Pela primeira vez na história, a China foi o principal foco dos investimentos estrangeiros dos Estados Unidos. Segundo a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, os investimentos estrangeiros diretos (FDI, na sigla em inglês) nos EUA caíram 49%, chegando a US$ 134 bilhões no ano passado. Enquanto isso, na China houve um aumento de 4%, o que somou US$ 163 bilhões.
A pandemia impactou fortemente a economia global, e a China foi a única economia a crescer em 2020, expandindo 2,3%. Um dos motivos foi a desregulamentação e a abertura do mercado a empresas estrangeiras, o que sustentou o desenvolvimento positivo da economia global.
Mas a inovação digital também está se desenvolvendo de forma sem precedentes, e por trás disso está a ampla infraestrutura digital que o governo chinês está construindo – uma oportunidade que muitas empresas ainda podem explorar.
Estão emergindo, por exemplo, inovações em modelos de serviço, que melhoram a experiência do cliente, aumentam a utilização de bens, geram mais adesão dos clientes e orientam mudanças nas cadeias de valor.
Nos setores voltados para o consumidor, o e-commerce se manifestou de forma mais proeminente na China. Os principais formadores de opinião conectam-se com seus seguidores por meio do compartilhamento de sua experiência em postagens escritas ou em vídeo, como streaming ao vivo, criando poderosas interações sociais. A partir daí, toda a experiência de compra está sendo revolucionada. Aplicativos como Douyin (versão chinesa do TikTok), Bilibili e Kuaishou se tornaram extremamente populares na China. As empresas, estrangeiras e locais, estão atualizando as inovações envolvidas para gerar mais vendas e construir sua afinidade com a marca.
Até as empresas ocidentais agora estão seguindo o exemplo. A popularidade global do TikTok levou o Facebook a tentar copiá-lo mais de uma vez, com o fracassado Lasso e agora com o novo recurso Instagram Reels.
As multinacionais estrangeiras estão percebendo que a China não é apenas um mercado de onde se tira lucros, mas que é cada vez mais um lugar onde é possível obter novos conhecimentos e vantagens competitivas.
Não importa o que vai acontecer com os investimentos estrangeiros nos Estados Unidos – nunca se sabe quando eventos imprevistos do tipo cisne negro vão surgir. Na China, porém, a tendência é que só aumentem.