Uncategorized

Você pede opinião só para quem concorda com você?

Não caia nessa armadilha e melhore a sua tomada de decisão
Luciano possui +20 anos de experiência no mercado digital tendo iniciado sua carreira no portal UOL, trabalhou 10 anos no Google Brasil em diversas áreas e foi diretor no Facebook Brasil a frente de uma equipe de vendas em São Paulo. É escritor e autor do livro "Seja Egoísta com sua Carreira", embaixador da Escola Conquer e faz parte do conselho consultivo da Agile.Inc.

Compartilhar:

Eu decidi contratar uma gerente incrível mesmo sabendo que ela poderia, em um prazo de menos de seis meses, aceitar uma oferta para trabalhar fora do país. Eu já estava com a vaga aberta há meses, o que tinha gerado ansiedade e falta de liderança para a equipe em questão, e nenhum outro candidato se comparava a ela. Depois de alguns meses, o pior aconteceu: ela passou (nenhuma surpresa) para a vaga no exterior e eu ficaria mais uma vez sem gerente para aquele time.

Depois do meu “luto”, passamos a falar sobre o momento da comunicação para o time. Ela sugeriu sermos rápidos e transparentes, mas eu achava que deveríamos aguardar um pouco mais. Dias depois, ela voltou ao assunto, mas eu ainda não estava convencido. Minha experiência, e feeling, diziam que a melhor coisa era adiar a comunicação o máximo possível para evitar distrações em um trimestre que estava bem puxado.

A gerente insistente – característica que eu adorava nela -, levantou a mesma questão em nossa reunião de liderança e, então, resolvi perguntar o que os outros líderes achavam já dizendo qual era a minha opinião. A maioria concordou com ela e, um pouco contrariado, dei luz verde para seguirmos com a comunicação. Para a minha surpresa, duas pessoas do time, em situações diferentes e sem combinar, me procuraram para agradecer a transparência e confiança. E eu, que não gosto de levar crédito por coisas que não são minhas, agradeci mas fiz questão de dizer que foi uma decisão da líder deles.

Aprendi muito com essa história. Apesar de já ter vivido a contratação e troca de dezenas de gerentes, isso não quer dizer que eu vou sempre tomar as melhores decisões. **Ter um time forte ao meu redor, me alimentando com novas perspectivas, é uma estratégia eficiente para melhorar minha tomada de decisão**. Além do que, a situação me relembrou o quão incrível é fazer parte de uma cultura em que todos se sintam confortáveis em compartilhar suas ideias, mesmo quando estão discordando de seu líder.

**“Ah Luciano, mas eu sou já aberto a outras perspectivas”. Será?**

O caso acima mostra bem como é importante a gente ter por perto as pessoas que discordam da gente e nos ajudam a refinar nossas próprias ideias, perspectivas e tomadas de decisão. Contudo, há uma armadilha que muitos caem.

Há algum tempo eu estava dando mentorias internas para novos gerentes. Um deles teve conflitos com seu líder direito por causa da direção de um projeto – já era a terceira vez que ele me trazia aquele desconforto. Durante nossa conversa, me disse que já tinha discutido o caso com dois colegas de trabalho e que ambos concordavam com a posição dele. Como ele voluntariamente abriu o nome das pessoas, foi fácil eu perceber que estes colegas que ele consultou, além de próximos no trabalho, eram também amigos fora dele. Eu o desafiei nesse ponto e sugeri que ele pedisse a opinião de três outras pessoas que estavam no projeto. Ele concordou, colocou em prática e isso revolucionou sua perspectiva sobre o conflito em questão.

Ele passou a ver a coisa toda por um ângulo que não conseguia imaginar antes.

É aí que está a armadilha: **pedir opiniões, feedback e novas perspectivas apenas para as pessoas que só concordam com você**. Nós temos uma grande tendência de sempre pedir conselhos para pessoas próximas, com as quais nos relacionamos bem e que, portanto, têm visões parecidas com as nossas. Contudo, se você realmente quer se desafiar e ter um espectro maior de perspectivas, mude os personagens ou amplie o grupo que você costuma procurar para pedir esse tipo de ajuda. Ter as pessoas sempre validando as nossas ideias é bom para massagear o ego, mas ineficiente para melhorar o que quer que seja que estejamos tentando alcançar.

