Tecnologia e inovação
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Wearable: a tecnologia capaz de transformar rotinas

Dispositivos vestíveis podem melhorar a vida de pessoas que ficaram com sequelas depois de um acidente e, até, identificar os primeiro sinais de um problema mais sério – mercado global deve atingir US$ 69,2 bilhões em 2028

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No final do ano passado, um primo querido que mora na França sofreu um AVC aos 38 anos e ficou com sequelas graves: perda de parte dos movimentos e danos cognitivos, como o “esquecimento” do francês e do inglês.

Como ele não tinha nenhum histórico de saúde e mantinha uma rotina saudável, vários exames foram feitos para identificar a causa do acidente vascular cerebral. Um deles detectou trombofilia, uma predisposição genética que eleva as chances do desenvolvimento de coágulos sanguíneos que podem resultar num infarto ou AVC.

O acidente impactou diretamente toda a família, que passou a buscar maneiras e tratamentos para devolver, ao menos um pouco, a vida de meu primo. Foi assim que comecei a pesquisar mais a fundo o mundo dos dispositivos vestíveis de saúde, os chamados wearables.

Com a popularização das redes 5G e da inteligência artificial, a tecnologia cresce e se aprimora a cada ano. O mercado global de wearables voltado à saúde foi estimado em US$ 40,7 bilhões em 2023, segundo a consultoria americana Markets and Markets.

E, em 2028, logo ali, deve atingir US$ 69,2 bilhões, com um avanço de mais de 70% em apenas cinco anos. A aceitação das pessoas também é grande. Uma pesquisa feita pela Cisco AppDynamics aponta que 89% dos brasileiros querem usar tecnologias de saúde, incluindo wearables, para gerenciar condições crônicas ou contínuas de saúde e 92% gostariam de ser capazes de identificar os primeiros sinais de alerta de doenças.

Além disso, 88% acreditam que a tecnologia tem o potencial de transformar positivamente tanto a saúde pessoal quanto os serviços de saúde pública como um todo.

Um mundo de possibilidades
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Presentes desde em smartwatches até em dispositivos mais complexos, possuem múltiplas aplicações e funcionalidades. Podem auxiliar, por exemplo, pessoas com paralisia cerebral a conversarem.

À frente deste novo nicho, estão grandes nomes como Elon Musk, Bill Gates e Jeff Bezos, e companhias do porte de Fitbit, Garmin, Samsung e Apple, que lideram o caminho. Os relógios inteligentes já estão na rotina de muitas pessoas, inclusive no Brasil. São instrumentos sofisticados que monitoram a atividade física diária e outras métricas de saúde.

Além de ajudarem os usuários a ter uma vida mais saudável por meio do cumprimento de metas, os dados podem ser compartilhados com médicos e auxiliam no tratamento de um caso mais sério.

Entre as aplicações mais disruptivas, há o wearable da Neurolink. A startup — Musk é seu principal investidor — criou um chip que permite pessoas paralisadas interagirem com um computador.

O primeiro paciente a receber um implante, em janeiro deste ano, foi um estadunidense tetraplégico de 29 anos. Os resultados são animadores. Hoje ele consegue jogar xadrez e realizar outras tarefas movendo o cursor com impulsos eletromagnéticos enviados de seu cérebro, sem nenhum fio ligado ao computador. Em breve, pesquisadores acreditam que será possível controlar uma cadeira de rodas com o sistema, permitindo maior autonomia para muitas pessoas com deficiência.

Como em todas as áreas inovadoras, no entanto, há desafios a serem superados. Eles passam pela duração das baterias, preço (muitos dispositivos são inacessíveis para o público em geral) e segurança dos dados dos usuários. Mas uma coisa é certa: os wearables estarão cada vez mais presentes em nossas vidas e podem transformar rotinas, como a do meu primo. Que saibamos usá-los com segurança e responsabilidade.

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