Uncategorized

Os (outros) drivers da aceleração digital

Diretora de aceleração digital da Sanofi do Brasil. Formada em engenharia eletrônica, conta com mais de 20 anos de experiência na área digital, tendo atuado em companhias nativas digitais como Motorola, Verisign e Amazon, além de ter fundado sua própria startup de tecnologia.

Compartilhar:

Quando falamos em aceleração digital, normalmente pensamos em tecnologia e aplicativos que nos acompanham no dia a dia. Nem sempre damos atenção ao aspecto cultural, aos relacionamentos de apoio, à diversidade – pontos que considero fundamentais quando falamos de inovação.

Dediquei grande parte da minha carreira ao trabalho em gigantes nativas digitais como a Amazon, a Verisign e a Motorola. Acompanhei de perto a chegada dos celulares no Brasil, em 1994, e toda a evolução até os “extremely smart” phones de hoje. E, ao longo do tempo, foi ficando claro que a inovação é fruto de uma nova forma de trabalhar, do cultivo do (intra)empreendedorismo. Uma das maneiras de cultivá-lo foi ter passado os anos de 2006 a 2008 na efervescência de ideias do Vale do Silício, à época como diretora da Verisign. Nesse período tive contato com vários empreendedores de sucesso. 

Esse pessoal me inspirou tanto que fundei minha própria startup, na área financeira, voltada ao mercado de transporte logístico rodoviário. Inovamos, por exemplo, com um cartão pré-pago para nossos clientes, devido a um insight que tivemos sobre a grande desbancarização dos caminhoneiros. 

Os relacionamentos são outro importante ponto para inovar. No meu caso, desde minha prima que me acompanhou no curso de engenharia eletrônica – éramos as únicas mulheres da turma – até chefes icônicas elevaram meus padrões de conduta, como Alessandra Faria, hoje CEO da Axis, e Loredana Mariotto, VP de marketing da Samsung. 

À frente da área de aceleração digital da Sanofi, procuro conectar intraempreendedorismo e esses relacionamentos de apoio para promover a cultura de inovação – isso, dentro de uma companhia que já tem a tradição de investir pesadamente em pesquisa e desenvolvimento. Somente em 2017, a Sanofi investiu € 5,5 bilhões globalmente no desenvolvimento de soluções de saúde. 

Nossa área complementa tudo isso trazendo a perspectiva de pacientes e médicos, pensadas a partir da tecnologia digital, de olho na jornada de saúde das pessoas, em uma estratégia centrada em dados. E trabalhando com metodologia ágil e grupos multidisciplinares, de forma a encurtar processos e ganhar eficiência. Em nove meses de trabalho já lançamos um primeiro MVP e outros quatro serão lançados até o fim do ano.

Por fim, credito o sucesso do nosso trabalho de aceleração digital também ao valor dado à diversidade e à inclusão na companhia. Temos 48% de mulheres na empresa e 41% em posições de liderança. Contamos com vários programas para expandir a diversidade e semear a cultura da inovação, temas que aqui andam lado a lado.

Diante de tudo isso, tenho muito orgulho da equipe de “digital mavericks” (desbravadores do mundo digital) que conseguimos montar, para “contagiar” os colaboradores com a cultura de inovação. Em agosto, a primeira edição do Digitalks, uma sessão de conversa informal com profissionais que são referência nessa área, também contribuiu para o contágio. Está funcionando!

Compartilhar:

Artigos relacionados

Liderança na gestão do mundo híbrido

Este modelo que nasceu da necessidade na pandemia agora impulsiona o engajamento, reduz custos e redefine a gestão. Para líderes, o desafio é alinhar flexibilidade, cultura organizacional e performance em um mercado cada vez mais dinâmico.

Data economy: Como a inteligência estratégica redefine a competitividade no século XXI

Na era digital, os dados emergem como o ativo mais estratégico, capaz de direcionar decisões, impulsionar inovações e assegurar vantagem competitiva. Transformar esse vasto volume de informações em valor concreto exige infraestrutura robusta, segurança aprimorada e governança ética, elementos essenciais para fortalecer a confiança e a sustentabilidade nos negócios.

China

O Legado do Progresso

A celebração dos 120 anos de Deng Xiaoping destaca como suas reformas revolucionaram a China, transformando-a em uma potência global e marcando uma era de crescimento econômico, inovação e avanços sociais sem precedentes.

Liderança
como as virtudes de criatividade e eficiência, adaptabilidade e determinação, além da autorresponsabilidade, sensibilidade, generosidade e vulnerabilidade podem coexistir em um líder?

Lilian Cruz

4 min de leitura
Gestão de Pessoas, Liderança
As novas gerações estão redefinindo o conceito de sucesso no trabalho, priorizando propósito, bem-estar e flexibilidade, enquanto muitas empresas ainda lutam para se adaptar a essa mudança cultural profunda.

Daniel Campos Neto

4 min de leitura
ESG, Empreendedorismo
31/07/2024
O que as empresas podem fazer pelo meio ambiente e para colocar a sustentabilidade no centro da estratégia

Paula Nigro

3 min de leitura
ESG
Exercer a democracia cada vez mais se trata também de se impor na limitação de ideias que não façam sentido para um estado democrático por direito. Precisamos ser mais críticos e tomar cuidado com aquilo que buscamos para nos representar.
3 min de leitura
Empreendedorismo, ESG
01/01/2001
A maior parte do empreendedorismo brasileiro é feito por mulheres pretas e, mesmo assim, o crédito é majoritariamente dado às empresárias brancas. A que se deve essa diferença?
0 min de leitura
ESG, ESG, Diversidade
09/10/2050
Essa semana assistimos (atônitos!) a um CEO de uma empresa de educação postar, publicamente, sua visão sobre as mulheres.

Ana Flavia Martins

2 min de leitura
ESG
Em um mundo onde o lucro não pode mais ser o único objetivo, o Capitalismo Consciente surge como alternativa essencial para equilibrar pessoas, planeta e resultados financeiros.

Anna Luísa Beserra

3 min de leitura
Inteligência Artificial
Marcelo Murilo
Com a saturação de dados na internet e o risco de treinar IAs com informações recicladas, o verdadeiro potencial da inteligência artificial está nos dados internos das empresas. Ao explorar seus próprios registros, as organizações podem gerar insights exclusivos, otimizar operações e criar uma vantagem competitiva sólida.
13 min de leitura