ESG, Liderança, times e cultura, Liderança

Entenda como o combate ao etarismo pode ser uma estratégia inteligente nos negócios

Conheça e entenda como transformar o etarismo em uma oportunidade de negócio com Marcelo Murilo, VP de inovação e tecnologia da Benner e conselheiro do Instituto Capitalismo Consciente.
Co-Fundador e VP de Inovação e Tecnologia do Grupo Benner, Palestrante, Mentor, Conselheiro, Embaixador e membro do Senior Advisory Board do Instituto Capitalismo Consciente Brasil, Embaixador e Membro da Comissão ESG da Board Academy BR e Especialista do Gerson Lehrman Group e da Coleman Research – Fala sobre Inovação, Governança e ESG.

Compartilhar:

O etarismo, ou preconceito etário, é frequentemente visto como um obstáculo no ambiente de trabalho. No entanto, quando abordado de forma estratégica, pode se transformar em uma poderosa ferramenta para inovação e sustentabilidade. Em um mundo corporativo em rápida mudança, onde a diversidade e a inclusão são imperativos, reconhecer e valorizar a contribuição de colaboradores de todas as idades é crucial para o sucesso das empresas.

Executivos enfrentam o duplo desafio de combater o etarismo dentro de suas organizações e de planejar suas próprias transições de carreira. À medida que a população envelhece e as carreiras se estendem, as empresas que adotam uma abordagem estratégica para a diversidade etária não apenas promovem justiça e equidade, mas também obtêm vantagens competitivas significativas. A preparação cuidadosa e proativa para a transição de liderança garante que o conhecimento e a experiência sejam preservados e que a empresa continue a prosperar.

Neste contexto, a gestão estratégica do etarismo se torna uma necessidade. Líderes visionários reconhecem que a inclusão etária é essencial para o desenvolvimento sustentável da organização. Ao implementar políticas que promovam a diversidade e ao planejar suas transições de carreira com antecedência, esses executivos asseguram que a empresa esteja preparada para enfrentar os desafios futuros.

# O Cenário Atual do Etarismo

O etarismo, é um fenômeno que tem se tornado cada vez mais evidente no ambiente corporativo. Trata-se do preconceito e discriminação baseados na idade, que pode afetar tanto os trabalhadores mais jovens quanto os mais velhos. Contudo, os profissionais mais experientes frequentemente enfrentam barreiras significativas em suas carreiras, desde a dificuldade de reinserção no mercado de trabalho até a exclusão de oportunidades de promoção e desenvolvimento.

Estudos recentes indicam que o etarismo é um problema global. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada duas pessoas no mundo mantém atitudes etaristas. No ambiente de trabalho, essa realidade se traduz em um preconceito que pode impactar a autoestima, a produtividade e a saúde mental dos colaboradores seniores. Além disso, empresas que não valorizam a diversidade etária podem perder talentos valiosos e a riqueza de experiências que esses profissionais trazem.

O envelhecimento da população é uma tendência demográfica inevitável. Estima-se que, até 2050, a população mundial de pessoas com 60 anos ou mais deverá duplicar, atingindo cerca de 2 bilhões. No Brasil, essa realidade já está presente: o país está envelhecendo rapidamente e, segundo o IBGE, até 2060, cerca de 32% da população será composta por idosos. Essa mudança demográfica impõe novos desafios e exige uma revisão das políticas e práticas de gestão de pessoas.
Em contrapartida, as novas gerações que ingressam no mercado de trabalho trazem consigo valores e expectativas diferentes. Os jovens profissionais valorizam ambientes de trabalho inclusivos, inovadores e que ofereçam oportunidades de aprendizado e crescimento contínuo.

