Empreendedorismo
4 min de leitura

Inspirações sem fronteiras: o que o B2B pode aprender além do seu próprio universo

Insights inovadores podem surgir de qualquer lugar, até mesmo de uma animação ou evento inesperado. Na NRF 2025, aprendemos que romper bolhas e buscar inspiração em outras áreas são passos essenciais para lideranças B2B que desejam encantar, personalizar e construir conexões humanas e estratégicas.
Fernanda Nascimento é planejadora de Marketing, fundadora e CEO da Stratlab, empreendedora, estrategista digital centrada no cliente e especialista em marketing e vendas B2B, que estuda e cria estratégias de marketing digital para empresas B2B. Com mais de 30 anos de mercado, atua na Stratlab, criando planejamentos integrados que priorizam a experiência do cliente, geram leads e convertem em vendas de alta qualidade. Possui Master’s Degree em Marketing pelo Chartered Institute of Marketing, tem especialização em Liderança e Estratégia pelo Insper e Columbia University. É professora convidada na Lemonade School, FGV e ESPM, ministrando cursos de Marketing Digital aplicado às áreas de Marketing, Vendas e Recursos Humanos. É influencer para o LinkedIn e Gartner e colabora com artigos sobre Estratégias

Compartilhar:

Você já teve um insight potente para o seu negócio ou sua vida em geral assistindo a um filme ou uma série? Quando nos abrimos criativamente para a inovação, boas ideias podem vir de todos os lugares, fazendo com que inspirações cruzadas se tornem potentes diferenciais em um mundo de certa maneira até saturado de players em busca de um lugar ao sol.

É por isso que faz todo o sentido a presença de um executivo B2B em um evento tradicionalmente voltado para o varejo – a NRF 2025, que se encerrou recentemente em Nova Iorque. A complexidade dos ambientes de negócios demanda que bolhas sejam rompidas a todo momento, e que os olhares em busca de soluções permaneçam atentos para fora das caixas. O óbvio não tem mais espaço.

Nesse aspecto, estratégias de alinhamento de jornadas às expectativas dos consumidores e a valores socioambientais importantes, que já vêm sendo trabalhadas à exaustão no B2C, são excelente fonte de benchmarking para o B2B. Afinal, clientes corporativos exigem cada vez mais um entendimento profundo de suas dores, objetivos e contextos para que sejam cirurgicamente satisfeitos.

A NFR 2025 colocou sob os holofotes iniciativas exemplares de encantamento e fidelização. Tomemos, por exemplo, a experiência que a Disney desenhou para seu Star Wars: Galaxy’s Edge, um espaço de interações físicas e virtuais na Califórnia que consegue agradar até mesmo quem não é fã da saga da Guerra nas Estrelas. Entre simuladores de controle da nave e lanchonetes temáticas, uma das grandes atrações da área é a criação de um sabre de luz personalizado e exclusivo – que, claro, tem seu preço, cerca de 270 dólares.

Lisa Baldzicki, vice-presidente da Disney Experiences, discorreu sobre o projeto na NFR, destacando a relevância da conexão humana para esse tipo de ação. Nessa consideração reside o pulo do gato que precisa ser dado, e com muita agilidade e urgência, pelo B2B: seus clientes querem ser contínua e crescentemente encantados, de modo cada vez mais dirigido para suas particularidades.

Para ajudar na condução desse direcionamento, entra em cena o uso inteligente de dados, também um tópico recorrente nas apresentações da NFR. Informações aprofundadas sobre os perfis dos parceiros B2B tornaram-se primordiais para criar vínculos mais fortes com eles.

Conexões mais profundas requerem mapeamentos densos e diagnósticos precisos para a construção de narrativas engajadoras. É necessário tocar valores essenciais dos interlocutores, e, quando consideramos que a nova gerações Z está passando a ocupar postos de liderança no B2B, argumentos como transparência, personalização, colaboração e responsabilidade socioambiental tornam-se diferenciais competitivos indispensáveis para conquistar mercado.

Múltiplos desafios, recursos idem. A questão é amarrar as pontas e aplicar com sabedoria e equilíbrio tendências como cocriação, IA generativa e integração físico-digital, bem como conduzir as equipes por trilhas formativas e de atuação que adequem potenciais estratégicos a características do público-alvo.

