Empreendedorismo
5 min de leitura

O conteúdo vive um processo migratório: você já fez suas malas?

Pela primeira vez, o LinkedIn ultrapassa o Google e já é o segundo principal canal das empresas brasileiras. E o seu negócio, está pronto para essa nova era da comunicação?
Uma das 50 principais criadoras de conteúdo de marca pessoal no LinkedIn no Brasil, Bruna tem 15 anos de experiência em Comunicação Digital e é responsável por desenvolver a estratégia de executivos de grandes empresas, founders e conselheiros.

Compartilhar:

Texto

“- Arrume as malas, vamos viajar.

– Para onde?

– Para um lugar onde você vai poder ser você mesmo, se relacionar com outras pessoas e fazer um marketing tão legal que nem parece marketing. Topa?

-Agora mesmo!”

Se você é do time que centraliza as estratégias de Marketing de Conteúdo em blogs corporativos com foco em SEO, não vou te julgar. Você – ainda – não está atrasado. Mas o alerta é válido: o jogo está mudando, e mais rápido do que prevíamos.

No cerne dessa mudança, está ela: a famigerada Inteligência Artificial, mexendo no comportamento de busca das pessoas e, pela primeira vez até então, ameaçando desbancar o reinado do Google.

E com tanta tecnologia – incluindo conteúdos de marca gerados por IA – adivinha o que as pessoas estão buscando? Comunicação Humanizada.

Assim como o segmento da saúde passou por uma onda de humanização e essa moda pegou, o mesmo está acontecendo no marketing.

Os consumidores simplesmente não querem mais ouvir o que uma marca fala. Agora, eles querem saber o que pensam as pessoas por trás daquele CNPJ.

O LinkedIn e a nova era da reputação

Falo sobre isso com C-Levels e Founders há pelo menos 3 anos, quando decidi apostar todas as minhas fichas no LinkedIn. Foram muitos nãos pelo caminho, mas sorte a minha e de quem resolveu dar um voto de confiança para a nossa querida rede azulzinha – que não é passarinho, mas segue voando cada vez mais alto.

E não é que a previsão se concretizou?

O relatório “Tendências de Marketing 2025” da Conversion aponta que o LinkedIn ultrapassou o Google e já é o segundo principal canal das empresas, com 81,2% de preferência, superando os 79,7% do gigante das buscas.

Esta migração de conteúdo é impulsionada não apenas pela mudança de plataformas, mas também pelo modo como interagimos com a informação. Em 2024, o LinkedIn prometeu um crescimento notável e conseguiu cumprir essa promessa, em grande parte por conta dos influenciadores corporativos.

Estes profissionais transformaram-se em verdadeiros impulsionadores de conexões, moldando o LinkedIn em um espaço onde as interações pessoais ganham mais valor do que as corporativas.

O movimento reflete uma tendência onde founders, gestores e colaboradores se tornam influenciadores, capazes de gerar oportunidades significativas de negócios.

E aí temos outro fato: para quem apostou que o marketing de conteúdo ia morrer, a verdade é que ele se transformou, mas segue como uma das principais prioridades das empresas para 2025: aproximadamente 45,8% das empresas planejam destinar mais recursos a essa estratégia, refletindo uma expansão do conteúdo tradicional, como blogs e artigos em buscadores, para plataformas de redes sociais que favorecem a autenticidade e a interação.

Entretanto, um desafio significativo para muitas empresas é o engajamento das comunidades, com 30,4% delas enfrentando dificuldades nesta área. A construção de marcas fortes e autênticas que fomentam comunidades engajadas é cada vez mais essencial, e é aí que estratégias como Founder-Led Growth e Thought Leadership entram em cena, tendo o LinkedIn como principal canal para sua execução.

Como ser relevante no LinkedIn em 2025?

Se você leu até aqui, imagino que esteja resgatando sua senha do LinkedIn para tirar as teias de aranha do perfil. Acertei?

Você não está sozinho nessa! Enquanto, no ano passado, 41,9% das empresas planejavam investir no LinkedIn, em 2025, esse número já chega aos 48,6%.