Para as empresas, isso significa a necessidade de equilibrar a experiência dos colaboradores mais velhos com a energia e as novas ideias dos mais jovens.
Combater o etarismo não é apenas uma questão de justiça social, mas também uma estratégia inteligente de negócios. Organizações que promovem a diversidade etária tendem a ser mais inovadoras e adaptáveis. A diversidade de idades traz diferentes perspectivas, o que pode levar a melhores decisões e soluções mais criativas para os problemas empresariais. Além disso, clientes e parceiros de negócios cada vez mais valorizam empresas que demonstram compromisso com a inclusão e a responsabilidade social.

Portanto, entender o cenário atual do etarismo e agir para mitigá-lo é essencial para qualquer empresa que deseja se manter competitiva e relevante no mercado. Os altos executivos têm um papel crucial nesse processo, liderando pelo exemplo e implementando políticas que promovam a inclusão e valorizem a diversidade etária em todos os níveis da organização.

# Impactos do Etarismo nas Organizações

O etarismo nas organizações pode ter efeitos profundos e multifacetados, afetando não apenas os indivíduos diretamente impactados, mas também a cultura organizacional, a inovação e a competitividade da empresa. Quando profissionais são julgados e discriminados com base em sua idade, a empresa sofre perdas significativas em termos de talento, conhecimento e moral.

Uma das consequências mais diretas do etarismo é a exclusão de trabalhadores experientes das oportunidades de emprego. Profissionais seniores frequentemente enfrentam barreiras durante o processo de recrutamento, onde suposições sobre sua capacidade de adaptação à tecnologia ou sua energia para acompanhar o ritmo da empresa podem prejudicar suas chances. Esse preconceito pode levar a uma perda de valiosos conhecimentos institucionais e experiência prática que são cruciais para o sucesso de longo prazo.

Além disso, o etarismo pode se manifestar em promoções e oportunidades de desenvolvimento. Colaboradores mais velhos podem ser preteridos em favor de profissionais mais jovens, baseando- se em estereótipos sobre inovação e dinamismo. Isso não apenas desmotiva os colaboradores seniores, mas também cria uma cultura de insatisfação e desvalorização dentro da empresa.

Estudos demonstram que trabalhadores que se sentem valorizados e reconhecidos são significativamente mais produtivos e leais à empresa.

A falta de diversidade etária pode também afetar a inovação. Empresas que não valorizam a contribuição dos trabalhadores mais velhos perdem a oportunidade de aproveitar uma ampla gama de experiências e perspectivas. A inovação surge frequentemente da combinação de diferentes pontos de vista e experiências variadas. Ignorar a sabedoria acumulada dos trabalhadores mais velhos pode limitar a capacidade da empresa de desenvolver soluções criativas e eficazes.

O impacto financeiro do etarismo também não pode ser subestimado. De acordo com um estudo da AARP – American Association of Retired Persons, o etarismo custa à economia dos Estados Unidos cerca de US$ 850 bilhões anualmente. Este valor reflete a perda de produtividade, os custos associados ao desemprego de longa duração entre os trabalhadores mais velhos e o impacto negativo na saúde mental e física desses profissionais. Empresas que não combatem o etarismo podem enfrentar maiores taxas de rotatividade, custos de recrutamento e treinamento, e potenciais litígios relacionados à discriminação.

Culturalmente, o etarismo pode corroer a coesão e a moral dentro da organização. Quando os colaboradores percebem que a idade pode ser um fator determinante para o crescimento e reconhecimento, isso pode gerar um ambiente de trabalho tóxico. Os funcionários mais jovens podem internalizar essas atitudes, perpetuando o ciclo de discriminação e desvalorização. Um ambiente de trabalho inclusivo e respeitoso, por outro lado, promove a colaboração, o aprendizado contínuo e a lealdade.

A questão do etarismo também tem uma dimensão ética e de responsabilidade social. Empresas são parte integrante da sociedade e têm a responsabilidade de refletir e promover os valores de equidade e inclusão. Negligenciar o combate ao etarismo é negligenciar o compromisso com a justiça social e a dignidade humana.

