Uncategorized

Voluntariado empresarial: quais são os benefícios para empresas e funcionários?

Diretor da MGN

Compartilhar:

Você já ouviu falar de voluntariado empresarial? Muitas empresas têm adotado programas do tipo e gerado benefícios para elas e seus funcionários.

A HSM Management fez uma entrevista exclusiva com [Marcelo Nonohay](https://www.linkedin.com/in/marcelo-nonohay-b657624/), referência na área de voluntariado empresarial e diretor da [MGN](https://mgnconsultoria.com.br/), empresa especializada em gestão de projetos para transformação social, sobre o assunto. Ele explica quais benefícios são esses e dá exemplos concretos de empresas que têm feito isso no Brasil.

Confira a entrevista abaixo. 

Por que as empresas desenvolvem programas de voluntariado empresarial?
———————————————————————-

Os principais benefícios de uma atividade de voluntariado são aqueles relacionados ao seu impacto social na ponta. Esse deve ser o norte para a criação, planejamento e execução de um programa de voluntariado.

Quando falamos em um programa de voluntariado no âmbito corporativo, inevitavelmente, temos que ter um olhar que vai além da ação social em si. Assim como qualquer outra iniciativa corporativa, o programa de voluntariado empresarial deve ter um alinhamento com objetivos organizacionais e deve ser planejado visando maximizar os seus impactos positivos para a empresa.

Há várias dimensões do impacto dos programas de voluntariado. Na prática, dificilmente uma empresa leva todas elas em consideração, mas deveria! Esses impactos são verificados nas pessoas, no ambiente interno e no ambiente externo.

Quais são as dimensões relacionadas ao impacto nas pessoas que praticam o voluntariado?
—————————————————————————————

Partindo de uma perspectiva individual, existem pesquisas que mostram os benefícios do serviço voluntário para a saúde mental e emocional, como por exemplo o estudo “Doing Good is Good for You”, realizado pela United Healthcare e a plataforma Volunteer Match. Essa pesquisa foi realizada entre pessoas que foram voluntárias nos últimos 12 meses e mostrou que 76% se sentem mais saudáveis, 94% sentem uma melhoria no humor e 78% reportaram menor nível de estresse. A atividade voluntária reduz a pressão arterial e está correlacionada com maior longevidade.

Do ponto de vista profissional, a participação em programas de voluntariado ajuda no desenvolvimento de competências como liderança, comunicação e resolução de problemas, ao mesmo tempo em que desenvolve trabalho em equipe.

Em termo de atitudes e comportamentos, colaboradores que participam de ações sociais promovidas por sua empresa desenvolvem maior sentimento de pertencimento e maior identificação de valores pessoais com os valores organizacionais.

Como os impactos individuais se relacionam com o ambiente interno?
——————————————————————

Essas três dimensões individuais têm reflexo em outras três dimensões corporativas. Na medida em que as ações voluntárias são consistentes e duradouras, elas se tornam aliadas para a melhoria do clima e um ativo para gerenciar a cultura organizacional. Além disso, os programas de voluntariado aproximam trabalho e propósito, algo que é muito valorizado por diversos profissionais e auxilia na atração e retenção de talentos. Tudo isso faz com que as equipes sintam-se mais engajadas, o que tem impacto direto em aumentos de produtividade e rentabilidade, segundo pesquisa recente.

Como isso tudo beneficia o ambiente externo?
——————————————–

Como as ações voluntárias acontecem na comunidade, é claro que encontramos reflexos externos desses programas. Por excelência, a dedicação de horas de trabalho por causas de interesse social é um veículo de relacionamento comunitário e institucional com vários stakeholders. Se bem gerenciado, o programa de voluntariado empresarial pode contribuir de forma muito positiva na reputação e no posicionamento de marca.  

Como as empresas vêm aproveitando as vantagens dos programas de voluntariado empresarial?
—————————————————————————————–

Há muitos programas de voluntariado empresarial que são alinhados ao negócio das empresas. É o caso, por exemplo, do trabalho desenvolvido pelo escritório Central da C&A, onde o foco é a cadeia da moda, e pela Serasa Experian, onde a atuação é em educação financeira. Nesses casos, é muito comum o desenvolvimento de ações de voluntariado baseadas em habilidades (skill based). Esse tipo de ação tem a capacidade de desenvolver habilidades profissionais ao mesmo tempo em que reforçam o propósito e a cultura organizacional.

