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A alquimia do outono

É tempo de recolhimento e desaceleração

Wilma Bolsoni

Terapeuta formada pela Barbara Brennan School of Healing, Estados Unidos, e professora certificada pelo HeartMath...

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Quando você imaginou que viveria momentos como os que estamos vivendo neste contexto de pandemia?

Difícil pensar que mais de 2 bilhões de pessoas estão em isolamento e que nenhum exército do mundo é capaz de conter esse minúsculo inimigo comum.

O distanciamento social entrou no Brasil seguido do outono, com dias lindos de céu azul e vento fresco. 

Passo meus dias de quarentena fora da cidade, junto à natureza, onde as estações ficam mais evidentes, marcadas pela vegetação que muda de cor.

Não pude deixar de observar com algum fascínio como o outono está inteligentemente conectado com o evento da quarentena. A estação chega interrompendo o frenesi do verão, pedindo desaceleração e recolhimento. Já do lado de dentro, pede para deixar ir aquilo que não serve mais. 

O outono traz a noite do tamanho do dia, pedindo equilíbrio entre luz e sombra, feminino e masculino, atividade e descanso. 

Seus dias trazem os sussurros do medo e da ansiedade para investigar sua fé na nova estação. 

E traz as perdas para permitir a chegada de ganhos na primavera!  

Não deixo de pensar em cada um de nós como árvores permitindo a queda de suas folhas enferrujadas, sendo despidas daquilo que não lhes cabe mais. 

O vento do outono em tempo de quarentena suplica por desapego, para que entremos mais leves no inverno rigoroso, que encontrará todos nós mais fragilizados. 

E, mais uma vez, a sabedoria do outono pede que a energia se concentre na essência, como a árvore, que mantém sua seiva mesmo com a queda das folhas.

Desejo que cada um de nós se entregue à alquimia do outono para poder renascer renovado na primavera!

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