Uncategorized

E a startup que existe dentro da sua empresa?

você sabe o que está fazendo com ela? É melhor saber, porque, se tiver de escolher uma única medida para seu negócio se tornar mais inovador, que seja estimular os intraempreendedores
Considerado um dos empreendedores que mais impactaram o ecossistema brasileiro de startups, foi cofundador do SEED, uma das principais aceleradoras da América Latina, e atua há mais de dez anos em projetos de inovação pública e privada.

Compartilhar:

Toda vez que se fala em inovação no Brasil, parece haver um descolamento entre o falar e o fazer. quer uma prova? Confira as posições pouco auspiciosas que o país sempre ocupa nos rankings globais de competitividade, lembrando todas as evidências sobre a importante relação entre inovação e competitividade. 

Obviamente, a inovação só é sentida em médio e longo prazos. mas o que tem sido posto em prática hoje para de fato tornarmos nossas organizações mais inovadoras e competitivas? tem-se feito, por exemplo, o diagnóstico da dor (da não inovação) que se deseja curar? diagnosticar é imprescindível, porque, embora muitos insistam em associar inovação à descoberta do novo (isso está mais para invenção), inovar é, principalmente, dar uma solução objetiva e estruturada para problemas reais e concretos, solução essa capaz de criar oportunidades e vantagens comparativas, gerar ganhos de eficiência ou reduzir riscos de negócios. 

Assim, o primeiro passo é diagnosticar de maneira precisa o problema real e concreto que se deseja resolver, bem como identificar os que mais sofrem suas consequências. tem-se mexido em time que está ganhando? Sim, isso também é necessário, porque, ao contrário do que se possa imaginar, a inovação precisa mexer em time que está ganhando, pois da ruptura com o presente dependem os caminhos emergentes para o futuro. e os obstáculos culturais? pois é, um dos principais obstáculos à inovação é a cultura, o conjunto visível e invisível de normas, valores e padrões que em grande medida determinam quais os comportamentos desejados e quais devem ser repreendidos, levando as organizações à inércia. Não há receita de como mudar uma cultura, mas, quando olhamos para lugares como o mítico Vale do Silício, na Califórnia, vemos ingredientes culturais interessantes: um ambiente que é competitivo e colaborativo ao mesmo tempo, a existência de incentivos para que ideias ganhem vida, a enorme diversidade de empreendedores – incluindo os questionadores, os desajustados e os hackers. 

Como dizia Joseph Schumpeter, o “pai” da economia da inovação, os empreendedores, dentro ou fora das empresas, são os principais agentes da inovação (e da destruição criativa). Nossas organizações deveriam, neste momento, estar se reinventando como pequenos ecossistemas onde pode florescer uma nova cultura pró-inovação – isto é, menos avessa ao risco, menos punitiva aos erros, mais livre, adaptativa e com mais confiança de que todos podem propor e criar, como o que se observa em empresas como Google e Zappos, entre outras. 

A construção dessa nova cultura organizacional demanda tempo, disciplina e uma longa sucessão de esforços, assim como dão trabalho o diagnóstico dos problemas e a mexida em times vencedores. Se fosse para tomar só uma iniciativa a fim de começar a mudar, eu escolheria um radical estímulo ao intraempreendedorismo. A você, que está dentro de uma empresa, eu digo: arrisque-se.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Finanças
Programas como Finep, Embrapii e a Plataforma Inovação para a Indústria demonstram como a captação de recursos não apenas viabiliza projetos, mas também estimula a colaboração interinstitucional, reduz riscos e fortalece o ecossistema de inovação. Esse modelo de cocriação, aliado ao suporte financeiro, acelera a transformação de ideias em soluções aplicáveis, promovendo um mercado mais dinâmico e competitivo.

Eline Casasola

4 min de leitura
Empreendedorismo
No mundo corporativo, insistir em abordagens tradicionais pode ser como buscar manualmente uma agulha no palheiro — ineficiente e lento. Mas e se, em vez de procurar, queimássemos o palheiro? Empresas como Slack e IBM mostraram que inovação exige romper com estruturas ultrapassadas e abraçar mudanças radicais.

Lilian Cruz

5 min de leitura
ESG
Conheça as 8 habilidades necessárias para que o profissional sênior esteja em consonância com o conceito de trabalhabilidade

Cris Sabbag

6 min de leitura
ESG
No mundo corporativo, onde a transparência é imperativa, a Washingmania expõe a desconexão entre discurso e prática. Ser autêntico não é mais uma opção, mas uma necessidade estratégica para líderes que desejam prosperar e construir confiança real.

Marcelo Murilo

8 min de leitura
Empreendedorismo
Em um mundo onde as empresas têm mais ferramentas do que nunca para inovar, por que parecem tão frágeis diante da mudança? A resposta pode estar na desconexão entre estratégia, gestão, cultura e inovação — um erro que custa bilhões e mina a capacidade crítica das organizações

Átila Persici

0 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A ascensão da DeepSeek desafia a supremacia dos modelos ocidentais de inteligência artificial, mas seu avanço não representa um triunfo da democratização tecnológica. Embora promova acessibilidade, a IA chinesa segue alinhada aos interesses estratégicos do governo de Pequim, ampliando o debate sobre viés e controle da informação. No cenário global, a disputa entre gigantes como OpenAI, Google e agora a DeepSeek não se trata de ética ou inclusão, mas sim de hegemonia tecnológica. Sem uma governança global eficaz, a IA continuará sendo um instrumento de poder nas mãos de poucos.

Carine Roos

5 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A revolução da Inteligência Artificial está remodelando o mercado de trabalho, impulsionando a necessidade de upskilling e reskilling como estratégias essenciais para a competitividade profissional. Empresas como a SAP já investem pesadamente na requalificação de talentos, enquanto pesquisas indicam que a maioria dos trabalhadores enxerga a IA como uma aliada, não uma ameaça.

Daniel Campos Neto

6 min de leitura
Marketing
Empresas que compreendem essa transformação colhem benefícios significativos, pois os consumidores valorizam tanto a experiência quanto os produtos e serviços oferecidos. A Inteligência Artificial (IA) e a automação desempenham um papel fundamental nesse processo, permitindo a resolução ágil de demandas repetitivas por meio de chatbots e assistentes virtuais, enquanto profissionais se concentram em interações mais complexas e empáticas.

Gustavo Nascimento

4 min de leitura
Empreendedorismo
Pela primeira vez, o LinkedIn ultrapassa o Google e já é o segundo principal canal das empresas brasileiras. E o seu negócio, está pronto para essa nova era da comunicação?

Bruna Lopes de Barros

5 min de leitura
ESG
O etarismo continua sendo um desafio silencioso no ambiente corporativo, afetando tanto profissionais experientes quanto jovens talentos. Mais do que uma questão de idade, essa barreira limita a inovação e prejudica a cultura organizacional. Pesquisas indicam que equipes intergeracionais são mais criativas e produtivas, tornando essencial que empresas invistam na diversidade etária como um ativo estratégico.

Cleide Cavalcante

4 min de leitura