O ano de 2024 começou com tudo e com ele a reflexão de nosso papel, enquanto líderes na condução dos negócios de maneira cada vez mais integrada com o todo. Quando digo, o todo, me refiro, a compreender as relações de interdependência entre nós com o time, com a empresa, com nossos clientes, com os fornecedores, com os parceiros, com a sociedade, com a natureza, e sobretudo com nós mesmos. E, como essa compreensão se faz necessária para um processo de tomada de decisão cada vez mais consciente e que busquem retorno econômico positivo para o negócio, sem ser “às custas de algo ou de alguém”. Ou seja, sem ser às custas do impacto negativo na natureza, e sem ser às custas da nossa saúde.
Como líderes comprometidos com a geração de valor de nossos negócios e para a sociedade e o planeta, nos questionamos sobre nossa liderança e o impacto de nossa atuação na vida das pessoas, uma vez que está mais que evidente que estamos operando em um sistema econômico em que a “conta não fecha”.
Geramos muitos excessos e, ao mesmo tempo, muita escassez. Excessos na casa em que vivemos, aquecendo o planeta, acidificando nosso solo, poluindo o ar que respiramos e por aí vai. E, escassez no que tange ao bem-estar humano físico, mental, e emocional. E, entre esse teto (os limites naturais do planeta) e essa fundação (o bem-estar humano), está a maneira como escolhemos gerar e gerir valor neste sistema econômico, no qual trabalhamos, influenciamos e alimentamos.
Precisamos construir um mundo viável, em que cada setor possa contribuir para a regeneração da Terra, gerar bem-estar para as pessoas e circulação financeira de forma saudável para todos.
E, vocês devem estar se perguntando, como faremos isso? Bem acredito, que o primeiro passo é aceitarmos que precisamos construir uma visão de mundo integrada, para que não fique ninguém de fora, inclusive nós mesmos. E, a partir daí, embarcarmos nos desafios práticos que se apresentam, como estabelecer a Materialidade ESG da empresa, para compreender quais os temas são mais relevantes no impacto que o negócio gera na sociedade e natureza, bem como, qual o impacto que sofre. Por exemplo, a seguradora AON, estima prejuízos mundiais decorrentes de desastres naturais na marca de U$ 295 bilhões somente entre janeiro e setembro de 2023. No Brasil, o valor chegou a U$ 555 milhões.
Além disso, vamos criando os compromissos para descarbonização das operações, deixando os modelos de negócios mais circulares, utilizando instrumentos financeiros sustentáveis para captação de recursos, influenciando e pressionando para que as cadeias de valor sejam cada vez mais sustentáveis, utilizando a tecnologia para acelerar os processos e criando culturas diversas e regenerativas em nossos times.
Essa coluna será sobre percorrermos juntos como vamos nos desenvolvendo enquanto líderes regenerativos, ou seja, compreendendo nossa atuação refletida no todo. Ao mesmo tempo que vamos colhendo frutos nos compromissos estabelecidos dentro das empresas.
Mas vamos devagar, por que temos pressa!