Diversidade e Inclusão ou só “D&I”. O que antes eram práticas isoladas de algumas empresas preocupadas com o tema, agora virou até nome de área dentro de muitas organizações. E mais: estratégias de D&I estão permeando produtos, influenciando o mundo da música e da política, e ganhando ares de disrupção no mundo dos negócios. Vejamos alguns exemplos anunciados recentemente:
• A Mattel, gigante da indústria de brinquedos que fabrica a Barbie, lançou a linha “Creatable World”, com bonecos sem gênero “feitos para manterem todos os rótulos de fora e convidar todo mundo a participar”, como diz a propaganda.
• A revista Time, que desde 2014 publica uma lista chamada “Next Generation Leaders”, destacou este ano a drag queen Pabllo Vittar como personalidade que vem influenciando os cenários cultural e político no Brasil no que tange à causa LGBT+. Além de Vittar, David Miranda, deputado estadual pelo Rio de Janeiro que luta pela mesma causa, aparece ao lado de outros 20 jovens de diferentes países.
• Audrey Gelman, CEO e fundadora da The Wing, estampou a capa da revista de negócios Inc. e deixou muita gente de queixo caído. Pela primeira vez uma mulher visivelmente grávida aparece na capa de uma revista de negócios e joga luz sobre um tema também pouco tratado pelas organizações: a flexibilidade (ou a falta dela) para profissionais que se tornam mães e desejam dedicar tempo à família, sem deixar suas carreiras de lado.
Três casos que ilustram uma transformação em curso mas que, apesar da visibilidade, escondem números ainda pouco animadores. Em uma pesquisa inédita realizada em parceria com a Opinion Box com 2.025 profissionais [veja mais na página 55], HSM Management destaca:
• 37% dos profissionais afirmam que já houve algum caso de discriminação na empresa em que trabalha.
• 10% não gostariam de ter um chefe com uma orientação sexual diferente da dele e
• 8% teriam dificuldade em ter um chefe de uma raça diferente da sua.
Discriminação, preconceito e vieses inconscientes retardam o avanço das empresas em políticas de D&I, mas quem os supera já consegue comprovar resultados: ambientes mais inovadores, pessoas mais engajadas e maior produtividade estão entre os mais citados. Descobrimos também que a diversidade tem muitas vozes e isso nos fez mudar o caminho editorial deste dossiê: ao invés de compilarmos dados, fatos e depoimentos, decidimos dar voz à diversidade. Como? Cedendo a quem mais entende do assunto o que temos de mais nobre em uma revista impressa: nossas páginas.