Liderança, times e cultura, Liderança

Para onde caminha a liderança?

O ambiente pede um estilo de liderança novo e corajoso
Rubens Pimentel é CEO da Trajeto Desenvolvimento Empresarial e já treinou mais de 32 mil executivos e profissionais.

Compartilhar:

Apesar das transformações em curso, muitos líderes permanecem presos a estruturas hierárquicas rígidas e verticais, que alimentam conflitos e desviam energia, em vez de impulsionar o progresso das empresas.

É comum observar líderes que exercem seu poder de forma unilateral, ditando prioridades e controlando o tempo de seus subordinados, muitas vezes recorrendo à persuasão baseada em ameaças veladas de estagnação na carreira ou mesmo demissão. No entanto, tais táticas estão se tornando menos eficazes, especialmente entre as novas gerações de profissionais.

É crucial ressaltar que não devemos nos apegar exclusivamente aos modelos das startups ou gigantes como Google e Facebook, pois também enfrentam desafios internos. E nas empresas tradicionais, a liderança muitas vezes carece de formação adequada e reage à pressão com métodos ultrapassados de comando e controle.

A solução reside na capacitação de líderes que saibam como conduzir equipes em direção a resultados sustentáveis, mantendo um equilíbrio saudável entre as necessidades das pessoas e as demandas do trabalho. Recomendamos a leitura do livro “Sem Esforço”, de Greg McKeown, como ponto de partida para esse processo. Ele oferece insights valiosos sobre como liderar equipes em uma realidade fluida, que demanda flexibilidade em vez de estruturas rígidas.

Estamos falando de uma transição da liderança baseada em comando e controle para um modelo mais descentralizado, onde os projetos são conduzidos por meio de tomadas de decisão distribuídas e responsabilidades compartilhadas. As melhores práticas para essa abordagem estão disponíveis em livros de gestão e programas de treinamento de liderança, que oferecem ferramentas, protocolos e processos de comunicação eficazes para integrar equipes, valorizar os colaboradores e promover uma cultura de trabalho fluida e colaborativa.

Por exemplo, um diretor de operações pode liderar um projeto na fábrica e ter sob sua liderança profissionais de outras áreas, como RH, finanças e vendas, que são alocados temporariamente para contribuir com suas habilidades específicas.

Essa mudança de mentalidade requer uma transição do papel de comandante de pessoas para o de estrategista responsável por conduzir projetos e alcançar resultados. Os profissionais dentro das organizações devem ser encarados como fontes de experiência e conhecimento, prontos para serem alocados nos projetos mais relevantes e prioritários.

O mundo empresarial está clamando por essa mudança. As estruturas tradicionais estão sendo desafiadas a se adaptarem a essa nova realidade. Aqueles que resistirem à mudança estão fadados a se tornarem obsoletos em um ambiente que está em constante evolução.

Pense nisso com carinho!

Compartilhar:

Rubens Pimentel é CEO da Trajeto Desenvolvimento Empresarial e já treinou mais de 32 mil executivos e profissionais.

Artigos relacionados

Inovação

Living Intelligence: A nova espécie de colaborador

Estamos entrando na era da Inteligência Viva: sistemas que aprendem, evoluem e tomam decisões como um organismo autônomo. Eles já estão reescrevendo as regras da logística, da medicina e até da criatividade. A pergunta que nenhuma empresa pode ignorar: como liderar equipes quando metade delas não é feita de pessoas?

Liderar GenZ’s: As relações de trabalho estão mudando…

Mais da metade dos jovens trabalhadores já não acredita no valor de um diploma universitário — e esse é só o começo da revolução que está transformando o mercado de trabalho. Com uma relação pragmática com o emprego, a Geração Z encara o trabalho como negócio, não como projeto de vida, desafiando estruturas hierárquicas e modelos de carreira tradicionais. A pergunta que fica: as empresas estão prontas para se adaptar, ou insistirão em um sistema que não conversa mais com a principal força de trabalho do futuro?

ESG
Em um mundo de conhecimento volátil, os extreme learners surgem como protagonistas: autodidatas que transformam aprendizado contínuo em vantagem competitiva, combinando autonomia, mentalidade de crescimento e adaptação ágil às mudanças do mercado

Cris Sabbag

7 min de leitura
Gestão de Pessoas
Geração Beta, conflitos ou sistema defasado? O verdadeiro choque não está entre gerações, mas entre um modelo de trabalho do século XX e profissionais do século XXI que exigem propósito, diversidade e adaptação urgent

Rafael Bertoni

0 min de leitura
Empreendedorismo
88% dos profissionais confiam mais em líderes que interagem (Edelman), mas 53% abandonam perfis que não respondem. No LinkedIn, conteúdo sem engajamento é prato frio - mesmo com 1 bilhão de usuários à mesa

Bruna Lopes de Barros

0 min de leitura
ESG
Mais que cumprir cotas, o desafio em 2025 é combater o capacitismo e criar trajetórias reais de carreira para pessoas com deficiência – apenas 0,1% ocupam cargos de liderança, enquanto 63% nunca foram promovidos, revelando a urgência de ações estratégicas além da contratação

Carolina Ignarra

4 min de leitura
Tecnologias exponenciais
O SXSW revelou o maior erro na discussão sobre IA: focar nos grãos de poeira (medos e detalhes técnicos) em vez do horizonte (humanização e estratégia integrada). O futuro exige telescópios, não lupas – empresas que enxergarem a IA como amplificadora (não substituta) da experiência humana liderarão a disrupção

Fernanda Nascimento

5 min de leitura
Liderança
Liderar é mais do que inspirar pelo exemplo: é sobre comunicação clara, decisões assertivas e desenvolvimento de talentos para construir equipes produtivas e alinhada

Rubens Pimentel

4 min de leitura
ESG
A saúde mental no ambiente corporativo é essencial para a produtividade e o bem-estar dos colaboradores, exigindo ações como conscientização, apoio psicológico e promoção de um ambiente de trabalho saudável e inclusivo.

Nayara Teixeira

7 min de leitura
Empreendedorismo
Selecionar startups vai além do pitch: maturidade, fit com o hub e impacto ESG são critérios-chave para construir ecossistemas de inovação que gerem valor real

Guilherme Lopes e Sofia Szenczi

9 min de leitura
Empreendedorismo
Processos Inteligentes impulsionam eficiência, inovação e crescimento sustentável; descubra como empresas podem liderar na era da hiperautomação.

Tiago Amor

6 min de leitura
Empreendedorismo
Esse ponto sensível não atinge somente grandes corporações; com o surgimento de novas ferramentas de tecnologias, a falta de profissionais qualificados e preparados alcança também as pequenas e médias empresas, ou seja, o ecossistema de empreendedorismo no país

Hilton Menezes

5 min de leitura