Gestão de Pessoas

Como desenvolver a empatia no ambiente de trabalho

Habilidades comunicacionais cada vez mais serão necessárias para que consigamos lidar com os processos cotidianos do futuro. Por isso, é hora de continuar o aprendizado contínuo e focar na maneira que estamos lidando com os nossos vínculos.
Daniela Cais Chieppe é mestre em fonoaudiologia, com ênfase em comunicação profissional pela PUC-SP, é fundadora da Consultoria Daniela Cais Comunicação Interpessoal. Embaixadora no Brasil do Google Development Group (GDG), mentora do Programa StartupSP do Sebrae-SP/Campinas, mentora da Rede Mulher Empreendedora, palestrante Power Speaker, credenciada à plataforma MeetHub, conselheira da Comunidade Open Innovation Brasil, professora do MBI (Master Business Innovation ) – UFSCar, uma das criadoras do curso de extensão Habilidades do Futuro, facilitadora de treinamentos corporativos na IE Business School - Madrid.

Compartilhar:

Toda vez que um conceito é repetidamente mencionado, corre-se o risco de que seu significado fique retido num emaranhado de definições que confundem sua apreensão. Portanto, o objetivo desse artigo é trazer luz à discussão sobre a importância da empatia para o desenvolvimento profissional.

Originalmente, empatia é a capacidade de considerar e compreender a perspectiva de outra pessoa diante de situações e contextos.

A demonstração de empatia pressupõe a necessidade de validar algo que não vivenciamos, incluindo sentimentos e reações do outro como legítimos. Talvez, mais importante que reconhecer a empatia como traço de caráter, seja percebê-la como uma habilidade a ser aprendida e que faz parte da competência comunicativa.

Para melhor explorar esse tema, proponho imaginar uma trilha que transforma as ações no ambiente de trabalho e ajuda a construir a estrutura empática dos relacionamentos.

__1. O primeiro passo é buscar abordar desafios por uma perspectiva diferente__

Imagine um problema ou situação visto pela perspectiva do membro da sua equipe. Mesmo que chegue a uma conclusão diferente da dele, poderá compreender melhor o seu processo de pensamento. Independente de concordar, exercite o diferenciar.

__2. Faça perguntas para entender__

Pergunte quais experiências levaram a uma conclusão específica. Considere os fatores que fizeram com que a pessoa se sentisse como refere. Por exemplo, se estiver conversando com um comprador que está insatisfeito com um produto, você pode perguntar sobre suas expectativas em relação ao produto e as especificidades de sua experiência. Insista em perguntas até que você compreenda, pois, a empatia vem com uma compreensão mais profunda do que aconteceu.

__3. Valide o sentimento do outro__

Em suas interações, repita as preocupações e as observações da pessoa com quem você está lidando para que ela saiba que você entende. Reconhecendo o que o outro sente, verbalmente, se estabelece uma conexão em acolhimento.

__4. O próximo passo é eleger uma linha de resolução__

A partir da escuta se identifica o motivo ou o objetivo dos argumentos do outro e, sempre que possível, este entendimento faz a empatia se evidenciar na interação. O outro se sente visto quando sua perspectiva é reconhecida.

__5. Ofertar ajuda__

É muito importante observar o ambiente de trabalho e, com sensibilidade, disponibilizar ajuda a quem precisa. Isto pode se relacionar com as tarefas do trabalho, projetos e novas disposições profissionais, como pode ser a percepção de que algo está acontecendo e interferindo no trabalho – uma perda, uma dificuldade, um conflito externo. A simples possibilidade de acolhimento é um movimento facilitador das relações que pode fazer a diferença.

__6. Desafie seus preconceitos__

Por fim, olhar para dentro é o maior desafio, pois temos facilidade em acolher as semelhanças e muita dificuldade em aceitar as diferenças, tornando ainda mais importante ouvir, observar e dialogar com pessoas que têm experiências diferentes. É necessário honestidade na análise íntima dos nossos vieses inconscientes.

Com isso, fica claro enxergar a empatia como habilidade desejável pelos empregadores, afinal, ela contribui para maiores e melhores conexões entre profissionais, transformando as interações em experiências positivas e propositivas. Isto é, times mais coesos, composições mais inteligentes e propostas mais fluentes, revertidas em resultados tangíveis e intangíveis – faturamento e engajamento, por exemplo.

Vale reforçar que sempre que falamos em empatia estamos falando de uma habilidade que se manifesta por meio dos nossos relacionamentos, ou seja, está sob o guarda-chuva da comunicação.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Calendário

Não, o ano ainda não acabou!

Em meio à letargia de fim de ano, um chamado à consciência: os últimos dias de 2024 são uma oportunidade valiosa de ressignificar trajetórias e construir propósito.

Empreendedorismo, ESG
01/01/2001
A maior parte do empreendedorismo brasileiro é feito por mulheres pretas e, mesmo assim, o crédito é majoritariamente dado às empresárias brancas. A que se deve essa diferença?
0 min de leitura
ESG, ESG, Diversidade
09/10/2050
Essa semana assistimos (atônitos!) a um CEO de uma empresa de educação postar, publicamente, sua visão sobre as mulheres.

Ana Flavia Martins

2 min de leitura
ESG
Em um mundo onde o lucro não pode mais ser o único objetivo, o Capitalismo Consciente surge como alternativa essencial para equilibrar pessoas, planeta e resultados financeiros.

Anna Luísa Beserra

3 min de leitura
Inteligência Artificial
Marcelo Murilo
Com a saturação de dados na internet e o risco de treinar IAs com informações recicladas, o verdadeiro potencial da inteligência artificial está nos dados internos das empresas. Ao explorar seus próprios registros, as organizações podem gerar insights exclusivos, otimizar operações e criar uma vantagem competitiva sólida.
13 min de leitura
Estratégia e Execução, Gestão de Pessoas
As pesquisas mostram que o capital humano deve ser priorizado para fomentar a criatividade e a inovação – mas por que ainda não incentivamos isso no dia a dia das empresas?
3 min de leitura
Transformação Digital
A complexidade nas organizações está aumentando cada vez mais e integrar diferentes sistemas se torna uma das principais dores para as grandes empresas.

Paulo Veloso

0 min de leitura
ESG, Liderança
Tati Carrelli
3 min de leitura