Desenvolvimento pessoal

Copo cheio, copo vazio

Entender onde estamos neste ciclo de perdas e ganhos talvez seja a melhor maneira de atravessar e tirar alguma lição desta crise
Jornalista com ampla experiência nas áreas de negócios, inovação e tecnologia. Especializado em produção de conteúdo para veículos de mídia, branded content e gestão de projetos multiplataforma (online, impresso e eventos). Vencedor dos prêmios Citi Journalistic Excellence Award e Editora Globo de Jornalismo. Também é gerente de conteúdo da HSM Management.

Compartilhar:

Na teoria, a relação entre crise e aprendizado parece óbvia. Afinal de contas, é na dificuldade que nos forçamos a procurar novos caminhos, nem que seja por absoluta necessidade. Mas, como tudo na vida, a realidade é bem mais complexa do que a timeline do LinkedIn tenta nos convencer. Como todos nós descobrimos, nem sempre é fácil enxergar o lado cheio do copo quando se está no olho do furacão. Motivação é diferente de ingenuidade. Por isso, é importante se permitir um certo grau de pessimismo e ansiedade em relação ao cenário atual.

O tal do “novo normal” levará anos para ser percebido e absorvido em toda a sua complexidade. E talvez seja muito parecido com o normal que já conhecemos. Como será o amanhã? Responda quem puder. Tentar antecipar cenários é fundamental em uma economia orientada pela previsibilidade. Mas a adaptação aos desafios do presente tem se mostrado cada vez mais urgente. Assim como a certeza de que nossos planos, por melhores que sejam, quase nunca saem como o esperado.

Começar do zero é uma arte diretamente ligada à nossa capacidade de contabilizar perdas. E acho que podemos dizer, com pouca margem de erro, que todos nós perdemos alguma coisa nos últimos meses. Viver e aceitar esse período de luto é essencial para ter a força e a clareza necessárias para novos começos, muitos deles do zero. Alguns chamam isso de resiliência. Prefiro entender como abertura e flexibilidade.

Enquanto olhamos para um futuro incerto, voltamos às origens de uma das características mais básicas de nossa espécie: a curiosidade. E não vamos nos enganar. Estamos muito mais próximos das cavernas do que gostamos de imaginar. O que nos mantém longe delas é, em boa parte, nossa curiosidade. Instinto de sobrevivência nunca fez mal a ninguém. Mas o que nos trouxe até aqui foi a nossa capacidade de buscar e compartilhar aprendizado. Um ciclo que se repete diversas vezes em nossas vidas há milênios.

Jornadas de conhecimento nem sempre são óbvias, sobretudo em cenários complexos. Na maioria das vezes, lições de momentos difíceis só aparecem quando olhamos no retrovisor. Entender onde estamos nesse ciclo de perdas e ganhos talvez seja a melhor maneira de atravessar e tirar alguma lição dessa crise. E o primeiro passo para encontrar novos caminhos quando ela passar.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Competitividade da Indústria Brasileira diante do Protecionismo Global

A recente vitória de Donald Trump nos EUA reaviva o debate sobre o protecionismo, colocando em risco o acesso do Brasil ao segundo maior destino de suas exportações. Porém, o país ainda não está preparado para enfrentar esse cenário. Sua grande vulnerabilidade está na dependência de um número restrito de mercados e produtos primários, com pouca diversificação e investimentos em inovação.

Mercado de RevOps desponta e se destaca com crescimento acima da média 

O Revenue Operations (RevOps) está em franca expansão global, com estimativa de que 75% das empresas o adotarão até 2025. No Brasil, empresas líderes, como a 8D Hubify, já ultrapassaram as expectativas, mais que dobrando o faturamento e triplicando o lucro ao integrar marketing, vendas e sucesso do cliente. A Inteligência Artificial é peça-chave nessa transformação, automatizando interações para maior personalização e eficiência.

Uso de PDI tem sido negligenciado nas companhias

Apesar de ser uma ferramenta essencial para o desenvolvimento de colaboradores, o Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) vem sendo negligenciado por empresas no Brasil. Pesquisa da Mereo mostra que apenas 60% das companhias avaliadas possuem PDIs cadastrados, com queda no engajamento de 2022 para 2023.

Regulamentação da IA: Como empresas podem conciliar responsabilidades éticas e inovação? 

A inteligência artificial (IA) está revolucionando o mundo dos negócios, mas seu avanço rápido exige uma discussão sobre regulamentação. Enquanto a Europa avança com regras para garantir benefícios éticos, os EUA priorizam a liberdade econômica. No Brasil, startups e empresas se mobilizam para aproveitar as vantagens competitivas da IA, mas aguardam um marco legal claro.

Governança estratégica: a gestão de riscos psicossociais integrada à performance corporativa

A gestão de riscos psicossociais ganha espaço nos conselhos, impulsionada por perdas estimadas em US$ 3 trilhões ao ano. No Brasil, a atualização da NR1 exige que empresas avaliem e gerenciem sistematicamente esses riscos. Essa mudança reflete o reconhecimento de que funcionários saudáveis são mais produtivos, com estudos mostrando retornos de até R$ 4 para cada R$ 1 investido

Inteligência Artificial
Marcelo Murilo
Com a saturação de dados na internet e o risco de treinar IAs com informações recicladas, o verdadeiro potencial da inteligência artificial está nos dados internos das empresas. Ao explorar seus próprios registros, as organizações podem gerar insights exclusivos, otimizar operações e criar uma vantagem competitiva sólida.
13 min de leitura
Estratégia e Execução, Gestão de Pessoas
As pesquisas mostram que o capital humano deve ser priorizado para fomentar a criatividade e a inovação – mas por que ainda não incentivamos isso no dia a dia das empresas?
3 min de leitura
Transformação Digital
A complexidade nas organizações está aumentando cada vez mais e integrar diferentes sistemas se torna uma das principais dores para as grandes empresas.

Paulo Veloso

0 min de leitura
ESG, Liderança
Tati Carrelli
3 min de leitura
Gestão de Pessoas, Liderança, Times e Cultura
Como o ferramental dessa ciência se bem aplicado e conectado em momentos decisivos de projetos transforma o resultado de jornadas do consumidor e clientes, passando por lançamento de produtos ou até de calibragem de público-alvo.

Carol Zatorre

0 min de leitura
Gestão de Pessoas, Estratégia e Execução, Liderança, Times e Cultura, Saúde Mental

Carine Roos

5 min de leitura