Tecnologias exponenciais
5 min de leitura

O que são sistemas multiagentes, biologia generativa e o inteligência viva, destacados por Amy Webb no SXSW 2025

A palestra de Amy Webb foi um chamado à ação. As tecnologias que moldarão o futuro – sistemas multiagentes, biologia generativa e inteligência viva – estão avançando rapidamente, e precisamos estar atentos para garantir que sejam usadas de forma ética e sustentável. Como Webb destacou, o futuro não é algo que simplesmente acontece; é algo que construímos coletivamente.
Glaucia Guarcello é Diretora de Novos Negócios na HSM e Singularity Brazil. Foi Chefe Global de Operações na The Bakery, onde hoje é Conselheira da empresa. Ocupou o cargo de CIO na Deloitte e na Andrade Gutierrez. É Doutora em Administração pela COPPEAD, atua como docente com foco em inovação em diversas instituições, como a Fundação Dom Cabral, a Singularity Brazil e a USP, além de ser membro do conselho de tecnologias de educação do SENAI e do programa de desenvolvimento de talentos femininos AngelUS Network.

Compartilhar:

Amy Webb SXSW 2025

No SXSW 2025, Amy Webb, renomada futurista e fundadora do Future Today Institute, apresentou uma visão fascinante e, ao mesmo tempo, desafiadora sobre as tecnologias que moldarão o futuro. Sua palestra explorou três pilares principais: sistemas multiagentes, biologia generativa e inteligência viva. Apresentando seu conhecido report, destacou como essas inovações estão redefinindo os limites da ciência, da tecnologia e da sociedade.

Webb começou abordando os sistemas multiagentes, que são tecnologias capazes de deliberar e tomar decisões sem intervenção humana. Esses sistemas já estão sendo usados para criar políticas, regulamentações e até mesmo religiões em ambientes monitorados. O mais impressionante é que eles desenvolvem funcionalidades que não foram programadas inicialmente, demonstrando uma capacidade de evolução autônoma.

No entanto, Webb destacou que a linguagem natural humana ainda é um desafio para esses agentes. Enquanto a linguagem matemática facilita sua performance, nossas construções linguísticas e culturais ainda são complexas para eles. Esse gap entre a comunicação humana e a artificial é um dos grandes obstáculos a serem superados nos próximos anos.

Outro tema central foi a biologia generativa, que permite a criação de meta-materiais – substâncias que não existem na natureza, mas que possuem propriedades específicas para aplicações industriais e tecnológicas. Webb citou exemplos impressionantes, como robôs feitos de fungos e silício que reagem à luz de maneiras únicas, potencializando o desempenho de computadores.

Esses avanços já estão resultando em bio-computadores e materiais revolucionários. Um dos exemplos mais marcantes foi o de um porco geneticamente modificado que desenvolveu dentes humanos. Segundo Webb, a biologia generativa nos permitirá criar materiais e organismos que hoje parecem ficção científica, abrindo caminho para inovações que ainda nem imaginamos.

Por fim, Webb falou sobre a inteligência viva, sistemas que combinam inteligência artificial com biotecnologia. Esse superciclo tecnológico já está em andamento, e seu impacto será profundo e abrangente. A inteligência viva promete revolucionar setores como saúde, agricultura e computação, mas também traz desafios éticos e regulatórios que precisam ser enfrentados com urgência.

Webb alertou que o futuro não está distante – ele já está sendo construído. A combinação de IA e biotecnologia está criando novas possibilidades, mas também exige que governos, empresas e sociedade estejam preparados para lidar com suas implicações.

Compartilhar:

Glaucia Guarcello é Diretora de Novos Negócios na HSM e Singularity Brazil. Foi Chefe Global de Operações na The Bakery, onde hoje é Conselheira da empresa. Ocupou o cargo de CIO na Deloitte e na Andrade Gutierrez. É Doutora em Administração pela COPPEAD, atua como docente com foco em inovação em diversas instituições, como a Fundação Dom Cabral, a Singularity Brazil e a USP, além de ser membro do conselho de tecnologias de educação do SENAI e do programa de desenvolvimento de talentos femininos AngelUS Network.

Artigos relacionados

Megatendências abrangentes no design: estrutura holística para 2025

Megatendências abrangentes no design: estrutura holística para 2025

O papel do design nem sempre recebe o mérito necessário. Há ainda quem pense que se trata de uma área do conhecimento que é complexa em termos estéticos, mas esse pensamento acaba perdendo a riqueza de detalhes que é compreender as capacidades cognoscíveis que nós possuímos.