Para mitigar os impactos do etarismo, é crucial que os executivos tomem medidas proativas. Isso inclui a implementação de políticas de diversidade e inclusão que explicitamente abordem a discriminação etária, programas de treinamento para gestores e colaboradores sobre os benefícios da diversidade etária, e a promoção de uma cultura de respeito e valorização de todas as idades. Somente assim as organizações podem garantir um ambiente de trabalho saudável, inovador e justo, que não apenas reconhece, mas celebra a contribuição de todos os seus colaboradores, independentemente da idade.

# O Papel dos Executivos na Promoção da Inclusão Etária

Executivos desempenham um papel fundamental na criação e sustentação de uma cultura organizacional que valorize a diversidade etária. Sua liderança e compromisso com a inclusão são essenciais para combater o etarismo e garantir um ambiente de trabalho equitativo e produtivo.

Aqui estão algumas estratégias que os líderes podem adotar para promover a inclusão etária nas suas organizações:

__1. Definir Expectativas Claras e Mensuráveis__

A primeira etapa para promover a inclusão etária é estabelecer metas claras e mensuráveis para a diversidade etária. Os executivos devem definir políticas que promovam a contratação, retenção e desenvolvimento de colaboradores de todas as idades. Essas metas devem ser incorporadas nos objetivos estratégicos da empresa e monitoradas regularmente para garantir progresso.

__2. Treinamento e Sensibilização__

Os executivos devem implementar programas de treinamento que abordem o etarismo e promovam a conscientização sobre seus impactos negativos. Esses programas devem ser obrigatórios para todos os níveis da organização e incluir tópicos como preconceitos inconscientes, benefícios da diversidade etária e práticas de inclusão. A sensibilização contínua é crucial para mudar atitudes e comportamentos arraigados.

__3. Revisão de Políticas de RH__

Revisar e adaptar as políticas de recursos humanos para eliminar barreiras que possam discriminar colaboradores com base na idade é essencial. Isso inclui políticas de recrutamento, desenvolvimento de carreira, avaliações de desempenho e benefícios. As práticas de contratação devem ser inclusivas e focadas em habilidades e competências, e não em estereótipos relacionados à idade.

__4. Promoção de Carreiras Longas e Diversificadas__

Executivos devem promover uma cultura que valorize carreiras longas e diversificadas, encorajando o desenvolvimento contínuo de todos os colaboradores. Isso pode incluir programas de mentoria reversa, onde colaboradores mais jovens e mais velhos aprendem uns com os outros, e oportunidades de requalificação e treinamento para manter todos atualizados com as novas tecnologias e práticas do setor.

__5. Criação de Ambientes de Trabalho__

Flexíveis Ambientes de trabalho flexíveis podem ajudar a acomodar as necessidades de colaboradores em diferentes estágios da vida. Horários flexíveis, trabalho remoto e programas de aposentadoria parcial podem tornar o ambiente de trabalho mais acessível e atraente para profissionais seniores. A flexibilidade demonstra o compromisso da empresa com o bem-estar de todos os seus colaboradores.

__6. Exemplificar a Inclusão pelo Exemplo__

Os executivos devem liderar pelo exemplo, demonstrando em suas próprias ações e decisões o valor que dão à diversidade etária. Isso inclui a defesa ativa da inclusão em reuniões e eventos da empresa, bem como a celebração das conquistas de colaboradores de todas as idades. Quando os líderes demonstram seu compromisso com a inclusão, eles inspiram outros a fazer o mesmo.

__7. Promover a Comunicação Aberta e Transparente__

Uma comunicação aberta e transparente é fundamental para promover a inclusão. Executivos devem incentivar um diálogo aberto sobre questões de etarismo e diversidade etária, criando canais para que os colaboradores compartilhem suas preocupações e sugestões. Ouvir atentamente e responder de maneira construtiva às preocupações dos funcionários ajuda a construir um ambiente de confiança e respeito mútuo.

