Assunto pessoal

O poder da cultura do respeito

Entenda por que isso é o que pode garantir bem-estar e desempenho
Atua como consultor de empresas há mais de 26 anos, atuando nas áreas de relacionamento e desenvolvimento humano com abordagens inovadoras; é responsável pela consultoria Invok e professor da Fundação Getulio Vargas. Pratica diversas técnicas de meditação (desde 1995), com 16 viagens à Índia, e acaba de lançar o livro Mindfulness para uma vida melhor (ed. Sextante), em cujos highlights este artigo se baseia.

Compartilhar:

Um dos maiores desafios de uma empresa é criar condições para que as suas pessoas deem o seu melhor e vivam bem, utilizando todo o seu potencial e de maneira perene. Para isso, sabemos, seria necessário cuidar das pessoas e de tudo que as envolve. Mas aí é que aparece desafio maior: como fazer isso se vivemos em um ambiente (dentro e fora da organização) marcado pelo desrespeito?

A melhor resposta possível a ser buscada por uma empresa – talvez a única realmente efetiva – é o desenvolvimento de uma cultura do respeito; ela nos confere um enorme poder para criarmos as condições ideais de que falamos. Estamos vendo nas empresas ações e temas transversais ao respeito, como segurança psicológica, inteligência emocional, comunicação não violenta, humanização, compliance, ESG, entre outros. Porém falta ir mais a fundo. Para que isso funcione, é obrigatório colocar o respeito no centro do processo de compreensão da realidade e como direcionador de todos os processos decisórios.

O que é respeito? O leitor sabe definir? Não podemos limitá-lo ao ato de seguir regras de determinada etiqueta de comportamento, ou ainda obedecer a posições hierárquicas. Respeito, como conceito amplo, significa se importar, cuidar, ajudar, querer o bem e o bom, para si e para o outro. Assim sendo, alimenta a espontaneidade, a criatividade, o trabalho em equipe; a diversidade, equidade e inclusão (DEI), o combate ao assédio etc. Respeito é a base sobre a qual se constroem a união, o engajamento e a performance na empresa.

Mas, para haver respeito, há a necessidade de uma transformação no olhar, na (in)consciência e nas escolhas. Um (grande) desafio adicional é que a maioria das pessoas acredita que quase sempre respeita os demais, mas não é respeitada. Isso é fruto de um mecanismo comum na psique humana, que acusa o outro de gerar sofrimento, sem perceber que faz igual ou pior. Esquece-se da autorresponsabilidade. Para desenvolver uma cultura do respeito, quatro passos podem ajudar {veja texto abaixo}.

4 passos para o respeito

1) diagnóstico da realidade existente, com honestidade radical;

(2) sensibilização e desenvolvimento dos princípios e competências que dão suporte ao respeito;

(3) integração, pelo respeito, das diferentes áreas/funções da organização e com a vida pessoal (somos um); e

(4) aplicação dos princípios, com definição de ações, monitoramento, acompanhamento e melhoria contínua.

Nada acontecerá sem a alta liderança dar o exemplo e mostrar acreditar no respeito. É a intenção.

__Leia também: [Como ampliar a jornada de consciência de liderança](https://www.revistahsm.com.br/post/como-ampliar-a-jornada-de-consciencia-de-lideranca)__

Artigo publicado na HSM Management nº 156.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Calendário

Não, o ano ainda não acabou!

Em meio à letargia de fim de ano, um chamado à consciência: os últimos dias de 2024 são uma oportunidade valiosa de ressignificar trajetórias e construir propósito.

Empreendedorismo
Um guia para a liderança se antecipar às consequências não intencionais de suas decisões

Lilian Cruz e Andréa Dietrich

4 min de leitura
ESG
Entre nós e o futuro desejado, está a habilidade de tecer cada nó de um intricado tapete que une regeneração, adaptação e compromisso climático — uma jornada que vai de Baku a Belém, com a Amazônia como palco central de um novo sistema econômico sustentável.

Bruna Rezende

5 min de leitura
ESG
Crescimento de reclamações à ANS reflete crise na saúde suplementar, impulsionada por reajustes abusivos e falta de transparência nos planos de saúde. Empresas enfrentam desafios para equilibrar custos e atender colaboradores. Soluções como auditorias, BI e humanização do atendimento surgem como alternativas para melhorar a experiência dos beneficiários e promover sustentabilidade no setor.
4 min de leitura
Finanças
Brasil enfrenta aumento de fraudes telefônicas, levando Anatel a adotar medidas rigorosas para proteger consumidores e empresas, enquanto organizações investem em tecnologia para garantir segurança, transparência e uma comunicação mais eficiente e personalizada.

Fábio Toledo

4 min de leitura
Finanças
A recente vitória de Donald Trump nos EUA reaviva o debate sobre o protecionismo, colocando em risco o acesso do Brasil ao segundo maior destino de suas exportações. Porém, o país ainda não está preparado para enfrentar esse cenário. Sua grande vulnerabilidade está na dependência de um número restrito de mercados e produtos primários, com pouca diversificação e investimentos em inovação.

Rui Rocha

0 min de leitura
Finanças
O Revenue Operations (RevOps) está em franca expansão global, com estimativa de que 75% das empresas o adotarão até 2025. No Brasil, empresas líderes, como a 8D Hubify, já ultrapassaram as expectativas, mais que dobrando o faturamento e triplicando o lucro ao integrar marketing, vendas e sucesso do cliente. A Inteligência Artificial é peça-chave nessa transformação, automatizando interações para maior personalização e eficiência.

Fábio Duran

3 min de leitura
Empreendedorismo
Trazer os homens para a discussão, investir em ações mais intencionais e implementar a licença-paternidade estendida obrigatória são boas possibilidades.

Renata Baccarat

4 min de leitura
Uncategorized
Apesar de ser uma ferramenta essencial para o desenvolvimento de colaboradores, o Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) vem sendo negligenciado por empresas no Brasil. Pesquisa da Mereo mostra que apenas 60% das companhias avaliadas possuem PDIs cadastrados, com queda no engajamento de 2022 para 2023.

Ivan Cruz

4 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A inteligência artificial (IA) está revolucionando o mundo dos negócios, mas seu avanço rápido exige uma discussão sobre regulamentação. Enquanto a Europa avança com regras para garantir benefícios éticos, os EUA priorizam a liberdade econômica. No Brasil, startups e empresas se mobilizam para aproveitar as vantagens competitivas da IA, mas aguardam um marco legal claro.

Edmee Moreira

4 min de leitura
ESG
A gestão de riscos psicossociais ganha espaço nos conselhos, impulsionada por perdas estimadas em US$ 3 trilhões ao ano. No Brasil, a atualização da NR1 exige que empresas avaliem e gerenciem sistematicamente esses riscos. Essa mudança reflete o reconhecimento de que funcionários saudáveis são mais produtivos, com estudos mostrando retornos de até R$ 4 para cada R$ 1 investido

Ana Carolina Peuker

4 min de leitura