, como eram os fundadores da HP, Bill Hewlett e Dave Packard. Pergunte-se agora: você se parece com algum deles? Leia o artigo todo. E aprofunde-se na teoria de Kuenne e Danner.
Peço licença aos autores, no entanto, para dizer que a personalidade construtora ajuda, mas não garante sozinha o crescimento. No mínimo, é preciso ter uma estratégia – e, nesta edição, trazemos o modelo SBB, que facilita a formulação e a execução estratégica – e uma liderança do tipo empatia assertiva, que começa por três conversas-chave com os colaboradores. Boa leitura!