Vale Ocidental

Zuckerberg versus Musk: como entender

Dois gênios da tecnologia prestando mais um favor para a sociedade e dando exemplo de liderança… Só que, no caso, exemplo do que um líder não deve fazer
__Ellen Kiss__ é empreendedora e consultora de inovação especializada em design thinking e transformação digital, com larga experiência no setor financeiro. Em agosto de 2022. após um período sabático, assumiu o posto de diretora do centro de excelência em design do Nubank.

Compartilhar:

Tudo começou em junho, numa reunião interna da Meta, em que o diretor de produtos do Threads, lançamento da empresa para concorrer com o X (o novo nome do Twitter), fez uma crítica às loucuras que Elon Musk vinha fazendo na rede social. Depois, um usuário do Twitter disse para Musk tomar cuidado, já que seu rival Mark Zuckerberg estava praticando jiu-jítsu. Musk, já conhecido por seus posts impulsivos, respondeu estar pronto para uma hipotética luta. Zuckerberg aparentemente aceitou, ao postar no mesmo dia, em uma de suas redes, o Instagram, a seguinte resposta: “Me mande a localização”.

O que parecia apenas mais uma piada na cena dos bilionários da tecnologia ganhou outras proporções nos últimos dois meses. As provocações entre os dois é retratada diariamente em veículos de negócios, de tecnologia e nos inúmeros memes que acompanham a rixa na internet. Até o ministro de cultura da Itália se pronunciou, afirmando que o evento não seria realizado em Roma, quando se levantou a hipótese de os magnatas se enfrentarem no Coliseu.

Falando sério ou não, na época, funcionários dos dois começaram a esboçar os contornos de uma partida, e ambos os empresários continuaram a alimentar as chamas. Zuckerberg postou fotos de si mesmo e seguiu fazendo provocações a respeito da luta e do local do confronto.

Independentemente de qualquer coisa, mesmo que a luta jamais aconteça, o aquecimento já está interessante. De um lado temos Musk, conhecido por falar bobeira com muita frequência. Do outro, Zuckerberg, em uma tentativa de reabilitar sua imagem pública para parecer mais ousado. Mas, para nenhum deles, a luta é prioridade. Pelo menos até onde sabemos.

Dois bilionários, gênios da tecnologia prestando mais um favor para a sociedade e dando um bom exemplo sobre liderança… Só que não. Nesse caso, eles só deram exemplo do que não fazer. Um bom líder é aquele que, antes de tudo, é líder de si mesmo, tem autoconhecimento sobre suas forças e fraquezas e é capaz de controlar as próprias emoções, para que as ações não sejam resultado de suas reações.

Artigo publicado na HSM Management nº 159.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Organização

A difícil arte de premiar sem capitular

Desde Alfred Nobel, o ato de reconhecer os feitos dos seres humanos não é uma tarefa trivial, mas quando bem-feita costuma resultar em ganho reputacional para que premia e para quem é premiado

ESG
No mundo corporativo, onde a transparência é imperativa, a Washingmania expõe a desconexão entre discurso e prática. Ser autêntico não é mais uma opção, mas uma necessidade estratégica para líderes que desejam prosperar e construir confiança real.

Marcelo Murilo

8 min de leitura
Empreendedorismo
Em um mundo onde as empresas têm mais ferramentas do que nunca para inovar, por que parecem tão frágeis diante da mudança? A resposta pode estar na desconexão entre estratégia, gestão, cultura e inovação — um erro que custa bilhões e mina a capacidade crítica das organizações

Átila Persici

0 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A ascensão da DeepSeek desafia a supremacia dos modelos ocidentais de inteligência artificial, mas seu avanço não representa um triunfo da democratização tecnológica. Embora promova acessibilidade, a IA chinesa segue alinhada aos interesses estratégicos do governo de Pequim, ampliando o debate sobre viés e controle da informação. No cenário global, a disputa entre gigantes como OpenAI, Google e agora a DeepSeek não se trata de ética ou inclusão, mas sim de hegemonia tecnológica. Sem uma governança global eficaz, a IA continuará sendo um instrumento de poder nas mãos de poucos.

Carine Roos

5 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A revolução da Inteligência Artificial está remodelando o mercado de trabalho, impulsionando a necessidade de upskilling e reskilling como estratégias essenciais para a competitividade profissional. Empresas como a SAP já investem pesadamente na requalificação de talentos, enquanto pesquisas indicam que a maioria dos trabalhadores enxerga a IA como uma aliada, não uma ameaça.

Daniel Campos Neto

6 min de leitura
Marketing
Empresas que compreendem essa transformação colhem benefícios significativos, pois os consumidores valorizam tanto a experiência quanto os produtos e serviços oferecidos. A Inteligência Artificial (IA) e a automação desempenham um papel fundamental nesse processo, permitindo a resolução ágil de demandas repetitivas por meio de chatbots e assistentes virtuais, enquanto profissionais se concentram em interações mais complexas e empáticas.

Gustavo Nascimento

4 min de leitura
Empreendedorismo
Pela primeira vez, o LinkedIn ultrapassa o Google e já é o segundo principal canal das empresas brasileiras. E o seu negócio, está pronto para essa nova era da comunicação?

Bruna Lopes de Barros

5 min de leitura
ESG
O etarismo continua sendo um desafio silencioso no ambiente corporativo, afetando tanto profissionais experientes quanto jovens talentos. Mais do que uma questão de idade, essa barreira limita a inovação e prejudica a cultura organizacional. Pesquisas indicam que equipes intergeracionais são mais criativas e produtivas, tornando essencial que empresas invistam na diversidade etária como um ativo estratégico.

Cleide Cavalcante

4 min de leitura
Empreendedorismo
A automação e a inteligência artificial aumentam a eficiência e reduzem a sobrecarga, permitindo que advogados se concentrem em estratégias e no atendimento personalizado. No entanto, competências humanas como julgamento crítico, empatia e ética seguem insubstituíveis.

Cesar Orlando

5 min de leitura
ESG
Em um mundo onde múltiplas gerações coexistem no mercado, a chave para a inovação está na troca entre experiência e renovação. O desafio não é apenas entender as diferenças, mas transformá-las em oportunidades. Ao acolher novas perspectivas e desaprender o que for necessário, criamos ambientes mais criativos, resilientes e preparados para o futuro. Afinal, o sucesso não pertence a uma única geração, mas à soma de todas elas.

Alain S. Levi

6 min de leitura
Carreira
O medo pode paralisar e limitar, mas também pode ser um convite para a ação. No mundo do trabalho, ele se manifesta na insegurança profissional, no receio do fracasso e na resistência à mudança. A liderança tem papel fundamental nesse cenário, influenciando diretamente a motivação e o bem-estar dos profissionais. Encarar os desafios com autoconhecimento, preparação e movimento é a chave para transformar o medo em crescimento. Afinal, viver de verdade é aceitar riscos, aprender com os erros e seguir em frente, com confiança e propósito.

Viviane Ribeiro Gago

4 min de leitura