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Quem inspira você: a velha ou a nova economia?

O maior aprendizado de um gestor é deixar de ver as velhas empresas como sua principal fonte de inspiração

Tiago Mattos

é cofundador de diversas iniciativas empreendedoras, como a empresa de cursos livres Perestroika, internacionalizada. Escreveu...

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Você certamente conhece Ford, Walmart e Exxon Mobil. Não tenho dúvida de que sabe explicar os produtos e serviços dessas empresas, seus modelos de negócio e até listar alguns cases interessantes. 

Agora, me arrisco a dizer que você não tem o mesmo conhecimento sobre GitHub, Shapeways ou Kaggle.T alvez seja uma das primeiras vezes que ouve falar das três. Ford, Walmart e Exxon Mobil são grandes empresas, reconhecidas mundialmente e cheias de méritos. São gigantes, mas da velha economia. 

GitHub, Shapeways e Kaggle não são tão pujantes assim, porém as três estão no ranking das dez companhias mais exponenciais do mundo. Não é curioso que a gente conheça tão bem as três primeiras e tão pouco as três últimas? O mesmo fenômeno se repete com as empresas do Brasil. Você provavelmente conhece os gigantes nacionais, os nomes por trás desses gigantes e os cases de sucesso. 

Mas seu olhar também está atento à nova economia? Por exemplo: em 2014, a Cia. das Letras/Portfolio Penguin lançou o livro Empreendedorismo Criativo, que compilou as nove empresas brasileiras protagonistas da nova economia do País.  Você as conhece? Sabe o que fazem? Sabe por que são tão diferentes? Meu maior aprendizado como empreendedor foi deixar de ver a velha economia como inspiração.  As métricas de sucesso dessas empresas não fazem o menor sentido no mundo atual.  

As hierarquias, a operação sob o método de comando e controle, o fluxo linear, a departamentalização com hiperespecialistas: tudo isso é muito parecido com o final do século 18. Fui um dos primeiros brasileiros que se formaram e estudaram profundamente foresight & future studies. Hoje, sou futurista e ajudo empresas a entender as revoluções que estão por vir. 

Essa atividade, que me obriga a estar diretamente envolvido com lideranças de diferentes mercados, me ajuda a perceber como a velha economia ainda tem dificuldades de se reinventar. Veja, por exemplo, os números do grande estudo da Cisco, que entrevistou 941 líderes empresariais de todo o mundo, inclusive do Brasil. 

Com base nas respostas, conclui-se que 40% das empresas não sobreviverão ao novo paradigma digital. Uma parcela importante já sofrerá consequências nos próximos quatro anos. Não conheço nenhum empresário que se enxergue nesses 40%. Todos com quem converso, sem exceção, fazem um grande esforço para me contar das mudanças internas, das novas aquisições – e de como os concorrentes estão comendo poeira. 

Coincidência ou não, nenhum até hoje conseguiu me listar de cabeça as dez empresas mais exponenciais do mundo. Ou mudamos nossa inspiração, ou deixamos de existir. Você realmente acha que o futuro deixará espaço para a velha economia?

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