A temática saúde mental tem ganhado muito espaço nos últimos anos devido ao avanço dos estudos e da compreensão. Nesse sentido, hoje em dia, com mais mecanismos e atenção às consequências desse problema, é sabido que eles são capazes de impactar a qualidade de vida em todos os aspectos, inclusive no âmbito profissional. No Brasil, a saúde mental está entre as grandes causas de afastamento de pessoas dos ambientes de trabalho.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), quatro em cada dez brasileiros já tiveram problemas de ansiedade. Além disso, o The Wall Street Journal informou que problemas na saúde mental geram um impacto econômico de cerca de US$1 trilhão em perda de produtividade, o que significa uma estrutura organizacional afetada.
A promoção de saúde mental no ambiente corporativo envolve desde a criação de um espaço mais seguro para atuar até a promoção, manutenção e recuperação da saúde física e mental. Dessa forma, é importante identificar quando o estresse pode resultar em um adoecimento, prejudicando a vida do trabalhador, incluindo sua performance. Além disso, também diz respeito à qualidade das relações interpessoais com os colegas de equipe e os supervisores.
Portanto, quando os colaboradores estão saudáveis, confiantes e confortáveis, estão propensos a serem mais produtivos, engajados e motivados. Muito além de melhorar o resultado de seus serviços, o rendimento e o nível de satisfação também aumentam. As corporações, por sua vez, devem sinalizar a importância da escuta do trabalhador para fomentar um clima organizacional saudável, de apoio e empatia, cenário que evita conflitos e tende a mitigar erros.
Devido ao aumento de conhecimento e preocupação com a saúde mental, o trabalhador valoriza muito mais uma organização que conta com programas de apoio, assim como buscam equilibrar a vida pessoal com a profissional. Junto a isso, é preciso que as organizações estejam atentas ao ambiente laboral ofertado, realizando também avaliações periódicas dos fatores de risco psicossocial para que os identifiquem e façam o manejo adequado.
Nesse sentido, algumas políticas e estratégias são essenciais no dia a dia da companhia. Criar um ambiente saudável, respeitoso e livre de discriminação, permite que os trabalhadores tenham mais liberdade para serem quem são. Assim, o ambiente saudável será mais propenso às execuções e entregas de qualidade.
Além disso, criar hábitos de conscientização e educação são essenciais. Nesse sentido, fornecer treinamento e outras informações sobre a saúde mental pode ajudar os membros da empresa a entender melhor do que se trata e a fazer uma auto-avaliação, reduzindo, também, o estigma associado ao tema. Dessa forma, o trabalhador terá mais condições de análise e compreensão das situações, para que possa agir diante delas e também pedir ajuda quando necessário. Palestras, oficinas e programas de conscientização são caminhos possíveis.
Nesse caso, oferecer aconselhamento também é uma estratégia bastante efetiva, de modo que as organizações podem disponibilizar serviços de apoio psicológicos, seja por meio de uma parceria com prestadores externos ou internos. É importante oferecer caminhos seguros para que o colaborador busque ajuda ou sinalize situações inadequadas e existem muitas estratégias para isso, uma delas é a confidencialidade, por exemplo.
Ainda, promover o autocuidado é necessário. Nesse sentido, incentivar os trabalhadores a realizar uma atividade física, a tomar pausas regulares e encorajar outras práticas de autocuidado pode melhorar a concentração e regular o sono do funcionário, fazendo com que esteja menos disperso. Estabelecer parcerias com academias, por exemplo, influencia que os membros da instituição tenham mais cuidado com a sua saúde.
Por fim, reforço que a preocupação com a saúde mental nas empresas pode garantir uma vida melhor para o contratado. A saúde preservada diminui o turnover, o absenteísmo e os afastamentos por CID-f, por exemplo, que são indicadores bastante sensíveis quando o assunto é oneração para a organização. Ainda, a preocupação com a saúde mental, junto a ações eficazes e monitoradas, contribuem para um ambiente laboral mais saudável, o que traz um efeito para a produtividade dos trabalhadores. Esse cenário certamente é mais favorável para uma organização com entregas melhores e que contribuem de forma ativa para o lucro.