Boa expansão de perspectivas para todos nós.

Compartilhar:

Luciano possui +20 anos de experiência no mercado digital tendo iniciado sua carreira no portal UOL, trabalhou 10 anos no Google Brasil em diversas áreas e foi diretor no Facebook Brasil a frente de uma equipe de vendas em São Paulo. É escritor e autor do livro "Seja Egoísta com sua Carreira", embaixador da Escola Conquer e faz parte do conselho consultivo da Agile.Inc.

Artigos relacionados

Inovação & estratégia
27 de outubro de 2025
Programas corporativos de idiomas oferecem alto valor percebido com baixo custo real - uma estratégia inteligente que impulsiona engajamento, reduz turnover e acelera resultados.

Diogo Aguilar - Fundador e Diretor Executivo da Fluencypass

4 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Inovação & estratégia
25 de outubro de 2025
Em empresas de capital intensivo, inovar exige mais do que orçamento - exige uma cultura que valorize a ambidestria e desafie o culto ao curto prazo.

Atila Persici Filho e Tabatha Fonseca

17 minutos min de leitura
Inovação & estratégia
24 de outubro de 2025
Grandes ideias não falham por falta de potencial - falham por falta de método. Inovar é transformar o acaso em oportunidade com observação, ação e escala.

Priscila Alcântara e Diego Souza

6 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
23 de outubro de 2025
Alta performance não nasce do excesso - nasce do equilíbrio entre metas desafiadoras e respeito à saúde de quem entrega os resultados.

Rennan Vilar - Diretor de Pessoas e Cultura do Grupo TODOS Internacional.

4 minutos min de leitura
Uncategorized
22 de outubro de 2025
No setor de telecom, crescer sozinho tem limite - o futuro está nas parcerias que respeitam o legado e ampliam o potencial dos empreendedores locais.

Ana Flavia Martins - Diretora executiva de franquias da Algar

4 minutos min de leitura
Marketing & growth
21 de outubro de 2025
O maior risco do seu negócio pode estar no preço que você mesmo definiu. E copiar o preço do concorrente pode ser o atalho mais rápido para o prejuízo.

Alexandre Costa - Fundador do grupo Attitude Pricing (Comunidade Brasileira de Profissionais de Pricing)

5 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde
20 de outubro de 2025
Nenhuma equipe se torna de alta performance sem segurança psicológica. Por isso, estabelecer segurança psicológica não significa evitar conflitos ou suavizar conversas difíceis, mas sim criar uma cultura em que o debate seja aberto e respeitoso.

Marília Tosetto - Diretora de Talent Management na Blip

4 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Marketing & growth
17 de outubro de 2025
No Brasil, quem não regionaliza a inovação está falando com o país certo na língua errada - e perdendo mercado para quem entende o jogo das parcerias.

Rafael Silva - Head de Parcerias e Alianças na Lecom

3 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde, Tecnologia & inteligencia artificial
16 de outubro de 2025
A saúde corporativa está em colapso silencioso - e quem não usar dados para antecipar vai continuar apagando incêndios.

Murilo Wadt - Cofundador e diretor geral da HealthBit

3 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde
15 de outubro de 2025
Cuidar da saúde mental virou pauta urgente - nas empresas, nas escolas, nas nossas casas. Em um mundo acelerado e hiperexposto, desacelerar virou ato de coragem.

Viviane Mansi - Conselheira de empresas, mentora e professora

3 minutos min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #169

TECNOLOGIAS MADE IN BRASIL

Não perdemos todos os bondes; saiba onde, como e por que temos grandes oportunidades de sucesso (se soubermos gerenciar)

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #169

TECNOLOGIAS MADE IN BRASIL

Não perdemos todos os bondes; saiba onde, como e por que temos grandes oportunidades de sucesso (se soubermos gerenciar)