“Reconstruir melhor” é uma expressão cunhada pela força-tarefa das Nações Unidas encarregada de criar planos melhores de recuperação de desastres. Para eles, reconstruir melhor significa usar a recuperação depois de calamidades – no caso, terremotos, tsunamis e furacões – a fim de restaurar sistemas sociais equitativos, revitalizar moradias e proteger o ambiente.
Segundo Kaplan, diante da crise da Covid-19, reconstruir melhor significa honrar os compromissos com os stakeholders defendidos tenazmente no ano passado, quando as 180 empresas integrantes do Business Roundtable redefiniram o propósito das empresas e prometeram mudar o foco dos shareholders para os stakeholders.
Para isso, é fundamental redesenhar o trabalho. Salário digno, licença e assistência médica, e mais segurança resolverão muitas das profundas desigualdades que a pandemia colocou ainda mais claramente em foco. Por muitos anos, as empresas resistiram a fornecer esses benefícios.
Algumas, porém, demonstram durante a pandemia que isso é possível. Aldi, Anheuser-Busch, Danone e Nestlé, entre outras, aumentaram a remuneração de trabalhadores essenciais. Dominion Energy, SimpliPhi e S&P Global estão oferecendo mais licenças remuneradas por doença; e até mesmo o Uber está oferecendo duas semanas de licença médica remunerada para seus motoristas. Agora que o antes impensável foi realizado, parece difícil voltar aos velhos tempos.
Hoje, trabalhadores essenciais estão sendo aplaudidos por arriscarem sua própria segurança para fornecer alimentos, transportar mercadorias e cuidar dos doentes. No entanto, eles têm historicamente recebido salários notoriamente baixos com poucos benefícios. “Achamos que podemos voltar ao velho normal, quando trabalhadores de supermercados, cuidadores e enfermeiros, trabalhadores agrícolas e entregadores mal conseguem sobreviver?”, pergunta Kaplan.
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