Gestão de Pessoas
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As pessoas no centro da discussão do aprendizado

Os resultados só chegam a partir das interações e das produções realizadas por pessoas. A estreia da coluna de Karen Monterlei, CEO da Humanecer, chega com provocações intergeracionais e perspectivas tomadas como normais.

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Estou imensamente feliz por me tornar a mais nova colunista da HSM, uma revista alinhada aos meus propósitos e presente ao longo da minha trajetória. Essa conquista é mais do que um marco na minha carreira; é uma extensão do que acredito e pratico há mais de 30 anos.

Durante minha caminhada profissional, atuei como executiva em setores tão diversos como telecomunicações, educação, e consultoria. Em cada um desses campos, tive a oportunidade de liderar pessoas e projetos que não apenas impactaram empresas, mas também transformaram vidas. Essa experiência me ensinou uma lição fundamental: as organizações são feitas de pessoas, e é nelas que reside o verdadeiro potencial de transformação.

Por isso, hoje eu quero te perguntar: o que inspira você a levantar da cama todos os dias? Minha trajetória é profundamente influenciada pela força e coragem das mulheres da minha vida, especialmente minha mãe, Dona Tiana, que me ensinou a importância de sonhar grande e agir com determinação. Cresci vendo sua resiliência e dedicação, que me inspiraram a construir uma carreira focada em humanizar as relações de trabalho e liderar com propósito. Hoje, como nova colunista da HSM, trago esses valores para o mundo corporativo, promovendo conexões genuínas e estratégias que colocam as pessoas no centro do sucesso organizacional.

Quando fundei a Humanecer, minha missão era clara: simplificar e humanizar as relações de trabalho, criando ambientes onde o crescimento dos negócios anda de mãos dadas com o bem-estar das pessoas. Ao longo dos anos, esse propósito me guiou a adotar uma abordagem única de gestão, focada em alta performance, mas sempre com as pessoas no centro. Acredito que é essa combinação de estratégia, liderança e humanização que faz a diferença no longo prazo.

Agora, como colunista da HSM, quero compartilhar essa visão com um público ainda mais amplo. A HSM é uma plataforma de educação corporativa que sempre esteve na vanguarda da gestão e dos negócios no Brasil, conectando líderes nacionais com as melhores práticas globais. Ser parte desse ecossistema é, para mim, uma oportunidade de contribuir para a transformação do nosso país, desenvolvendo líderes e organizações que realmente importam.

Nos meus artigos, meu desejo é trazer reflexões e insights que vão além da teoria, compartilhando experiências reais e práticas que tenho vivenciado ao longo da minha trajetória.

Nos últimos dias, por exemplo, mergulhei profundamente numa reflexão (como uma boa pessoa introspectiva!) sobre o atual momento do mundo e como as organizações impactam a sociedade humana em diversas dimensões, influenciando comportamentos, valores e práticas. Afinal, quando uma nova etapa se inicia, é importante refletir sobre “ciclo das coisas”.

Relembrando minha jornada como profissional, em especial sobre meus aprendizados no mundo corporativo, vi muitas coisas acontecerem: o desenvolvimento científico que garantiu a continuidade da Revolução Industrial e do processo de consolidação do capitalismo, Qualidade Total e Reengenharia, a globalização, abordagens ágeis, novas tecnologias surgiram, e esses avanços nos levaram ao surgimento de itens desde automóveis à criação de armas mais letais, com capacidade de destruição da humanidade.

Vi o mundo corporativo valorizar a eficiência, depois a eficácia e agora, a eficiência e eficácia. “Processo” se tornou “fluxo” e indicadores se tornaram métricas (não vou entrar em conceitos aqui, também vai para meu backlog de artigos). Ainda tem o aspecto geracional, atualmente cinco gerações fazem parte do mundo do trabalho, a “geração silenciosa” – fazendo referência àqueles nascidos entre 1925 e 1942 –, os baby boomers, a geração Z, os millennials e a geração X trazem diferentes perspectivas e expectativas para o ambiente de trabalho. Nessa mistura de gerações, as carreiras têm se tornado mais dinâmicas e complexas, diminuindo a histórica correlação entre a idade e o nível de senioridade na carreira.

Estamos em um mundo profissional no qual um estagiário de 63 anos pode ser mentorado por alguém de 28 anos, deixando para trás pensamentos antiquados de que somente “funcionários mais velhos podem ser gestores”. É tempo de nos abrirmos para aprender uns com os outros. Compreender que diversidade é um tema amplo e que se estende também para perfis e faixa etária, que cada geração possui uma características predominantes (LIVRO: Descubra seus pontos fortes) e que o comportamento ideal é aquele que visa o equilíbrio.

Em meio à correria do nosso dia a dia, é fácil esquecer esses importantes fatos que moldam o mundo e a sociedade. No entanto, é importante revisitar esses marcos, pois eles dão uma compreensão mais profunda e nos ajudam a entender melhor o presente. Por isso passei a refletir sobre a ciclicidade das coisas, que podem ser observadas em muitos aspectos da vida, desde o nível molecular até o nível cósmico.

Ao considerar e incorporar esses princípios cíclicos, tanto na natureza quanto em
organizações e sociedades, podemos desenvolver abordagens mais resilientes, adaptáveis e sustentáveis para lidar com os desafios e oportunidades que surgem na Era da Complexidade.

Dave Snowden é conhecido por desenvolver o modelo Cynefin, que divide os problemas em cinco domínios: Óbvio, Complicado, Complexo, Caótico e Desordenado, e nos oferece uma abordagem para entender a complexidade em diferentes contextos. Nos guiar pela compreensão dos ciclos na natureza pode inspirar uma abordagem mais cíclica em vez de abordagens lineares. As organizações podem adotar estratégias mais flexíveis e adaptativas e a compreensão dos ciclos na natureza pode servir como uma fonte de sabedoria para nos orientar em diversos contextos.

A ideia de renovação e regeneração nos ciclos naturais está profundamente ligada à observação dos padrões de vida, morte e renascimento que ocorrem na natureza e são fundamentais para a sustentabilidade e a continuidade da vida na Terra. Nós fazemos parte deste ecossistema e aprender com esses ciclos pode nos levar em direção a maior harmonia com o meio ambiente e entre os próprios seres humanos.

Essa concepção pode ter impactos significativos no modo como as sociedades percebem a mudança e influenciam seus comportamentos em várias dimensões, neste caso, no ambiente corporativo.

Dito isso, estar aqui escrevendo para vocês é mais um ciclo que se inicia em minha vida, e é uma honra estar ao lado de tantos nomes importantes e influentes, mas também é uma responsabilidade que assumo com toda a seriedade. Quero contribuir para que mais líderes entendam que o verdadeiro sucesso vem quando equilibramos resultados com relações, quando entendemos que o valor das nossas ações está no impacto positivo que geramos nas pessoas ao nosso redor.

Fico extremamente grata pela confiança que a HSM depositou em mim e pela oportunidade de fazer parte de uma plataforma que tem como missão transformar o Brasil por meio do desenvolvimento de líderes. Vamos, juntos, continuar essa jornada de aprendizado e crescimento, sempre colocando as pessoas no centro de tudo o que fazemos. Afinal, quem, senão as pessoas, gera os resultados que tanto buscamos?

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