Não sei se já aconteceu com vocês: há momentos em que tudo sai do lugar – dormimos menos, comemos mal, fazemos 15 reuniões por dia, começamos a ler e-mails depois das 18h, perdemos (mais) tempo refazendo coisas, perdemos a paciência com coisas que não têm a menor importância.
Quando acontece por breves períodos está tudo bem. Mas, e se o caos vira rotina? Aí a coisa pega. Pode virar burnout.
Eu lembro com frequência de um professor que dizia que “tudo muda sempre sobre uma base que não muda nunca”. A parte do “muda sempre” está diante de nós, num mundo que era VUCA (“volátil, incerto, complexo e ambíguo”, na sigla em inglês) e agora é BANI (“frágil, ansioso, não-linear e incompreensível”) nas necessidades constantes das organizações se reinventarem para dar conta da relação que temos com o trabalho.
Mas quando nos voltamos à parte que “não muda nunca”, me vem à cabeça o autoconhecimento. Ele foi importante no passado, continua importante hoje e nada nos leva a crer que isso mudará no futuro. Então, se a questão está sempre diante de nós, talvez seja um convite sincero para darmos atenção a isso.
Conhecer (ou reconhecer, se você preferir assim) o que nos alimenta e nos inspira, as nossas preferências, os nossos macetes e técnicas para sair de situações difíceis pode nos ajudar a não entrar no looping infinito do caos.
Não que o caos seja sempre negativo. De lá também saem boas ideias e experiências. O problema é quando vira um dreno de energia. Nesses casos, também não há uma receita mágica – o importante mesmo é a gente se conhecer.
Você precisa parar tudo e pegar uns dias para zerar a conta e recomeçar? Ioga ou meditação funciona? Sair com os amigos? Discutir a relação com a turma do trabalho? Mudar de trabalho? Ou mudar a sua relação com o trabalho? (o que é mais efetivo, vai por mim).
Talvez não exista uma técnica perfeita ou uma única saída. O importante mesmo é que a gente esteja com a máscara de oxigênio para poder colocar a máscara em quem está do nosso lado, se isso for preciso.