__8. Medir e Reportar Progresso__

É crucial que os executivos estabeleçam métricas para avaliar o progresso da inclusão etária e relatem esses dados regularmente. Isso inclui monitorar a representação etária em diferentes níveis da organização, analisar taxas de rotatividade e satisfação dos colaboradores mais velhos, e avaliar o impacto das iniciativas de inclusão. Relatórios transparentes ajudam a identificar áreas de melhoria e demonstram o compromisso da empresa com a diversidade.

Ao adotar essas estratégias, os executivos podem criar uma cultura organizacional que valorize a contribuição de colaboradores de todas as idades, promovendo um ambiente de trabalho inclusivo, inovador e equitativo. A liderança proativa e o compromisso com a inclusão etária são essenciais para combater o etarismo e garantir que a empresa se beneficie da riqueza de experiências e perspectivas que uma força de trabalho diversificada oferece.

# A Transição de Carreira dos Executivos

À medida que os executivos avançam em suas carreiras, a transição de liderança torna-se um tópico inevitável e crucial. Planejar essa transição não é apenas uma questão de garantir a continuidade da organização, mas também de respeitar e valorizar a trajetória do executivo que está deixando o posto. Com o envelhecimento da população e a crescente longevidade das carreiras, é fundamental que os líderes reflitam sobre quando e como realizar essa transição de maneira eficaz e digna.

__1. Reconhecendo o Momento Certo para a Transição__

Identificar o momento certo para a transição é uma habilidade crítica para qualquer líder. Alguns sinais indicativos podem incluir uma diminuição no entusiasmo ou na energia para enfrentar desafios diários, dificuldades em acompanhar inovações tecnológicas ou mudanças no mercado, ou até mesmo a realização pessoal e profissional de ter atingido os objetivos estabelecidos ao longo da carreira.

O reconhecimento honesto desses sinais permite que o executivo planeje a transição de forma proativa, em vez de ser forçado a agir sob pressão.

__2. Desenvolvendo um Plano de Sucessão__

Eficaz Um plano de sucessão bem estruturado é vital para garantir uma transição suave e eficiente. Este plano deve ser desenvolvido com antecedência e incluir a identificação de potenciais sucessores dentro da organização, oferecendo-lhes oportunidades de desenvolvimento e exposição a responsabilidades crescentes. A preparação de sucessores envolve mentoria, treinamento e delegação gradual de tarefas, garantindo que os futuros líderes estejam prontos para assumir suas novas funções com confiança e competência.

__3. Comunicando a Transição de Forma Transparente__

A comunicação clara e transparente sobre a transição é essencial para manter a confiança e a moral dentro da organização. Os executivos devem anunciar sua intenção de transição com antecedência suficiente, permitindo que todos os stakeholders se preparem adequadamente. Essa comunicação deve incluir os motivos para a transição, os benefícios para a organização e os passos que serão tomados para garantir uma continuidade tranquila.

__4. Reavaliando Objetivos Pessoais e Profissionais__

A transição de carreira é um momento propício para os executivos reavaliarem seus objetivos pessoais e profissionais. Isso pode envolver explorar novas oportunidades de consultoria, mentoria, palestras, ou até mesmo iniciar novos empreendimentos. Além disso, muitos executivos encontram satisfação em retribuir à sociedade por meio de envolvimento em organizações sem fins lucrativos ou iniciativas comunitárias. Reavaliar e redefinir objetivos ajuda a manter a motivação e a satisfação pessoal após a transição.

__5. Buscando Apoio Profissional__

A transição de carreira pode ser um período desafiador e emocionalmente carregado. Buscar apoio profissional, como coaching executivo ou consultoria de carreira, pode fornecer orientação valiosa e ajudar os líderes a navegar por essa fase com maior clareza e propósito. O apoio externo também pode ajudar na identificação de novas oportunidades e na construção de um plano de ação sólido para o futuro.

