Assunto pessoal

Estresse no Home office

No Brasil, pesquisa da Torabit mostra como anda o desejo pelo trabalho remoto, instituído praticamente à força pela necessidade de distanciamento social

Compartilhar:

Segundo dados do IBGE de junho de 2020, 8,8 milhões de brasileiros aderiram ao home office em razão da pandemia. A partir desses dados, a plataforma de monitoramento digital Torabit verificou como os usuários de redes sociais estão encarando o trabalho remoto.

Entre os meses de maio a setembro, a Torabit analisou aproximadamente 635 mil menções ao tema “home office” nas principais plataformas de mídias sociais – Facebook, Twitter, Instagram e YouTube.

A pesquisa foi feita por inteligência artificial, e revelou que a maioria das postagens é neutra. Há compartilhamento de piadas e de notícias a respeito do assunto. Entre os contra e a favor, 27% defendem a continuação do trabalho remoto, e 20% são contrários à ideia. Para os demais, é indiferente.

As piadas foram o assunto mais frequente, com 28% das menções. Na sequência, apareceram questões envolvendo equipamentos de trabalho (15%), produtividade (14%), carga horária (7%) e acesso à internet (5%).

Os temas que geraram maior percentual de menções positivas foram vagas de emprego (80%), vestuário (75%) e legislação (50%). Entre os assuntos que mais produziram críticas, estão trabalho doméstico (67%), acesso à internet (62%), saúde (60%) e carga horária (59%).

Depois de quatro meses seguidos com mais de 100 mil posts sobre o tema nas redes, setembro apresentou queda, com 89 mil menções, o que pode estar relacionado à reabertura física de muitos dos escritórios. Em relação ao gênero, a maior parte das menções foi feita por mulheres, 56% do total.

Os problemas mais citados foram:

__Equipamentos de Trabalho __– A cadeira foi o item mais citado, com relatos de problemas na coluna provocados por equipamentos inadequados.
Produtividade – As principais reclamações dizem respeito à quantidade de reuniões e às questões domésticas, como preparo das refeições, limpeza e os cuidados com filhos.
__Carga horária __– 59% das menções foram negativas. Usuários trabalharam mais em home office.
__Internet__ – 62% das menções foram negativas, com reclamações por instabilidade na rede ou queda no serviço, o que impossibilita o cumprimento do trabalho.
__Vestuário__ – A não obrigatoriedade de se arrumar e a libertação do uso de sutiã foram vistas como positivas pela maioria das pessoas.
__Vagas__ – A divulgação de vagas em regime de home office foi muito compartilhada nas redes sociais.
__Legislação__ – Há comentários sobre a falta de regras e de fiscalização do trabalho remoto.
__Trabalho doméstico__ – 67% dos comentários foram negativos. Há relatos de cansaço com as atividades domésticas, muitas vezes realizadas nos intervalos entre reuniões.
__Saúde__ – A maior parte das menções é relacionada a reclamações por estresse ou dores nas costas.
__Horário das menções__ – A maior parte concentrou-se no horário comercial, com crescimento a partir das 10h e queda forte a partir das 18h.
__UF__ – São Paulo foi o estado com a maior quantidade de menções (28%), seguido por Rio de Janeiro (18%), Minas Gerais (8%), Paraná (6%) e Rio Grande do Sul (5%).

## Quem sofre mais?
Outra pesquisa, realizada por especialistas da University of Texas, em Austin, procurou avaliar que tipo de pessoa sofre mais em home office, pois muito se falava sobre a dificuldade dos extrovertidos, distantes de seus colegas.
O site da revista Fast Company divulgou a pesquisa do Texas, e a conclusão é que os extrovertidos estão bem, obrigado. Os pesquisadores acompanharam cerca de 700 profissionais a cada duas semanas desde o início do isolamento. Eles descobriram que extroversão ou introversão não eram indicadores de sucesso no home office. Mas outros fatores eram.

Sofre mais, por exemplo, quem é mais gentil e empático. “Esse traço é associado à tendência de um indivíduo para manter relacionamentos positivos, sentir as emoções dos outros”, diz Andrew Brodsky, professor assistente de administração da University of Texas. Pessoas altamente cuidadosas e conscientes, mas que ficam ansiosas e com medo sob pressão, também tiveram mais problemas para se adaptar ao trabalho totalmente virtual.

No que diz respeito aos extrovertidos, eles sabem que precisam de conexões. “Aparentemente, usaram os recursos à disposição para conseguir o que precisavam”, diz Brodsky.

Há alguns desafios gerais que muitos profissionais estão sentindo, independentemente do tipo de personalidade. Primeiro, há mais pressão de tempo. Os sinais de que você fez um bom trabalho – feedback sobre o progresso, elogios – não estão presentes como no escritório. Portanto, pode ser difícil avaliar se você está trabalhando o suficiente ou atendendo às expectativas. Se essas dúvidas surgem, é um bom momento de conversar com seu gestor.

