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A indústria de alimentos deve buscar as startups (antes que seja tarde)

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São muitos os exemplos de startups e tecnologias que promoveram alterações radicais em mercados até então tidos como estáveis, provocando o desaparecimento de empresas reverenciadas. Transporte urbano, turismo, bancos, comunicação… Em todos esses setores temos uma história assim para contar. 

Com a revolução digital, inovações transformadoras têm muito mais chance de surgir em startups, porque, como gosto de destacar, costuma haver uma grande resistência interna a mudanças nas organizações estabelecidas. Não raro, a inovação é compartimentalizada e designada a uma gerência ou diretoria, quando deveria ser parte da cultura. 

Muitas corporações já perceberam isso e estão buscando maneiras de se aproximar de startups. Algumas simplesmente saem às compras de pequenas e promissoras empresas, mas correm o risco de, ao integrá-las a sua estrutura, acabarem matando o espírito inovador. Outras fazem melhor, optando por diferentes formatos de relacionamento que realmente lhes permitam preparar-se para as rupturas por vir. 

Na indústria de alimentos mundial, temos exemplos interessantes do segundo grupo. Quem tiver interesse pode conhecer a Chobani Incubator, uma iniciativa que seleciona, a cada seis meses, startups do setor de alimentos com ideias e propostas que podem sacudir o setor. Foi desenvolvida pela fabricante americana de iogurtes Chobani com o propósito de melhorar a qualidade dos alimentos e barateá-los, para que mais pessoas possam consumi-los. 

Em San Francisco, Califórnia, a Givaudan, multinacional suíça fabricante de aromas e fragrâncias, montou uma unidade de inovação – uma cozinha- -laboratório – para hospedar startups com potencial de transformação. 

No Brasil, no entanto, a indústria alimentícia parece ainda não ter despertado para as startups, talvez por ignorar a existência delas localmente. Na M Group, nós já as detectamos. Em nossa unidade de negócios dedicada a incubar projetos promissores, a Startando, trabalhamos já com dois projetos do setor, e um foi a Energia da Terra. 

Essa startup desenvolveu tecnologia inovadora para lavar, cortar e embalar a vácuo cana-de-açúcar em pequenas porções, sem conservantes, com vida de prateleira de 60 dias. Não somente porções de cana- -de-açúcar para mascar, em diferentes sabores, mas também para serem usadas como mexedor de café e de drinks. Sua inovação não é só de produto, mas de entendimento do mercado. Adapta-se à urbanização crescente e à maior demanda por comida saudável – o mercado de alimentos saudáveis movimentou R$ 96 bilhões no mundo em 2016, segundo dados da Euromonitor. Daí o conceito de pequenas porções fáceis de carregar e em tamanho ideal para um snack. 

Quantas oportunidades assim há hoje no Brasil?
Talvez muitas, mas continuarão a passar despercebidas pela indústria se esta não passar a se relacionar com as startups – antes que seja tarde demais.

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