__6. Promovendo uma Cultura de Transição Positiva__

Criar uma cultura organizacional que valorize e normalize as transições de carreira é fundamental para o sucesso contínuo da empresa. Quando a transição é vista como uma parte natural e positiva do ciclo de vida organizacional, os colaboradores sentem-se mais seguros e apoiados em suas próprias trajetórias. Isso inclui celebrar as contribuições dos líderes que estão saindo e acolher novas perspectivas e ideias trazidas pelos sucessores.

__7. Garantindo a Transferência de Conhecimento__

A transferência de conhecimento é um componente crucial de qualquer transição de liderança. Os executivos devem documentar seus processos, decisões e estratégias, além de compartilhar suas experiências e insights com os sucessores. Sessões de mentoria e reuniões de transferência de conhecimento são maneiras eficazes de garantir que o legado do executivo continue a beneficiar a organização após sua saída.

__8. Preparando-se para o Futuro__

Finalmente, os executivos devem estar preparados para a vida após a transição. Isso pode envolver o planejamento financeiro, a exploração de novas paixões e interesses, e o estabelecimento de uma nova rotina que ofereça propósito e satisfação. Manter-se ativo e envolvido, seja por meio de trabalho voluntário, atividades recreativas ou novas aventuras profissionais, ajuda a garantir uma transição gratificante e enriquecedora.

Executivos que abordam a transição de carreira com planejamento estratégico e uma perspectiva positiva não apenas garantem uma continuidade eficaz para suas organizações, mas também encontram novas formas de realização e contribuição. A preparação cuidadosa e a comunicação aberta são as chaves para transformar este desafio em uma oportunidade de crescimento tanto para o líder quanto para a empresa.

# Preparação para a Transição: Recomendações Práticas

A transição de carreira de um executivo é um processo complexo que exige planejamento meticuloso e execução cuidadosa. Para garantir que essa mudança seja bem-sucedida, tanto para o executivo quanto para a organização, algumas recomendações práticas podem ser seguidas:

__1. Iniciar o Planejamento com Antecedência__

O planejamento da transição deve começar bem antes da data prevista para a saída do executivo. Um período de preparação de 18 a 24 meses é ideal para desenvolver um plano de sucessão robusto e garantir que todos os processos estejam alinhados. Esse período permite identificar e preparar sucessores potenciais, garantindo que eles recebam o treinamento e a experiência necessários para assumir o novo papel com eficácia.

__2. Estabelecer um Comitê de Sucessão__

Formar um comitê de sucessão dentro do conselho de administração pode ajudar a supervisionar e guiar o processo de transição. Este comitê deve incluir membros do conselho, líderes seniores e, se possível, consultores externos. O comitê será responsável por definir critérios de seleção, avaliar candidatos internos e externos e monitorar o progresso do plano de sucessão.

__3. Identificar e Desenvolver Talentos Internos__

A identificação de talentos internos que possam assumir posições de liderança é um passo crítico. Avaliações de desempenho regulares e feedback contínuo podem ajudar a identificar colaboradores com potencial para crescer dentro da organização. Programas de desenvolvimento de liderança, coaching e mentoria são essenciais para preparar esses indivíduos para suas futuras responsabilidades.

__4. Implementar Programas de Mentoria__

Programas de mentoria estruturados permitem que o executivo que está saindo transfira conhecimento e experiência diretamente para seu sucessor. Sessões regulares de mentoria e acompanhamento ajudam a garantir que o sucessor esteja bem- preparado para assumir o novo papel. Esse processo também permite que o sucessor faça perguntas e obtenha conselhos sobre desafios específicos que pode enfrentar.

__5. Comunicar Claramente o Plano de Transição__

A comunicação clara e transparente é essencial para o sucesso da transição. Todos os stakeholders, incluindo funcionários, investidores e parceiros de negócios, devem ser informados sobre o plano de transição, o cronograma e os motivos por trás da mudança. Comunicar de forma eficaz ajuda a manter a confiança e a moral alta durante o período de transição.