Para os pesquisadores, ao contrário de apenas se sentir infeliz com uma situação, o ideal é estar ciente do que está causando esses sentimentos ou emoções.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Competitividade da Indústria Brasileira diante do Protecionismo Global

A recente vitória de Donald Trump nos EUA reaviva o debate sobre o protecionismo, colocando em risco o acesso do Brasil ao segundo maior destino de suas exportações. Porém, o país ainda não está preparado para enfrentar esse cenário. Sua grande vulnerabilidade está na dependência de um número restrito de mercados e produtos primários, com pouca diversificação e investimentos em inovação.

Mercado de RevOps desponta e se destaca com crescimento acima da média 

O Revenue Operations (RevOps) está em franca expansão global, com estimativa de que 75% das empresas o adotarão até 2025. No Brasil, empresas líderes, como a 8D Hubify, já ultrapassaram as expectativas, mais que dobrando o faturamento e triplicando o lucro ao integrar marketing, vendas e sucesso do cliente. A Inteligência Artificial é peça-chave nessa transformação, automatizando interações para maior personalização e eficiência.

Uso de PDI tem sido negligenciado nas companhias

Apesar de ser uma ferramenta essencial para o desenvolvimento de colaboradores, o Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) vem sendo negligenciado por empresas no Brasil. Pesquisa da Mereo mostra que apenas 60% das companhias avaliadas possuem PDIs cadastrados, com queda no engajamento de 2022 para 2023.

Regulamentação da IA: Como empresas podem conciliar responsabilidades éticas e inovação? 

A inteligência artificial (IA) está revolucionando o mundo dos negócios, mas seu avanço rápido exige uma discussão sobre regulamentação. Enquanto a Europa avança com regras para garantir benefícios éticos, os EUA priorizam a liberdade econômica. No Brasil, startups e empresas se mobilizam para aproveitar as vantagens competitivas da IA, mas aguardam um marco legal claro.

Governança estratégica: a gestão de riscos psicossociais integrada à performance corporativa

A gestão de riscos psicossociais ganha espaço nos conselhos, impulsionada por perdas estimadas em US$ 3 trilhões ao ano. No Brasil, a atualização da NR1 exige que empresas avaliem e gerenciem sistematicamente esses riscos. Essa mudança reflete o reconhecimento de que funcionários saudáveis são mais produtivos, com estudos mostrando retornos de até R$ 4 para cada R$ 1 investido

Inteligência artificial e gestão, Transformação Digital
A GenAI é uma ótima opção para nos ajudar em questões cotidianas, principalmente em nossos negócios. Porém, precisamos ter cautela e parar essa reprodutibilidade desenfreada.

Rafael Rez

Transformação Digital
A preocupação com o RH atual é crescente e fizemos questão de questionar alguns pontos viscerais existentes que Ricardo Maravalhas, CEO da DPOnet, trouxe com clareza e paciência.

HSM Management

Uncategorized
A saúde mental da mulher brasileira enfrenta desafios complexos, exacerbados por sobrecarga de responsabilidades, desigualdade de gênero e falta de apoio, exigindo ações urgentes para promover equilíbrio e bem-estar.

Letícia de Oliveira Alves e Ana Paula Moura Rodrigues

ESG
A crescente frequência de desastres naturais destaca a importância crucial de uma gestão hídrica urbana eficaz, com as "cidades-esponja" emergindo como soluções inovadoras para enfrentar os desafios climáticos globais e promover a resiliência urbana.

Guilherme Hoppe

Gestão de Pessoas
Como podemos entender e praticar o verdadeiro networking para nos beneficiar!

Galo Lopez

Cultura organizacional, Gestão de pessoas, Liderança, times e cultura, Liderança
Na coluna deste mês, Alexandre Waclawovsky explora o impacto das lideranças autoritárias e como os colaboradores estão percebendo seu próprio impacto no trabalho.

Alexandre Waclawovsky

Marketing Business Driven, Comunidades: Marketing Makers, Marketing e vendas
Eis que Philip Kotler lança, com outros colegas, o livro “Marketing H2H: A Jornada do Marketing Human to Human” e eu me lembro desse tema ser tão especial para mim que falei sobre ele no meu primeiro artigo publicado no Linkedin, em 2018. Mas, o que será que mudou de lá para cá?

Juliana Burza

Transformação Digital, ESG
A inteligência artificial (IA) está no centro de uma das maiores revoluções tecnológicas da nossa era, transformando indústrias e redefinindo modelos de negócios. No entanto, é crucial perguntar: a sua estratégia de IA é um movimento desesperado para agradar o mercado ou uma abordagem estruturada, com métricas claras e foco em resultados concretos?

Marcelo Murilo

Liderança, times e cultura, Cultura organizacional
Com a informação se tornando uma commoditie crucial, as organizações que não adotarem uma cultura data-driven, que utiliza dados para orientar decisões e estratégias, vão ficar pelo caminho. Entenda estratégias que podem te ajudar neste processo!

Felipe Mello

Gestão de Pessoas
Conheça o framework SHIFT pela consultora da HSM, Carol Olinda.

Carol Olinda