Vivemos uma era de mudanças profundas, e é comum observarmos executivos em posições de liderança que não têm clareza sobre o real papel que ocupam. O maior risco é que muitos, ao enfrentarem tal desafio, retornem para a zona de conforto, reproduzindo um modelo de liderança mais adequado à era industrial.
A questão central é: como identificar e modificar esses padrões de gestão para impulsionar os resultados das equipes?
Historicamente, fomos formados, tanto na escola quanto no ambiente profissional, para atuar no paradigma de comando e controle. Esse estilo, ainda predominante, leva líderes a microgerenciar, centralizar decisões e até se envolver nas atividades operacionais de suas equipes. Essa abordagem desgasta as relações, pressiona por resultados imediatos e torna tudo mais complexo.
A crise de liderança é evidente em pesquisas* que indicam que 91% da força de trabalho prefere atuar como freelancer ou empreender, enquanto aqueles que permanecem nas grandes corporações exigem líderes íntegros e ambientes que valorizem a diversidade de ideias, a criatividade e diversidade. Isso contrasta fortemente com o modelo tradicional, centrado na autoridade hierárquica.
Independentemente da idade ou experiência, os executivos em funções de liderança precisam desenvolver competências que promovam a diversidade de ideias, perspectivas e comportamentos como motores para alcançar resultados significativos e sustentáveis nas organizações.
Para isso, é essencial enfrentar alguns paradoxos inerentes ao papel do líder.
1. Enxergar liderados como centros de decisão
Um dos maiores desafios do ambiente corporativo atual é tratar os membros da equipe como agentes de decisão, e não como pessoas dependentes da liderança para alcançar satisfação pessoal. Esse paradoxo é particularmente evidente entre líderes de áreas técnicas, que, tradicionalmente, não foram preparados para gerir pessoas, mas agora são cobrados por manter equipes motivadas e engajadas.
Ao visualizar as áreas sob sua liderança como centros de decisão, torna-se evidente que divergências de opiniões e perspectivas serão frequentes. O papel do líder, nesse contexto, é atuar como um ponto de convergência, alinhando a essência das decisões à estratégia corporativa.
2. O líder não é responsável por todas as decisões
É fundamental abandonar de vez a era do paternalismo corporativo. O líder moderno deve capacitar sua equipe para tomar decisões alinhadas com os objetivos organizacionais, reconhecer resultados positivos e corrigir, de forma assertiva, os desvios necessários.
Ao equilibrar esses dois paradoxos, o líder avança significativamente na construção de uma equipe de alta performance, com resultados expressivos e relações interpessoais positivas e enriquecedoras.
A transformação da liderança não é apenas necessária – é uma exigência para organizações que desejam prosperar em um cenário dinâmico e competitivo.
Pense nisso com carinho.