__6. Documentar Conhecimentos e Processos Críticos__

Documentar conhecimentos institucionais e processos críticos é fundamental para garantir continuidade. O executivo que está saindo deve trabalhar com sua equipe para criar manuais, guias de procedimentos e relatórios detalhados que cubram suas responsabilidades e práticas de gestão. Essa documentação servirá como um recurso valioso para o sucessor e outros membros da equipe.

__7. Realizar Avaliações Periódicas do Progresso__

O progresso do plano de sucessão deve ser avaliado regularmente pelo comitê de sucessão. Essas avaliações devem incluir feedback de todos os envolvidos no processo, incluindo o sucessor, o executivo que está saindo e outros líderes seniores. Ajustes podem ser feitos conforme necessário para garantir que o plano esteja no caminho certo.

__8. Promover uma Cultura de Aprendizado e Adaptação__

A promoção de uma cultura de aprendizado contínuo e adaptação é crucial para o sucesso de qualquer transição de liderança. Incentivar a equipe a participar de treinamentos, workshops e outras oportunidades de desenvolvimento profissional ajuda a manter a organização ágil e preparada para mudanças. Uma cultura de aprendizado contínuo também apoia o sucessor, proporcionando-lhe as ferramentas necessárias para enfrentar novos desafios.

__9. Envolver Consultores Externos Quando Necessário__

Consultores externos podem oferecer uma perspectiva imparcial e expertise adicional durante o processo de transição. Eles podem ajudar na avaliação de candidatos, fornecer treinamento especializado e garantir que as melhores práticas de sucessão sejam seguidas. A colaboração com consultores externos pode agregar valor significativo ao processo de transição.

__10. Preparar o Executivo para a Próxima Fase__

Finalmente, é importante preparar o executivo que está saindo para sua próxima fase de vida, seja na aposentadoria, em novas oportunidades de carreira ou em atividades de consultoria. Isso pode incluir planejamento financeiro, aconselhamento de carreira e suporte emocional. Garantir que o executivo esteja bem preparado para essa transição pessoal é tão importante quanto a preparação do sucessor.

A preparação cuidadosa e proativa para a transição de carreira dos executivos não apenas assegura a continuidade e o sucesso da organização, mas também respeita e valoriza a contribuição dos líderes que estão saindo. A adoção dessas recomendações práticas pode transformar a transição de um desafio potencial em uma oportunidade para o crescimento e a inovação organizacional.

# Por fim…

A gestão estratégica do etarismo e a preparação para a transição de carreira são pilares fundamentais para a longevidade e o sucesso das organizações. Líderes visionários que incorporam a inclusão etária em suas estratégias criam ambientes de trabalho dinâmicos, resilientes e inovadores. Esses executivos não apenas preparam seus sucessores, mas também deixam um legado de diversidade e inclusão que fortalece a organização a longo prazo.

Ao valorizar a experiência dos colaboradores seniores e integrar suas perspectivas com a energia das gerações mais jovens, as empresas se posicionam para enfrentar os desafios do futuro com criatividade e adaptabilidade. O uso estratégico do etarismo não é apenas uma resposta a uma necessidade social, mas uma decisão de negócios inteligente que promove um crescimento sustentável e contínuo.

Executivos que planejam suas transições de carreira com antecedência, utilizando consultorias e mentorias, garantem uma passagem de bastão tranquila e eficaz. Essas práticas não apenas asseguram a continuidade organizacional, mas também refletem um compromisso genuíno com a inclusão e a responsabilidade social. Em um mundo onde a mudança é a única constante, liderar com visão e integridade é o que distingue os verdadeiros líderes e garante a prosperidade duradoura de suas organizações.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Uso de PDI tem sido negligenciado nas companhias

Apesar de ser uma ferramenta essencial para o desenvolvimento de colaboradores, o Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) vem sendo negligenciado por empresas no Brasil. Pesquisa da Mereo mostra que apenas 60% das companhias avaliadas possuem PDIs cadastrados, com queda no engajamento de 2022 para 2023.

