Dossiê HSM

Gestão mudará tudo: Ativos, líderes, cultura

Para a academia, o encolhimento dos escritórios empresariais promete criar um novo design de organização, com liderança distribuída e cultura corporativa humanizada
Sandra Regina da Silva é colaboradora de HSM Management.

Compartilhar:

Daqui a 50 anos, talvez as pessoas vejam as organizações com a curiosidade com que vemos peças nos museus. Essa parece ser uma possibilidade real diante da visão dos acadêmicos entrevistados por HSM Management quanto a mudanças no desenho das empresas.

O trabalho remoto e a digitalização, acelerados durante a pandemia de Covid-19, semearam mudanças em três frentes, que acabarão por metamorfosear as empresas no futuro.

## Ativos como serviço
Os escritórios administrativos devem mudar muito, primeiro em busca de uma melhor gestão patrimonial. Alguns serão mantidos, para questões confidenciais e de branding, mas encolherão – e as estações de trabalho individuais devem dar lugar a mais salas de reunião; outros vão sumir, já que as reuniões podem acontecer em coworkings.

Será a era dos ativos como serviço, diz Elaine Tavares, do Coppead-UFRJ. “Mas, com o tempo, os gestores vão entender que espaços devem preservar como próprios.”

## Líder descentralizador
“O papel do líder mudará bastante”, diz Tavares, “e essa é a mudança que mais me anima”. Em sua visão, o líder ficará menos centralizador com o trabalho distribuído, e isso vai virar uma vantagem competitiva, porque os (colaboradores) brasileiros têm “incerteza e adaptação na veia”.

Além disso, a tomada de decisão será muito diferente, na opinião de David Kallás, do Insper. Os grandes volumes de dados que virão graças à digitalização e à inteligência artificial reinventarão o processo decisório.

Fábio Borges, da ESPM-SP, por sua vez, aposta que o líder ficará mais humanizado conforme se incluam grupos minorizados. “Ele, ou ela, deixará no passado a abordagem de resultado a qualquer custo e entrará na busca de resultados possíveis, dependendo das condições para que a equipe os atinja”, explica.

## Cultura desafiada pelas pessoas
Em razão de tudo isso, a cultura organizacional vai ser cada vez mais desafiada a se humanizar e se agilizar. “E no curto prazo”, diz Tavares.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Jornada de trabalho

Redução da jornada: um passo para a saúde mental e inclusão no trabalho

A redução da jornada para 36 horas semanais vai além do bem-estar: promove saúde mental, equidade de gênero e inclusão no trabalho. Dados mostram como essa mudança beneficia especialmente mulheres negras, aliviando a sobrecarga de tarefas e ampliando oportunidades. Combinada a modelos híbridos, fortalece a produtividade e a retenção de talentos.

Gestão de Pessoas
Um convite para refletir sobre como o Brasil pode superar barreiras internas, abraçar sua identidade cultural e se posicionar como protagonista no cenário global

Angelina Bejgrowicz

11 min de leitura
Uncategorized
A redução da jornada para 36 horas semanais vai além do bem-estar: promove saúde mental, equidade de gênero e inclusão no trabalho. Dados mostram como essa mudança beneficia especialmente mulheres negras, aliviando a sobrecarga de tarefas e ampliando oportunidades. Combinada a modelos híbridos, fortalece a produtividade e a retenção de talentos.

Carine Roos

4 min de leitura
Inovação
Hábitos culturais e volume de usuários dão protagonismo ao Brasil na evolução de serviços financeiros por aplicativos de mensageria

Rodrigo Battella

0 min de leitura
Uncategorized
Este modelo que nasceu da necessidade na pandemia agora impulsiona o engajamento, reduz custos e redefine a gestão. Para líderes, o desafio é alinhar flexibilidade, cultura organizacional e performance em um mercado cada vez mais dinâmico.

Ana Fontes

4 min de leitura
Uncategorized
Na era digital, os dados emergem como o ativo mais estratégico, capaz de direcionar decisões, impulsionar inovações e assegurar vantagem competitiva. Transformar esse vasto volume de informações em valor concreto exige infraestrutura robusta, segurança aprimorada e governança ética, elementos essenciais para fortalecer a confiança e a sustentabilidade nos negócios.

Marcelo Murilo

7 min de leitura
Uncategorized
A celebração dos 120 anos de Deng Xiaoping destaca como suas reformas revolucionaram a China, transformando-a em uma potência global e marcando uma era de crescimento econômico, inovação e avanços sociais sem precedentes.

Edward Tse

3 min de leitura