Editorial

O setor de tecnologia cresceu exponencialmente

Toda empresa é uma empresa de tecnologia, seja qual for a atividade que exerce, assim como todo profissional. A 158ª da HSM Managament se debruça nessas novas fronteiras das organizações
CEO da HSM e coCEO da SingularityU Brazil. Pós-graduado em finanças, possui MBA com extensão na China, na França e na Inglaterra. Tem mais de 12 anos de experiência no mercado financeiro. É casado com a Marcia e coleciona discos de vinil.
CEO da HSM e coCEO da SingularityU Brazil. Pós-graduado em finanças, possui MBA com extensão na China, na França e na Inglaterra. Tem mais de 12 anos de experiência no mercado financeiro. É casado com a Marcia e coleciona discos de vinil.

Compartilhar:

Até pouco tempo atrás – e muitos acreditam nisso ainda –, empresas de tecnologia eram aquelas que vendiam produtos e serviços de tecnologia. Hoje, muito de repente, o conceito mudou: empresas de tecnologia são aquelas que, para seu sucesso, fazem uso intensivo de tecnologia, seja qual for a atividade que exercerem, desde plantar verduras e legumes até fabricar cimento, passando pela venda de roupas e por serviços educacionais.

As empresas de tecnologia estão aumentando seu uso de tecnologia de maneira exponencial e, por causa dessas tecnologias, vêm mudando todo o seu pensamento de linear para exponencial. (Abro parênteses aqui para lembrar que o berço do conceito “exponencial” é a Singularity University, fundada por Peter Diamandis e Ray Kurzweil, com a qual a HSM, como parceira oficial para a América Latina, divide a SingularityU Brazil.)

Então, o *Relatório Setorial 2022* da Brasscom, no macrossetor de TIC – que soma TIC, TI in-house e telecom –, está por definição subestimando o negócio da tecnologia. Ele aponta uma movimentação de R$ 653,7 bilhões em 2022 no Brasil e mais de 2 milhões de empregos (6,1% a mais que em 2021), mas isso é pouco em relação ao que essa nova visão sugere.

O entendimento de que muitos de nós também estamos no negócio da tecnologia tem uma série de implicações, das quais a mais imediata é a seguinte: tornamo-nos quase todos, de uma maneira ou de outra, profissionais de tecnologia. Eu, por exemplo, posso não saber escrever códigos, mas tenho que considerar dados e algoritmos nas decisões que tomo como gestor, pois tecnologia mexe ponteiros no business HSM.

Assim sendo, chegou a hora de __HSM Management__ dedicar um Dossiê inteiro a essas novas fronteiras das nossas organizações – e um Dossiê especial, com o dobro do tamanho usual. Contamos com os especialistas da Singularity University Alexandre Nascimento e Ricardo Cavallini explicando, respectivamente, como a inteligência artificial (re)molda a gestão e quais os casos de uso da impressão 3D, mas vamos muito além, discutindo os novos formatos das áreas de pesquisa e desenvolvimento (ou de inovação, se você preferir), o uso que a Vale faz da inteligência artificial, os novos perfis profissionais e, claro, o que fazer com a escassez de talentos especialistas e generalistas para atuar nas novas empresas de tecnologia. Falta uma formação e um letramento em escala, e não nos furtamos a falar desses temas e potenciais soluções aqui. Chamo a atenção em especial para o artigo sobre como questionar dados – todo gestor deveria obrigatoriamente ler.

Esta edição tem outros conteúdos muito ricos, como o que enfatiza a relação entre o setor de franquias e a sigla ESG, que, em inglês, designa as responsabilidades ambientais, sociais e de governança corporativas. Ou como o artigo sobre startup cities – sim, talvez esse seja o passo anterior às smart cities. Ou como o que propõe que a solução para todos os gargalos das cadeias de fornecimento é, justamente, lidar com os gargalos, por meio da famosa teoria das restrições. É o filho do proponente da teoria, Rami Goldratt, que o escreve para nós, com exclusividade. (Se tivesse nascido no Brasil, estou certo de que se chamaria “teoria dos gargalos” – risos.) Enfim, faço o alerta de aprendizado riquíssimo nas próximas páginas.