Regulamentação da IA: Como empresas podem conciliar responsabilidades éticas e inovação? 

A inteligência artificial (IA) está revolucionando o mundo dos negócios, mas seu avanço rápido exige uma discussão sobre regulamentação. Enquanto a Europa avança com regras para garantir benefícios éticos, os EUA priorizam a liberdade econômica. No Brasil, startups e empresas se mobilizam para aproveitar as vantagens competitivas da IA, mas aguardam um marco legal claro.

Governança estratégica: a gestão de riscos psicossociais integrada à performance corporativa

A gestão de riscos psicossociais ganha espaço nos conselhos, impulsionada por perdas estimadas em US$ 3 trilhões ao ano. No Brasil, a atualização da NR1 exige que empresas avaliem e gerenciem sistematicamente esses riscos. Essa mudança reflete o reconhecimento de que funcionários saudáveis são mais produtivos, com estudos mostrando retornos de até R$ 4 para cada R$ 1 investido

Uncategorized
A saúde mental da mulher brasileira enfrenta desafios complexos, exacerbados por sobrecarga de responsabilidades, desigualdade de gênero e falta de apoio, exigindo ações urgentes para promover equilíbrio e bem-estar.

Letícia de Oliveira Alves e Ana Paula Moura Rodrigues

ESG
A crescente frequência de desastres naturais destaca a importância crucial de uma gestão hídrica urbana eficaz, com as "cidades-esponja" emergindo como soluções inovadoras para enfrentar os desafios climáticos globais e promover a resiliência urbana.

Guilherme Hoppe

Gestão de Pessoas
Como podemos entender e praticar o verdadeiro networking para nos beneficiar!

Galo Lopez

Cultura organizacional, Gestão de pessoas, Liderança, times e cultura, Liderança
Na coluna deste mês, Alexandre Waclawovsky explora o impacto das lideranças autoritárias e como os colaboradores estão percebendo seu próprio impacto no trabalho.

Alexandre Waclawovsky

Marketing Business Driven, Comunidades: Marketing Makers, Marketing e vendas
Eis que Philip Kotler lança, com outros colegas, o livro “Marketing H2H: A Jornada do Marketing Human to Human” e eu me lembro desse tema ser tão especial para mim que falei sobre ele no meu primeiro artigo publicado no Linkedin, em 2018. Mas, o que será que mudou de lá para cá?

Juliana Burza

Transformação Digital, ESG
A inteligência artificial (IA) está no centro de uma das maiores revoluções tecnológicas da nossa era, transformando indústrias e redefinindo modelos de negócios. No entanto, é crucial perguntar: a sua estratégia de IA é um movimento desesperado para agradar o mercado ou uma abordagem estruturada, com métricas claras e foco em resultados concretos?

Marcelo Murilo

Liderança, times e cultura, Cultura organizacional
Com a informação se tornando uma commoditie crucial, as organizações que não adotarem uma cultura data-driven, que utiliza dados para orientar decisões e estratégias, vão ficar pelo caminho. Entenda estratégias que podem te ajudar neste processo!

Felipe Mello

Gestão de Pessoas
Conheça o framework SHIFT pela consultora da HSM, Carol Olinda.

Carol Olinda

Melhores para o Brasil 2022
Entenda como você pode criar pontes para o futuro pós-pandemia, nos Highlights de uma conversa entre Marina gorbis, do iftf, e Martha gabriel

Martha Gabriel e Marina Gorbis

Liderança, times e cultura, Liderança, Gestão de pessoas
No texto do mês da nossa colunista Maria Augusta, a autora trouxe 5 pontos cruciais para você desenvolver uma liderança antifrágil na prática. Não deixe de conferir!

Maria Augusta Orofino