Assunto pessoal

Dá para vencer o perfeccionismo?

Dizem que ele é uma Praga que aflige especialmente as mulheres. a Boa notícia: tem cura

Compartilhar:

Perfeccionismo cansa. E nos mantêm sempre ocupados. Esse mal se revela, por exemplo, com metas inatingíveis e uma autoestima totalmente ligada à produtividade. Como costuma ser algo positivo para as empresas, não é fácil combatê-lo. Sheila Vijeyarasa, empresária, coach e autora de livros sobre o assunto, afirma, em artigo para a publicação neozelandesa Good Magazine, que precisou de coragem para se assumir imperfeita, já que ser qualquer coisa menos que perfeita soa como um fracasso.
Ao longo dos anos, ela desenvolveu um roteiro em cinco passos para combater esse hábito, que usa para orientar seus clientes.

__1. Tomar consciência.__ Esse costuma ser um ponto cego para muitas pessoas. Por isso, Vijeyarasa começa seu trabalho de coach com perguntas como: “Você sempre tem de ser o melhor no que faz?”, “Aceita ser o segundo melhor?”, “Acha que merece punição ou crítica quando comete erros?”, “Pensa que nada do que faz é bom o suficiente?”. Se respondeu “sim” a essas questões, você pode estar adotando uma visão em preto e branco da vida – uma visão perfeccionista.

__2. Encontrar a origem.__ Segundo a autora, não nascemos perfeccionistas, mas nos tornamos a partir da infância, quando nos ensinam que o amor é mensurável e não é incondicional. Quando entendemos onde o perfeccionismo começa, podemos identificar o que gerou o padrão e, assim, quebrá-lo. Ela explica que é útil identificar esses momentos da infância e descrevê-los em um diário, para ter uma perspectiva e refletir a respeito.

__3. Reconhecer que é difícil romper esse padrão.__ Superar o perfeccionismo pode parecer impossível. Ser workaholic é uma das expressões do perfeccionismo – até porque, em geral, é no trabalho que somos mais recompensados. Então, tenha compaixão por si mesmo e aceite que é um traço realmente difícil de superar.

__4. Entender o impacto negativo.__ O momento ahá para os clientes de Vijeyarasa, segundo ela, é quando descobrem que o custo do perfeccionismo é maior do que os benefícios. Perfeccionistas podem ser antissociais, já que costumam ser críticos com quem não atinge seus padrões. Podem ter dificuldades para aprofundar relações. Também podem ser rígidos no trabalho, além de fazer colegas e subordinados sentirem-se aquém das expectativas. Perfeccionistas também tendem à procrastinação, por medo de não serem… perfeitos. Frequentemente o corpo também padece, com exaustão e até burnout.

__5. Usar os fracassos como lições.__ Mesmo que esses passos não sejam o suficiente para ajudá-la (ou ajudá-lo), ainda resta uma esperança. “Quando a vida decide que cansou do nosso perfeccionismo, ela conspira para nos liberar”, diz Vijeyarasa. Separação, demissão, fechamento de empresa são algumas maneiras. “Esses ‘fracassos’ nos ensinam que falhar é ok. Nós sobrevivemos.” Segundo ela, é possível compreender que podemos ser amados e aceitos com imperfeições. Acontece quando baixamos as barras impossíveis e nos damos a chance de crescer verdadeiramente.

Compartilhar:

Artigos relacionados

O futuro dos eventos: conexões que transformam

Eventos não morreram, mas 78% dos participantes já rejeitam formatos ultrapassados. O OASIS Connection chega como antídoto: um laboratório vivo onde IA, wellness e conexões reais recriam o futuro dos negócios

Finanças
A inovação em rede é essencial para impulsionar P&D e enfrentar desafios globais, como a descarbonização, mas exige estratégias claras, governança robusta e integração entre atores para superar mitos e maximizar o impacto dos investimentos em ciência e tecnologia

Clarisse Gomes

8 min de leitura
Empreendedorismo
O empreendedorismo no Brasil avança com 90 milhões de aspirantes, enquanto a advocacia se moderniza com dados e estratégias inovadoras, mostrando que sucesso exige resiliência, visão de longo prazo e preparo para as oportunidades do futuro

André Coura e Antônio Silvério Neto

5 min de leitura
ESG
A atualização da NR-1, que inclui riscos psicossociais a partir de 2025, exige uma gestão de riscos mais estratégica e integrada, abrindo oportunidades para empresas que adotarem tecnologia e prevenção como vantagem competitiva, reduzindo custos e fortalecendo a saúde organizacional.

Rodrigo Tanus

8 min de leitura
ESG
O bem-estar dos colaboradores é prioridade nas empresas pós-pandemia, com benefícios flexíveis e saúde mental no centro das estratégias para reter talentos, aumentar produtividade e reduzir turnover, enquanto o mercado de benefícios cresce globalmente.

Charles Schweitzer

5 min de leitura
Finanças
Com projeções de US$ 525 bilhões até 2030, a Creator Economy busca superar desafios como dependência de algoritmos e desigualdade na monetização, adotando ferramentas financeiras e estratégias inovadoras.

Paulo Robilloti

6 min de leitura
ESG
Adotar o 'Best Before' no Brasil pode reduzir o desperdício de alimentos, mas demanda conscientização e mudanças na cadeia logística para funcionar

Lucas Infante

4 min de leitura
Tecnologias exponenciais
No SXSW 2025, a robótica ganhou destaque como tecnologia transformadora, com aplicações que vão da saúde e criatividade à exploração espacial, mas ainda enfrenta desafios de escalabilidade e adaptação ao mundo real.

Renate Fuchs

6 min de leitura
Inovação
No SXSW 2025, Flavio Pripas, General Partner da Staged Ventures, reflete sobre IA como ferramenta para conexões humanas, inovação responsável e um futuro de abundância tecnológica.

Flávio Pripas

5 min de leitura
ESG
Home office + algoritmos = epidemia de solidão? Pesquisa Hibou revela que 57% dos brasileiros produzem mais em times multidisciplinares - no SXSW, Harvard e Deloitte apontam o caminho: reconexão intencional (5-3-1) e curiosidade vulnerável como antídotos para a atrofia social pós-Covid

Ligia Mello

6 min de leitura
Empreendedorismo
Em um mundo de incertezas, os conselhos de administração precisam ser estratégicos, transparentes e ágeis, atuando em parceria com CEOs para enfrentar desafios como ESG, governança de dados e dilemas éticos da IA

Sérgio Simões

6 min de leitura