Estratégia e Execução

Para evitar a extinção

A média de vida de uma empresa caiu para 17 anos. a LBS Review explica as razões disso e propõe um “plano de prevenção”

Compartilhar:

Acredite: o tempo médio de vida de uma grande empresa já foi de 90 anos em meados da década de 1920. Nos anos 1950, esse ciclo caiu para 60 anos. E, atualmente, é de apenas 17 anos. Portanto, a pergunta a se fazer é: por que as organizações estão morrendo cada vez mais cedo?

Um estudo do professor Nandu Nandkishore, publicado na London Business School Review, destaca um ciclo de vida comum a grandes empresas, de setores diversos, composto por quatro estágios: 

1.  Empreendedor fundador. É a fase do fundador lendário, que sabe do que precisam as pessoas de sua época.
2.  Globalização. Para avançar a  esse estágio, é preciso paciência, um esforço consistente (mesmo sem retorno imediato) e disciplina.
3.  Competição acirrada. Aqui, ante um menor ritmo de crescimento, muitas empresas partem para o corte de custos – o que pode abrir caminho para novos e inovadores concorrentes. 
4.  Queda. Quando espremer valor de todas as formas não dá mais resultados, a queda é inevitável. 

Além do ciclo, contribuem também para a extinção outros três fatores: um modelo de negócio esgotado, o crescimento do e-commerce em toda parte e a ausência de pessoas empreendedoras e inovadoras dentro das organizações. 

O alarmante, segundo Nandkishore, é que a  maioria das grandes empresas de bens não duráveis de rápido consumo já está no estágio quatro e só tenta evitar que os analistas de mercado percebam o que está acontecendo. 

A única forma de evitar a morte, de acordo com o professor, é adotar as seguintes medidas:  

*  Atrair pessoas empreendedoras e inovadoras imediatamente, fazendo com que a cultura corporativa as acolha.
*  Reestruturar a organização para criar pequenos negócios independentes, voltados a nichos, nos quais novas ideias possam florescer. E é importante proteger essas unidades de interferências. 
*  Impedir que os acionistas recomprem ações, estimulando-os a reinvestir em modelos de negócio inovadores. 
*  Não deixar que os analistas de mercado orientem a estratégia. É preciso, isso sim, fazer a gestão das expectativas dos investidores, “forçando” uma visão de longo prazo. 

Não é fácil realizar mudanças radicais como essas, mas é necessário, publica a LBS Review. As empresas precisam fazer escolhas conscientes, ainda que dolorosas. Mas é fácil imaginar o entusiasmo gerado por inovações que possam criar um sucesso real e duradouro. 

Por isso, as empresas gigantes devem fazer todos os esforços listados acima e abrir caminho para que a transformação genuína aconteça.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Sustentabilidade
O protagonismo feminino se consolidou no movimento com a Carta das Mulheres para a COP30

Luiza Helena Trajano e Fabiana Peroni

5 min de leitura
ESG, Liderança
13 de novembro de 2025
Saiba o que há em comum entre o desengajamento de 79% da força de trabalho e um evento como a COP30

Viviane Mansi - Conselheira de empresas, mentora e professora

3 minutos min de leitura
Inovação & estratégia
12 de novembro de 2025
Modernizar o prazo de validade com o conceito de “best before” é mais do que uma mudança técnica - é um avanço cultural que conecta o Brasil às práticas globais de consumo consciente, combate ao desperdício e construção de uma economia verde.

Lucas Infante - CEO da Food To Save

3 minutos min de leitura
Inovação & estratégia, ESG
11 de novembro de 2025
Com a COP30, o turismo sustentável se consolida como vetor estratégico para o Brasil, unindo tecnologia, impacto social e preservação ambiental em uma nova era de desenvolvimento consciente.

André Veneziani - Vice-Presidente Comercial Brasil & América Latina da C-MORE Sustainability

3 minutos min de leitura
Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
10 de novembro de 2025
A arquitetura de software deixou de ser apenas técnica: hoje, ela é peça-chave para transformar estratégia em inovação real, conectando visão de negócio à entrega de valor com consistência, escalabilidade e impacto.

Diego Souza - Principal Technical Manager no CESAR, Dayvison Chaves - Gerente do Ambiente de Arquitetura e Inovação e Diego Ivo - Gerente Executivo do Hub de Inovação, ambos do BNB

8 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde
7 de novembro de 2025
Investir em bem-estar é estratégico - e mensurável. Com dados, indicadores e integração aos OKRs, empresas transformam cuidado com corpo e mente em performance, retenção e vantagem competitiva.

Luciana Carvalho - CHRO da Blip, e Ricardo Guerra - líder do Wellhub no Brasil

4 minutos min de leitura
Cultura organizacional, Gestão de pessoas & arquitetura de trabalho
6 de novembro de 2025
Incluir é mais do que contratar - é construir trajetórias. Sem estratégia, dados e cultura de cuidado, a inclusão de pessoas com deficiência segue sendo apenas discurso.

Carolina Ignarra - CEO da Talento Incluir

5 minutos min de leitura
Liderança
5 de novembro de 2025
Em um mundo sem mapas claros, o profissional do século 21 não precisa ter todas as respostas - mas sim coragem para sustentar as perguntas certas. Neste artigo, exploramos o surgimento do homo confusus, o novo ser humano do trabalho, e como habilidades como liderança, negociação e comunicação intercultural se tornam condições de sobrevivência em tempos de ambiguidade, sobrecarga informacional e transformações profundas nas relações profissionais.

Angelina Bejgrowicz - Fundadora e CEO da AB – Global Connections

12 minutos min de leitura
Bem-estar & saúde
4 de novembro de 2025
Na era da hiperconexão, encerrar o expediente virou um ato estratégico - porque produtividade sustentável exige pausas, limites e líderes que valorizam o tempo como ativo de saúde mental.

Tatiana Pimenta - Fundadora e CEO da Vittude

3 minutos min de leitura
Liderança
3 de novembro de 2025
Em um mundo cada vez mais automatizado, liderar com empatia, propósito e presença é o diferencial que transforma equipes, fortalece culturas e impulsiona resultados sustentáveis.

Carlos Alberto Matrone - Consultor de Projetos e Autor

7 minutos min de leitura

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #169

TECNOLOGIAS MADE IN BRASIL

Não perdemos todos os bondes; saiba onde, como e por que temos grandes oportunidades de sucesso (se soubermos gerenciar)

Baixe agora mesmo a nossa nova edição!

Dossiê #169

TECNOLOGIAS MADE IN BRASIL

Não perdemos todos os bondes; saiba onde, como e por que temos grandes oportunidades de sucesso (se soubermos gerenciar)