Há casos também em que a empresa aprofunda o seu relacionamento com a comunidade por meio do seu programa de voluntariado. Como exemplo, o Instituto Votorantim tem uma espécie de gincana de voluntariado, chamada Desafio Voluntário. Nessa estratégia gameficada, as unidades de diversas empresas realizam ações locais em Organizações Sociais e Escolas Públicas em dezenas de cidades ao mesmo tempo.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Uso de PDI tem sido negligenciado nas companhias

Apesar de ser uma ferramenta essencial para o desenvolvimento de colaboradores, o Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) vem sendo negligenciado por empresas no Brasil. Pesquisa da Mereo mostra que apenas 60% das companhias avaliadas possuem PDIs cadastrados, com queda no engajamento de 2022 para 2023.

Regulamentação da IA: Como empresas podem conciliar responsabilidades éticas e inovação? 

A inteligência artificial (IA) está revolucionando o mundo dos negócios, mas seu avanço rápido exige uma discussão sobre regulamentação. Enquanto a Europa avança com regras para garantir benefícios éticos, os EUA priorizam a liberdade econômica. No Brasil, startups e empresas se mobilizam para aproveitar as vantagens competitivas da IA, mas aguardam um marco legal claro.

Governança estratégica: a gestão de riscos psicossociais integrada à performance corporativa

A gestão de riscos psicossociais ganha espaço nos conselhos, impulsionada por perdas estimadas em US$ 3 trilhões ao ano. No Brasil, a atualização da NR1 exige que empresas avaliem e gerenciem sistematicamente esses riscos. Essa mudança reflete o reconhecimento de que funcionários saudáveis são mais produtivos, com estudos mostrando retornos de até R$ 4 para cada R$ 1 investido

Transformação Digital
Explorando como os AI Agents estão transformando a experiência de compra digital com personalização e automação em escala, inspirados nas interações de atendimento ao cliente no mundo físico.

William Colen

ESG
Explorando como a integração de práticas ESG e o crescimento dos negócios de impacto socioambiental estão transformando o setor corporativo e promovendo um desenvolvimento mais sustentável e responsável.

Ana Hoffmann

ESG, Gestão de pessoas
Felicidade é um ponto crucial no trabalho para garantir engajamento, mas deve ser produzida em conjunto e de maneira correta. Do contrário, estaremos apenas nos iludindo em palavras gentis.

Rubens Pimentel

ESG
Apesar dos avanços nas áreas urbanas, cerca de 35% da população rural brasileira ainda vive sem acesso adequado a saneamento básico, perpetuando um ciclo de pobreza e doenças.

Anna Luísa Beserra

Gestão de pessoas, Tecnologia e inovação
A IA está revolucionando o setor de pessoas e cultura, oferecendo soluções que melhoram e fortalecem a interação humana no ambiente de trabalho.

Fernando Ferreira

Estratégia e Execução
Aos 92 anos, a empresa de R$ 10,2 bilhões se transforma para encarar o futuro em três pilares
Gestão de pessoas, Cultura organizacional, Liderança, times e cultura
Apesar de importantes em muitos momentos, o cenário atual exige processos de desenvolvimentos mais fluidos, que façam parte o dia a dia do trabalho e sem a lógica da hierarquia – ganha força o Workplace Learning

Paula Nigro

Empreendedorismo, Gestão de pessoas
As empresas familiares são cruciais para o País por sua contribuição econômica e, nos dias atuais, por carregarem legado e valores melhor do que corporations. Mas isso só ocorre quando está estabelecido o reconhecimento simbólico dos líderes de propósito que se vão...

Luis Lobão

ESG, Gestão de pessoas
Apesar das mulheres terem maior nível de escolaridade, a segregação ocupacional e as barreiras de gênero limitam seu acesso a cargos de liderança, começando desde a escolha dos cursos universitários e se perpetuando no mercado de trabalho.

Ana Fontes

Gestão de Pessoas
Para Sérgio Simões, sócio líder da prática de Board Services da EXEC, três frentes são essenciais para essa atuação conjunta: estímulo à aprendizagem contínua, manutenção do alinhamento e equilíbrio de responsabilidades

Sergio Simões