Amy Webb SXSW 2025

O que são sistemas multiagentes, biologia generativa e o inteligência viva, destacados por Amy Webb no SXSW 2025

A palestra de Amy Webb foi um chamado à ação. As tecnologias que moldarão o futuro – sistemas multiagentes, biologia generativa e inteligência viva – estão avançando rapidamente, e precisamos estar atentos para garantir que sejam usadas de forma ética e sustentável. Como Webb destacou, o futuro não é algo que simplesmente acontece; é algo que construímos coletivamente.

Tecnologias exponenciais
A revolução da Inteligência Artificial está remodelando o mercado de trabalho, impulsionando a necessidade de upskilling e reskilling como estratégias essenciais para a competitividade profissional. Empresas como a SAP já investem pesadamente na requalificação de talentos, enquanto pesquisas indicam que a maioria dos trabalhadores enxerga a IA como uma aliada, não uma ameaça.

Daniel Campos Neto

6 min de leitura
Marketing
Empresas que compreendem essa transformação colhem benefícios significativos, pois os consumidores valorizam tanto a experiência quanto os produtos e serviços oferecidos. A Inteligência Artificial (IA) e a automação desempenham um papel fundamental nesse processo, permitindo a resolução ágil de demandas repetitivas por meio de chatbots e assistentes virtuais, enquanto profissionais se concentram em interações mais complexas e empáticas.

Gustavo Nascimento

4 min de leitura
Empreendedorismo
Pela primeira vez, o LinkedIn ultrapassa o Google e já é o segundo principal canal das empresas brasileiras. E o seu negócio, está pronto para essa nova era da comunicação?

Bruna Lopes de Barros

5 min de leitura
ESG
O etarismo continua sendo um desafio silencioso no ambiente corporativo, afetando tanto profissionais experientes quanto jovens talentos. Mais do que uma questão de idade, essa barreira limita a inovação e prejudica a cultura organizacional. Pesquisas indicam que equipes intergeracionais são mais criativas e produtivas, tornando essencial que empresas invistam na diversidade etária como um ativo estratégico.

Cleide Cavalcante

4 min de leitura
Empreendedorismo
A automação e a inteligência artificial aumentam a eficiência e reduzem a sobrecarga, permitindo que advogados se concentrem em estratégias e no atendimento personalizado. No entanto, competências humanas como julgamento crítico, empatia e ética seguem insubstituíveis.

Cesar Orlando

5 min de leitura
ESG
Em um mundo onde múltiplas gerações coexistem no mercado, a chave para a inovação está na troca entre experiência e renovação. O desafio não é apenas entender as diferenças, mas transformá-las em oportunidades. Ao acolher novas perspectivas e desaprender o que for necessário, criamos ambientes mais criativos, resilientes e preparados para o futuro. Afinal, o sucesso não pertence a uma única geração, mas à soma de todas elas.

Alain S. Levi

6 min de leitura
Carreira
O medo pode paralisar e limitar, mas também pode ser um convite para a ação. No mundo do trabalho, ele se manifesta na insegurança profissional, no receio do fracasso e na resistência à mudança. A liderança tem papel fundamental nesse cenário, influenciando diretamente a motivação e o bem-estar dos profissionais. Encarar os desafios com autoconhecimento, preparação e movimento é a chave para transformar o medo em crescimento. Afinal, viver de verdade é aceitar riscos, aprender com os erros e seguir em frente, com confiança e propósito.

Viviane Ribeiro Gago

4 min de leitura
Liderança
A liderança eficaz exige a superação de modelos ultrapassados e a adoção de um estilo que valorize autonomia, diversidade e tomada de decisão compartilhada. Adaptar-se a essa nova realidade é essencial para impulsionar resultados e construir equipes de alta performance.

Rubens Pimentel

6 min de leitura
Tecnologias exponenciais
O DeepSeek, modelo de inteligência artificial desenvolvido na China, emerge como força disruptiva que desafia o domínio das big techs ocidentais, propondo uma abordagem tecnológica mais acessível, descentralizada e eficiente. Desenvolvido com uma estratégia de baixo custo e alto desempenho, o modelo representa uma revolução que transcende aspectos meramente tecnológicos, impactando dinâmicas geopolíticas e econômicas globais.

Leandro Mattos

0 min de leitura
Empreendedorismo
País do sudeste asiático lidera o ranking educacional PISA, ao passo que o Brasil despencou da 51ª para a 65ª posição entre o início deste milênio e a segunda década, apostando em currículos focados em resolução de problemas, habilidades críticas e pensamento analítico, entre outros; resultado, desde então, tem sido um brutal impacto na produtividade das empresas

Marina Proença

5 min de leitura