Direto ao ponto

A Tesla conseguirá manter seu ímpeto?

Rahul Kapoor, professor da Wharton, acredita que se as montadoras entrarem no jogo fabricando veículos autônomos a companhia de Elon Musk será abalada

Compartilhar:

A fabricante de veículos elétricos e baterias Tesla e seu cofundador e CEO, Elon Musk, vêm surpreendendo o mundo com inovação e ações em alta. Mas agora eles enfrentam a pergunta inevitável: é possível manter esse ímpeto?
Se a Tesla conseguir dimensionar sua produção para reduzir custos e evitar a concorrência, a resposta é sim, afirma Rahul Kapoor, professor da Wharton School da University of Pennsylvania, em artigo no site da instituição. “A empresa pode ter problemas se as montadoras tradicionais conquistarem participação no mercado com veículos autônomos (VAs), ou se a tecnologia se tornar disponível gratuitamente”, disse o professor, que pesquisa a indústria automobilística no Programa de Inovação de Veículos e Mobilidade da Wharton.

Ele explica que os ganhos da Tesla são resultado de quatro trimestres consecutivos de lucros inclusive na pandemia; cumprimento de metas de entrega; expansão da capacidade de fabricação globalmente; domínio da tecnologia da bateria de armazenamento com redução de custos; e avanço das tecnologias para veículos elétricos (VE) e autônomos (VA).
Segundo Kapoor, o futuro do mercado está em saber o que as grandes montadoras em Detroit, na Europa ou na Ásia podem fazer para impulsionar seus negócios.

## Vantagem na escala
“A Tesla precisa aumentar a escala. Isso tornará cada vez mais difícil para os outros players alcançá-la”, observou Kapoor. Do ponto de vista da cadeia de fornecimento, faz todo o sentido, pois escala gera redução de custo e estimula o aumento da participação no mercado.

As montadoras tradicionais poderiam transformar suas empresas e competir com a Tesla, mas demoraram tanto a tomar essa decisão que ficaram em segundo plano. O pesquisador comprovou isso ao tentar comprar um carro. “Embora muitas marcas tenham VEs, não é algo que é oferecido quando tentam fazer uma venda.”

Para Kapoor, as montadoras tradicionais precisam ser mais agressivas ao ajudar seus clientes a fazer a transição para as novas tecnologias.

## O coringa Waymo
Nesse cenário, o coringa poderia ser a Waymo, uma subsidiária da Alphabet, pai do Google, que é vista como líder em tecnologia de VA. “A Waymo poderia fazer o que o Google fez para a indústria de smartphones, com o lançamento do Android”, explica.

Kapoor sugere que a disrupção pode vir das startups, mas a maior peça desse quebra-cabeças continua sendo o que as empresas estabelecidas podem fazer.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Há um fio entre Ada Lovelace e o CESAR

Fora do tempo e do espaço, talvez fosse improvável imaginar qualquer linha que me ligasse a Ada Lovelace. Mais improvável ainda seria incluir, nesse mesmo

Tecnologias exponenciais
A aplicação da inteligência artificial e um novo posicionamento da liderança tornam-se primordiais para uma gestão lean de portfólio

Renata Moreno

4 min de leitura
Finanças
Taxas de juros altas, inovação subfinanciada: o mapa para captar recursos em melhorias que já fazem parte do seu DNA operacional, mas nunca foram formalizadas como inovação.

Eline Casasola

5 min de leitura
Empreendedorismo
Contratar um Chief of Staff pode ser a solução que sua empresa precisa para ganhar agilidade e melhorar a governança

Carolina Santos Laboissiere

7 min de leitura
ESG
Quando 84% dos profissionais com deficiência relatam saúde mental afetada no trabalho, a nova NR-1 chega para transformar obrigação legal em oportunidade estratégica. Inclusão real nunca foi tão urgente

Carolina Ignarra

4 min de leitura
ESG
Brasil é o 2º no ranking mundial de burnout e 472 mil licenças em 2024 revelam a epidemia silenciosa que também atinge gestores.
5 min de leitura
Inovação
7 anos depois da reforma trabalhista, empresas ainda não entenderam: flexibilidade legal não basta quando a gestão continua presa ao relógio do século XIX. O resultado? Quiet quitting, burnout e talentos 45+ migrando para o modelo Talent as a Service

Juliana Ramalho

4 min de leitura
ESG
Brasil é o 4º país com mais crises de saúde mental no mundo e 500 mil afastamentos em 2023. As empresas que ignoram esse tsunami pagarão o preço em produtividade e talentos.

Nayara Teixeira

5 min de leitura
Tecnologias exponenciais
Empresas que integram IA preditiva e machine learning ao SAP reduzem custos operacionais em até 30% e antecipam crises em 80% dos casos.

Marcelo Korn

7 min de leitura
Empreendedorismo
Reinventar empresas, repensar sucesso. A megamorfose não é mais uma escolha e sim a única saída.

Alain S. Levi

4 min de leitura