Porém, mais importante do que a presença, é a estratégia por trás dela. E aqui estão 3 dicas para aproveitar esta onda.

1 – Entenda o algoritmo

Para a sorte – e a sanidade mental dos profissionais – o jogo do LinkedIn é bem diferente do Instagram e TikTok. Por enquanto, o algoritmo lá ainda é mais amigo que inimigo. 

Então, dá para crescer organicamente sem apelar para dancinhas – mas corre, porque essa oferta é por tempo limitado.

2 – Desenvolva um plano personalizado

Não vale replicar o conteúdo de outras plataformas, nem usar o espaço para falar só da sua empresa. Você e sua equipe vão precisar dosar conteúdo profissional com toques pessoais.

A boa notícia é que dá para fazer isso sem virar blogueirinho, o que aumenta a adesão do board e gera menos resistência das gerações anteriores à Z.

3 – Aposte em Founder-Led Growth

Encorajar líderes e fundadores a se envolverem diretamente no LinkedIn pode aumentar a autenticidade e a conexão com o público, contribuindo para aquela meta ousada de negócio, além de impactar em outro desafio urgente das empresas: atração e retenção de talentos.

O processo de migração já começou. Eu, que já tinha recolhido meus pertences e arrumado a casa, estava só esperando os convidados chegarem. Você vem também?

Compartilhar:

Uma das 50 principais criadoras de conteúdo de marca pessoal no LinkedIn no Brasil, Bruna tem 15 anos de experiência em Comunicação Digital e é responsável por desenvolver a estratégia de executivos de grandes empresas, founders e conselheiros.

Artigos relacionados

O futuro dos eventos: conexões que transformam

Eventos não morreram, mas 78% dos participantes já rejeitam formatos ultrapassados. O OASIS Connection chega como antídoto: um laboratório vivo onde IA, wellness e conexões reais recriam o futuro dos negócios

Liderança
70% dos líderes não enxergam seus pontos cegos e as empresas pagam o preço. O antídoto? Autenticidade radical e 'Key People Impact' no lugar do controle tóxico

Poliana Abreu

7 min de leitura
Liderança
15 lições de liderança que Simone Biles ensinou no ATD 2025 sobre resiliência, autenticidade e como transformar pressão em excelência.

Caroline Verre

8 min de leitura
Liderança
Conheça 6 abordagens práticas para que sua aprendizagem se reconfigure da melhor forma

Carol Olinda

4 min de leitura
Cultura organizacional, Estratégia e execução
Lembra-se das Leis de Larman? As organizações tendem a se otimizar para não mudar; então, você precisa fazer esforços extras para escapar dessa armadilha. Os exemplos e as boas práticas deste artigo vão ajudar

Norberto Tomasini

4 min de leitura
Carreira, Cultura organizacional, Gestão de pessoas
A área de gestão de pessoas é uma das mais capacitadas para isso, como mostram suas iniciativas de cuidado. Mas precisam levar em conta quatro tipos de necessidades e assumir ao menos três papéis

Natalia Ubilla

3 min de leitura
Estratégia
Em um mercado onde a reputação é construída (ou desconstruída) em tempo real, não controlar sua própria narrativa é um risco que nenhum executivo pode se dar ao luxo de correr.

Bruna Lopes

7 min de leitura
Liderança
O problema está na literatura comercial rasa, nos wannabe influenciadores de LinkedIn, nos só cursos de final de semana e até nos MBAs. Mas, sobretudo, o problema está em como buscamos aprender sobre a liderança e colocá-la em prática.

Marcelo Santos

8 min de leitura
ESG
Inclua uma nova métrica no seu dashboard: bem-estar. Porque nenhum KPI de entrega importa se o motorista (você) está com o tanque vazio

Lilian Cruz

4 min de leitura
ESG
Flexibilidade não é benefício. É a base de uma cultura que transformou nossa startup em um caso real de inclusão sem imposições, onde mulheres prosperam naturalmente.

Gisele Schafhauser

5 min de leitura
Tecnologias exponenciais
O futuro da liderança em tempos de IA vai além da tecnologia. Exige preservar o que nos torna humanos em um mundo cada vez mais automatizado.

Manoel Pimentel

7 min de leitura