Uncategorized

Igualdade de gênero não é utopia

é diretora-geral do PayPal no Brasil, um dos mais de 200 países onde a líder mundial em pagamentos eletrônicos atua. Sua receita mundial foi de US$ 10,8 bilhões em 2016.

Compartilhar:

Os debates sobre a necessidade de estabelecer igualdade de gênero nas empresas são cada vez mais frequentes, reflexo de uma disparidade que, em pleno século 21, ainda não foi superada. Segundo o Fórum Econômico Mundial, em um prog nóstico assustador, a remuneração de homens e mulheres que ocupam o mesmo cargo só será a mesma em 2095! Particularmente preocupante é o cenário em nosso País, que ocupa uma das piores posições no ranking de igualdade salarial divulgado pelo FEM. 

No entanto, é preciso lembrar que esse futuro longínquo já chegou em algumas companhias, e minha trajetória profissional é prova disso. Trabalho no PayPal, plataforma líder mundial de pagamentos online, em que o respeito e o incentivo à diversidade fazem parte da cultura organizacional desde sua criação. Atuando no segmento de tecnologia, a empresa destacou-se pelas excelentes oportunidades de carreira para mulheres. No PayPal Brasil, o sexo feminino representa 48% da força de trabalho e ocupa mais da metade dos cargos de liderança/diretoria (53%) – segundo o IBGE, a média nacional nesse nível hierárquico é de 37%. 

Entrei em 2010, no cargo de diretora de vendas e desenvolvimento de negócios. Em 2015, tornei-me diretora-comercial. E neste ano fui promovida a diretora-geral da companhia no País – logo depois de voltar de minha segunda licença-maternidade. 

Quando engravidei pela primeira vez, em 2014, fiquei apreensiva antes de dar a notícia ao meu chefe. Sua reação não podia ter sido melhor; foi uma clara demonstração de que a maternidade era algo positivo, a ser comemorado. Tive certeza de que estava em uma empresa na qual a valorização do ser humano e a importância de equilibrar vida pessoal e profissional eram levadas a sério. 

Como líder, considero a diversidade fundamental, acreditando que são mais fortes as equipes formadas por pessoas de diferentes gêneros, faixas etárias e formações acadêmicas. Sou apaixonada pelo que faço e procuro estar sempre muito próxima do meu time, trabalhando em parceria e sem perder de vista que estou lidando com pessoas, não meros executores de tarefas. Assim, a fim de fortalecer o engajamento e alcançar os resultados esperados, minha liderança também é orientada pela sensibilidade, pela compreensão das individualidades. 

Na prática, isso pode significar, por exemplo, proporcionar um horário de trabalho flexível que permita levar e buscar os filhos na escola. Eu mesma, apesar da função que ocupo, não preciso sacrificar meu tempo com a família ou deixar de jogar tênis no final da tarde. Mas não é, claro, essa facilidade natural para humanizar o ambiente de trabalho que justifica a presença da mulher. É questão de competência, de meritocracia. E posso garantir que não é utopia.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Inovação

Living Intelligence: A nova espécie de colaborador

Estamos entrando na era da Inteligência Viva: sistemas que aprendem, evoluem e tomam decisões como um organismo autônomo. Eles já estão reescrevendo as regras da logística, da medicina e até da criatividade. A pergunta que nenhuma empresa pode ignorar: como liderar equipes quando metade delas não é feita de pessoas?

Liderar GenZ’s: As relações de trabalho estão mudando…

Mais da metade dos jovens trabalhadores já não acredita no valor de um diploma universitário — e esse é só o começo da revolução que está transformando o mercado de trabalho. Com uma relação pragmática com o emprego, a Geração Z encara o trabalho como negócio, não como projeto de vida, desafiando estruturas hierárquicas e modelos de carreira tradicionais. A pergunta que fica: as empresas estão prontas para se adaptar, ou insistirão em um sistema que não conversa mais com a principal força de trabalho do futuro?

Liderança
Transições de liderança tem muito mais relação com a cultura e cultura organizacional do que apenas a referência da pessoa naquela função. Como estão estas questões na sua empresa?

Roberto Nascimento

6 min de leitura
Inovação
Estamos entrando na era da Inteligência Viva: sistemas que aprendem, evoluem e tomam decisões como um organismo autônomo. Eles já estão reescrevendo as regras da logística, da medicina e até da criatividade. A pergunta que nenhuma empresa pode ignorar: como liderar equipes quando metade delas não é feita de pessoas?

Átila Persici

6 min de leitura
Gestão de Pessoas
Mais da metade dos jovens trabalhadores já não acredita no valor de um diploma universitário — e esse é só o começo da revolução que está transformando o mercado de trabalho. Com uma relação pragmática com o emprego, a Geração Z encara o trabalho como negócio, não como projeto de vida, desafiando estruturas hierárquicas e modelos de carreira tradicionais. A pergunta que fica: as empresas estão prontas para se adaptar, ou insistirão em um sistema que não conversa mais com a principal força de trabalho do futuro?

Rubens Pimentel

4 min de leitura
Tecnologias exponenciais
US$ 4,4 trilhões anuais. Esse é o prêmio para empresas que souberem integrar agentes de IA autônomos até 2030 (McKinsey). Mas o verdadeiro desafio não é a tecnologia – é reconstruir processos, culturas e lideranças para uma era onde máquinas tomam decisões.

Vitor Maciel

6 min de leitura
ESG
Um ano depois e a chuva escancara desigualdades e nossa relação com o futuro

Anna Luísa Beserra

6 min de leitura
Empreendedorismo
Liderar na era digital: como a ousadia, a IA e a visão além do status quo estão redefinindo o sucesso empresarial

Bruno Padredi

5 min de leitura
Liderança
Conheça os 4 pilares de uma gestão eficaz propostos pelo Vice-Presidente da BossaBox

João Zanocelo

6 min de leitura
Inovação
Eventos não morreram, mas 78% dos participantes já rejeitam formatos ultrapassados. O OASIS Connection chega como antídoto: um laboratório vivo onde IA, wellness e conexões reais recriam o futuro dos negócios

Vanessa Chiarelli Schabbel

5 min de leitura
Marketing
Entenda por que 90% dos lançamentos fracassam quando ignoram a economia comportamental. O Nobel Daniel Kahneman revela como produtos são criados pela lógica, mas comprados pela emoção.

Priscila Alcântara

8 min de leitura
Liderança
Relatórios do ATD 2025 revelam: empresas skills-based se adaptam 40% mais rápido. O segredo? Trilhas de aprendizagem que falam a língua do negócio.

Caroline Verre

4 min de leitura