Ken Wilber é um pensador, criador da psicologia integral e cujo conceito de liderança integral influencia esta revista. Mas nós buscamos outra parte do seu pensamento, a integração de todas as áreas do conhecimento (ciência, arte, filosofia, espiritualidade). Antes de tudo: pesquise no Google sobre o modelo “os quatro quadrantes” desse pensador. Pronto? Então vamos lá. Agora faça uma análise dos quatro quadrantes e comece a se questionar como líder. Em quais desses quadrantes você acredita que faz um bom trabalho com as pessoas que lidera? E em quais você deixa a desejar?
Se você tem uma boa autocrítica, não tenho dúvidas que vai se sentir um líder pior do que achava que era. E por que você vai se sentir pior? Porque, naturalmente, na correria do dia a dia, não é fácil liderar pensando de forma integral; pensando que, na sua frente, existe um ser humano complexo, que vai muito além de uma pessoa que precisa te entregar um resultado. Você, por exemplo, escuta atentamente as preocupações e objetivos individuais dos membros da sua equipe? Consegue ajudar a pessoa a se desenvolver, dando orientações claras e feedback construtivo, para que ela seja uma pessoa melhor para a sociedade e para a empresa que trabalha? Trabalha ativamente para criar uma cultura de inclusão e colaboração na sua organização, para que vocês tenham um ambiente saudável? É ativo em sugerir políticas que promovam a equidade e a eficiência da empresa, aliadas à missão que a organização tem na sociedade?
Pense duas vezes se você tem ajudado as pessoas que lidera a se tornarem, mais do que profissionais fora da curva, excelentes seres humanos! Esses dois aspectos andam juntos. Aqui na NP Digital, por exemplo, nos esforçamos muito para trabalhar todos esses pontos (e, claro, temos muito o que melhorar também). Como é que você vai chamar à atenção alguém que não entregou uma determinada tarefa, sem saber que a mãe daquela pessoa se acidentou feio e ela a está acompanhando no hospital, sem dormir há dias? Como exigir o desenvolvimento de alguém que está, por exemplo, com depressão, mas você não fazia ideia?
Agora, conecte isso tudo com o desafio de marketing da sua empresa: muitos liderados com perfis diferentes, com funções diferentes, com metas difíceis, orçamento curto, turnover alto etc. Coloque tudo isso na balança. Quando você entender quão importante é ter um olhar holístico do seu time, as coisas vão ficar mais leves. Inclusive, não só as pessoas vão querer trabalhar mais tempo na empresa, como você também!
Artigo publicado na HSM Management nº 159.