Artigo publicado na HSM Management nº 158.

Compartilhar:

CEO da HSM e coCEO da SingularityU Brazil. Pós-graduado em finanças, possui MBA com extensão na China, na França e na Inglaterra. Tem mais de 12 anos de experiência no mercado financeiro. É casado com a Marcia e coleciona discos de vinil.

Artigos relacionados

ESG
Conheça as 8 habilidades necessárias para que o profissional sênior esteja em consonância com o conceito de trabalhabilidade

Cris Sabbag

6 min de leitura
ESG
No mundo corporativo, onde a transparência é imperativa, a Washingmania expõe a desconexão entre discurso e prática. Ser autêntico não é mais uma opção, mas uma necessidade estratégica para líderes que desejam prosperar e construir confiança real.

Marcelo Murilo

8 min de leitura
Empreendedorismo
Em um mundo onde as empresas têm mais ferramentas do que nunca para inovar, por que parecem tão frágeis diante da mudança? A resposta pode estar na desconexão entre estratégia, gestão, cultura e inovação — um erro que custa bilhões e mina a capacidade crítica das organizações

Átila Persici

0 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A ascensão da DeepSeek desafia a supremacia dos modelos ocidentais de inteligência artificial, mas seu avanço não representa um triunfo da democratização tecnológica. Embora promova acessibilidade, a IA chinesa segue alinhada aos interesses estratégicos do governo de Pequim, ampliando o debate sobre viés e controle da informação. No cenário global, a disputa entre gigantes como OpenAI, Google e agora a DeepSeek não se trata de ética ou inclusão, mas sim de hegemonia tecnológica. Sem uma governança global eficaz, a IA continuará sendo um instrumento de poder nas mãos de poucos.

Carine Roos

5 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A revolução da Inteligência Artificial está remodelando o mercado de trabalho, impulsionando a necessidade de upskilling e reskilling como estratégias essenciais para a competitividade profissional. Empresas como a SAP já investem pesadamente na requalificação de talentos, enquanto pesquisas indicam que a maioria dos trabalhadores enxerga a IA como uma aliada, não uma ameaça.

Daniel Campos Neto

6 min de leitura
Marketing
Empresas que compreendem essa transformação colhem benefícios significativos, pois os consumidores valorizam tanto a experiência quanto os produtos e serviços oferecidos. A Inteligência Artificial (IA) e a automação desempenham um papel fundamental nesse processo, permitindo a resolução ágil de demandas repetitivas por meio de chatbots e assistentes virtuais, enquanto profissionais se concentram em interações mais complexas e empáticas.

Gustavo Nascimento

4 min de leitura
Empreendedorismo
Pela primeira vez, o LinkedIn ultrapassa o Google e já é o segundo principal canal das empresas brasileiras. E o seu negócio, está pronto para essa nova era da comunicação?

Bruna Lopes de Barros

5 min de leitura
ESG
O etarismo continua sendo um desafio silencioso no ambiente corporativo, afetando tanto profissionais experientes quanto jovens talentos. Mais do que uma questão de idade, essa barreira limita a inovação e prejudica a cultura organizacional. Pesquisas indicam que equipes intergeracionais são mais criativas e produtivas, tornando essencial que empresas invistam na diversidade etária como um ativo estratégico.

Cleide Cavalcante

4 min de leitura
Empreendedorismo
A automação e a inteligência artificial aumentam a eficiência e reduzem a sobrecarga, permitindo que advogados se concentrem em estratégias e no atendimento personalizado. No entanto, competências humanas como julgamento crítico, empatia e ética seguem insubstituíveis.

Cesar Orlando

5 min de leitura
ESG
Em um mundo onde múltiplas gerações coexistem no mercado, a chave para a inovação está na troca entre experiência e renovação. O desafio não é apenas entender as diferenças, mas transformá-las em oportunidades. Ao acolher novas perspectivas e desaprender o que for necessário, criamos ambientes mais criativos, resilientes e preparados para o futuro. Afinal, o sucesso não pertence a uma única geração, mas à soma de todas elas.

Alain S. Levi

6 min de leitura