Desenvolvimento pessoal

Vontade de jogar tudo para o alto?

Isso é normal. Respira, não pira e vem comigo nessa reflexão
__Viviane Mansi__ é executiva, conselheira e professora. Está atualmente na Diageo e passou por empresas como Toyota, GE, Votorantim e MSD. É coautora de Emoção e Comunicação – Reflexão para humanização das relações de trabalho.
Viviane Mansi é executiva da Toyota e da Fundação Toyota do Brasil, conselheira e professora. Participou da COP27, em novembro de 2022.

Compartilhar:

Temos uma ideia mais ou menos romantizada do que é um bom trabalho. Costumamos pensar naqueles desafios sensacionais, acompanhados dos mares se abrindo para passarmos. Retrato da eficiência. Acerto na primeira tentativa. O mundo parando para a refletirmos, organizarmos, alinharmos com os pares e as outras áreas, e partirmos para a ação. Sucesso na certa, assim como o reconhecimento que vem em seguida. Sem falar na promoção depois de algum tempo. #quemnunca?

Mas adivinha? A realidade se distancia um pouquinho (ou muito?) dessa imagem perfeita que a gente cria na nossa mente. Nem sempre temos as ferramentas nas mãos para atingirmos a nossa máxima eficiência, as pessoas conflitam sobre o que é o certo a fazer e levamos três vezes mais de tempo para resolver o que deveria (na nossa cabeça) ser simples. Basta ter uma reunião logo cedo no dia, certo? Bem naquele dia em que seu filho teve febre a madrugada toda, ou você teve insônia, ou ainda sente que foi à exaustão depois de trabalhar três dias seguidos até 4 horas da manhã. E, para piorar, depois te tanto desgaste, o reconhecimento simplesmente não vem porque não passa da sua obrigação colocar as coisas no lugar. 

Então, aquela imagem de eficiência dá lugar a uma enorme vontade de jogar tudo para o alto e sair por aí. Mas depois de alguns minutos de ira contra o mundo você respira fundo e continua a trabalhar pois, afinal de contas, os boletos são implacáveis. Se não alguma outra coisa mais nobre, eles lembram você que é preciso seguir em frente. 

Já passou por isso? Eu já, mais de uma vez. 

**Minha sugestão**: é humano sentir raiva e achar que as coisas deveriam ser mais simples, mas é preciso virar a página e seguir adiante. Não adianta fingir que somos super-heróis e temos energia inesgotável. Mas é preciso também colocar a energia no lugar para seguir em frente com mais tranquilidade. Trago aqui 4 reflexões que podem ajudar.

1. __Se as empresas fossem fáceis e tudo estivesse no lugar__ certamente reclamaríamos da monotonia, da falta de adrenalina. Talvez nem houvesse espaço para nós. Não importa o nosso cargo, somos contratados para resolver problemas. Só precisamos ter atenção ao tipo e a intensidade de energia que utilizamos para resolvê-los. Um jeito, portanto, de amenizar a pressão, é pensar na nossa própria energia. Ver a empresa como um jogo de xadrez pode ajudar. Se o mercado (ou a outra área, ou sua liderança) fez um movimento que não era exatamente o que você esperava, não esbraveje ou desista do jogo, apenas mude a sua estratégia, e o seu campo de energia. 

2. __Por falar em cuidar da sua energia__, o papo é recorrente, mas relevante. Faça outras coisas por você. Se você só trabalhar, o desequilíbrio tomará conta. Arrume um tempo para fazer qualquer coisa que você goste, como esporte ou arte. Ajuda a colocar ordem na desordem das coisas do trabalho.

3. __Tenha um plano B__. Sim, gente. Pensa só: a população vive mais, o trabalho em si está reduzindo quantidades de postos, o trabalho formal como conhecemos hoje está com os anos contados. Quem cuida da sua carreira é você. Ter um plano B é libertador e permite, sob qualquer circunstância, tomar decisões alinhadas aos seus valores e preferências.

4. __Por fim e não menos importante__, quando o copo estiver transbordando e a razão for pressão, excesso de trabalho ou qualquer outro tema gerenciável (assédio não é gerenciável, que fique claro) dê um tempo pra si. Lembre-se de colocar o seu melhor possível em ação e contar com o efeito do tempo, que cura praticamente tudo. 

Para usar o chavão popular, se o cansaço bater forte, descanse, mas não desista.

Compartilhar:

__Viviane Mansi__ é executiva, conselheira e professora. Está atualmente na Diageo e passou por empresas como Toyota, GE, Votorantim e MSD. É coautora de Emoção e Comunicação – Reflexão para humanização das relações de trabalho.

Artigos relacionados

Passa conhecimento

Incluir intencionalmente ou excluir consequentemente?

A estreia da coluna “Papo Diverso”, este espaço que a Talento Incluir terá a partir de hoje na HSM Management, começa com um texto de sua CEO, Carolina Ignarra, neste dia 3/12, em que se trata do “Dia da Pessoa com Deficiência”, um marco necessário para continuarmos o enfrentamento das barreiras do capacitismo, que ainda existe cotidianamente em nossa sociedade.

Liderança, times e cultura, ESG
Conheça as 4 skills para reforçar sua liderança, a partir das reflexões de Fabiana Ramos, CEO da Pine PR.

Fabiana Ramos

ESG, Empreendedorismo, Transformação Digital
Com a onda de mudanças de datas e festivais sendo cancelados, é hora de repensar se os festivais como conhecemos perdurarão mais tempo ou terão que se reinventar.

Daniela Klaiman

ESG, Inteligência artificial e gestão, Diversidade, Diversidade
Racismo algorítimico deve ser sempre lembrado na medida em que estamos depositando nossa confiança na inteligência artificial. Você já pensou sobre esta necessidade neste futuro próximo?

Dilma Campos

Inovação
A transformação da cultura empresarial para abraçar a inovação pode ser um desafio gigante. Por isso, usar uma estratégia diferente, como conectar a empresa a um hub de inovação, pode ser a chave para desbloquear o potencial criativo e inovador de uma organização.

Juliana Burza

ESG, Diversidade, Diversidade, Liderança, times e cultura, Liderança
Conheça os seis passos necessários para a inserção saudável de indivíduos neuroatípicos em suas empresas, a fim de torná-las também mais sustentáveis.

Marcelo Franco

Lifelong learning
Quais tendências estão sendo vistas e bem recebidas nos novos formatos de aprendizagem nas organizações?

Vanessa Pacheco Amaral

ESG
Investimentos significativos em tecnologia, infraestrutura e políticas governamentais favoráveis podem tornar o país líder global do setor de combustíveis sustentáveis

Deloitte

Estratégia, Liderança, times e cultura, Cultura organizacional
À medida que o mercado de benefícios corporativos cresce as empresas que investem em benefícios personalizados e flexíveis não apenas aumentam a satisfação e a produtividade dos colaboradores, mas também se destacam no mercado ao reduzir a rotatividade e atrair talentos.

Rodrigo Caiado

Empreendedorismo, Liderança
Entendimento e valorização das características existentes no sistema, ou affordances, podem acelerar a inovação e otimizar processos, demonstrando a importância de respeitar e utilizar os recursos e capacidades já presentes no ambiente para promover mudanças eficazes.

Manoel Pimentel

ESG, Liderança, times e cultura, Liderança
Conheça e entenda como transformar o etarismo em uma oportunidade de negócio com Marcelo Murilo, VP de inovação e tecnologia da Benner e conselheiro do Instituto Capitalismo Consciente.

Marcelo Murilo