Automação, culturas organizacionais e autenticidade de propósitos devem, assim, convergir para soluções eficazes. Para alcançá-las, as lideranças têm papel decisivo nas escolhas de caminhos e formas de percorrê-los, com a preocupação de sempre colocar as pessoas no centro das decisões. É nesse sentido que, durante a NFR, Michael Bush, CEO do Great Place To Work, afirmou que “a cultura é o motor do crescimento e o cuidado é o combustível que o mantém em movimento”.

Ao exercer sua missão, os novos líderes precisam ampliar horizontes e encontrar maneiras inovadoras de enxergar o mercado e suas possibilidades. Fugir do convencional faz parte dessa orientação, e os estímulos inovadores podem surgir tanto de uma animação da Disney quanto de uma palestra em um evento sobre transformações globais. A dica é abrir o leque de influências e sair da zona de conforto. Vamos juntos?

Compartilhar:

Artigos relacionados

Reaprender virou a palavra da vez

Reaprender não é um luxo – é sobrevivência. Em um mundo que muda mais rápido do que nossas certezas, quem não reorganiza seus próprios circuitos mentais fica preso ao passado. A neurociência explica por que essa habilidade é a verdadeira vantagem competitiva do futuro.

Lifelong learning
19 de dezembro de 2025
Reaprender não é um luxo - é sobrevivência. Em um mundo que muda mais rápido do que nossas certezas, quem não reorganiza seus próprios circuitos mentais fica preso ao passado. A neurociência explica por que essa habilidade é a verdadeira vantagem competitiva do futuro.

Isabela Corrêa - Cofundadora da People Strat

8 minutos min de leitura
Tecnologia & inteligencia artificial, Inovação & estratégia
18 de dezembro de 2025
Como a presença invisível da IA traz ganhos enormes de eficiência, mas também um risco de confiarmos em sistemas que ainda cometem erros e "alucinações"?

Rodrigo Cerveira - CMO da Vórtx e Cofundador do Strategy Studio

3 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
17 de dezembro de 2025
Discurso de ownership transfere o peso do sucesso e do fracasso ao colaborador, sem oferecer as condições adequadas de estrutura, escuta e suporte emocional.

Rennan Vilar - Diretor de Pessoas e Cultura do Grupo TODOS Internacional

4 minutos min de leitura
Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
16 de dezembro de 2025
A economia prateada deixou de ser nicho e se tornou força estratégica: consumidores 50+ movimentam trilhões e exigem experiências centradas em respeito, confiança e personalização.

Eric Garmes é CEO da Paschoalotto

3 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
15 de dezembro de 2025
Este artigo traz insights de um estudo global da Sodexo Brasil e fala sobre o poder de engajamento que traz a hospitalidade corporativa e como a falta dela pode impactar financeiramente empresas no mundo todo.

Hamilton Quirino - Vice-presidente de Operações da Sodexo

2 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Inovação & estratégia
12 de dezembro de 2025
Inclusão não é pauta social, é estratégia: entender a neurodiversidade como valor competitivo transforma culturas, impulsiona inovação e constrói empresas mais humanas e sustentáveis.

Marcelo Vitoriano - CEO da Specialisterne Brasil

4 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, Marketing & growth
11 de dezembro de 2025
Do status à essência: o luxo silencioso redefine valor, trocando ostentação por experiências que unem sofisticação, calma e significado - uma nova inteligência para marcas em tempos pós-excesso.

Daniel Skowronsky - Cofundador e CEO da NIRIN Branding Company

3 minutos min de leitura
Estratégia
10 de dezembro de 2025
Da Coreia à Inglaterra, da China ao Brasil. Como políticas públicas de design moldam competitividade, inovação e identidade econômica.

Rodrigo Magnago - CEO da RMagnago

17 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde
9 de dezembro de 2025
Entre liderança e gestação, uma lição essencial: não existe performance sustentável sem energia. Pausar não é fraqueza, é gestão - e admitir limites pode ser o gesto mais poderoso para cuidar de pessoas e negócios.

Tatiana Pimenta - Fundadora e CEO da Vittude,

3 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde
8 de dezembro de 2025
Com custos de saúde corporativa em alta, a telemedicina surge como solução estratégica: reduz sinistralidade, amplia acesso e fortalece o bem-estar, transformando a gestão de benefícios em vantagem competitiva.

Loraine Burgard - Cofundadora da h.ai

3 minutos min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #170

O que ficou e o que está mudando na gangorra da gestão

Esta edição especial, que foi inspirada no HSM+2025, ajuda você a entender o sobe-e-desce de conhecimentos e habilidades gerenciais no século 21 para alcançar a sabedoria da liderança