Gestão de Pessoas

Paralelismo: a chave do sucesso

O ser humano, em geral, não consegue atuar em duas tarefas que demandam atenção ao mesmo tempo. Por isso, a organização dos processos é essencial
Escritor, polímata e futurista, Gabriel Tessarini é especializado em Inovação com MBA em Business Innovation e Bacharel em Sistemas de Informação pela FIAP, e Extensão em Criatividade e Disrupção pela PUCRS. Imerso em ecossistemas de startups e organizações inovadoras, trabalha e respira o modelo do Duplo Diamante, passando desde o discovery e a ideação até o gerenciamento de testes e implementação de produtos e processos digitais. É mentor e produtor de conteúdo, profissional T-Shaped e um constante “aprendedor”. Fã de ensino, de poesia e empreendedorismo social, busca auxiliar na sociedade que deseja e precisa ser cada vez melhor.

Compartilhar:

Muitas vezes, ao buscar aumentar a eficiência ou economizar tempo para atingir os prazos de um projeto, uma pessoa tenta trabalhar em duas atividades paralelamente. Agindo dessa forma, porém, o efeito tende a ser nulo ou até negativo.

Isso ocorre pois nenhuma das atividades realizadas foi feita com a atenção necessária. A distribuição de empenho simultâneo acaba sendo falha.

Acontece quando uma mesma pessoa se divide em tarefas ao mesmo tempo. Mas, felizmente, não ocorre quando diferentes indivíduos se debruçam sobre o mesmo projeto.

Se ele depende da conclusão de duas ou mais tarefas distintas para ser bem-sucedido (caso elas não sejam inteiramente dependentes uma da outra), é possível usar o paralelismo para concluir essas tarefas ao mesmo tempo. Logo, o projeto fica pronto mais rápido.

No paralelismo em trabalhos em equipe, cada pessoa do time fica responsável pela atenção a uma única tarefa de cada vez. É um modelo organizado para que todos os membros cumpram suas funções de forma simultânea.

É dividir tarefas de maneira inteligente. O bom e velho “matar dois coelhos com uma cajadada só” – com todo o respeito aos coelhinhos metafóricos.

Se cada um dos integrantes da equipe trabalha paralelamente aos outros, é possível realizar mais tarefas ao mesmo tempo e com a devida atenção. Ou seja, isso aumenta o ritmo e a quantidade de entregas de forma muito mais ágil, barata e com maior qualidade em cada uma. Da mesma forma, reduz o tempo total que seria necessário, o que permite dar início a outros projetos.

Contudo, um detalhe importante. Esse processo só pode dar realmente certo se tiver um bom gerenciamento e técnicas otimizadas para lidar com as pessoas e os cronogramas.

## A substituição do modelo “cascata”
O modelo “cascata” foi muito usado no início da gestão de desenvolvimento de softwares e em várias áreas de engenharia por sua organização em fases lineares e trabalhos sequenciais. Nesse modelo, uma tarefa ou uma parte do processo só pode ser iniciada após a etapa anterior ser finalizada corretamente, e assim por diante, uma após a outra.

Ele não é necessariamente ruim, porém, atualmente, já não é mais útil ou produtivo para muitos dos setores no mercado. O cascata foi substituído por uma gama maior de metodologias ágeis que permitem trabalhos menos engessados e mais flexíveis.

Há filosofias, estruturas de trabalho e modelos de agilidade que visam a economia de tempo e custos e o aumento contínuo da qualidade. Esses benefícios podem ser experimentados implementando métodos como PMBOK, scrum, safe (Scaled Agile Framework), extreme programming (XP), lean, kanban e várias outras abordagens que podem se adaptar melhor para cada empresa.

O mundo corporativo de hoje tem mais recursos tecnológicos e capital humano do que antes. Da mesma forma, as organizações têm cada vez mais concorrentes no mercado. Por isso, esses recursos não podem ser gastos à toa, nem deixados ociosos. Seu uso e gerenciamento precisam ser otimizados em cada projeto.

## Organização de tarefas
O ritmo frenético de demandas, mudanças tecnológicas, econômicas e o surgimento de novos players obriga as empresas e cada uma de suas equipes a ter as tarefas e processos mais bem desenhados para permitir que não haja ninguém ocioso. Com igual, ou maior, importância que o andamento dos projetos em si, as pessoas envolvidas também devem ser devidamente gerenciadas e apoiadas. Nessas correrias do dia a dia, a divisão e a delegação de responsabilidades precisam ser feitas de forma sensata e humanizada para não sobrecarregar, estressar nem esgotar as pessoas.

Obviamente há determinados processos, indivíduos e equipes que precisam aguardar até que determinado material seja entregue por outros envolvidos para que os trabalhos possam ser continuados corretamente. Contudo, isso deve ser apenas uma pequena parte de um projeto muito maior que permita que ocorram trabalhos paralelos, o que deve ser devidamente identificado e explicado pelos gestores.

Cabe aos líderes da organização e das equipes mapear quais são os processos, as pessoas envolvidas, os potenciais gargalos e a amplitude de tarefas e entregas esperadas para o momento mais urgente. E também para os próximos momentos.

Quando essa identificação está completa e correta, é possível distribuir adequadamente tudo o que precisa ser feito no cronograma do projeto. Dessa forma, os times podem saber quais são as tarefas que eles têm de priorizar no momento e quais as outras a que deverão se dedicar mais tarde. Com isso, às vezes é possível adiantar alguns processos, eliminando a ociosidade.

Lidar com o paralelismo aplicado às tarefas feitas por pessoas ou equipes distintas, assim como o paralelismo do mapeamento da lista de entregas desejadas agora (ou no futuro próximo) pode colaborar no sucesso do projeto. Garante que uma quantidade maior de tarefas será desenvolvida no mesmo período, aumenta a vazão dos processos e as entregas com qualidade. E, ainda, no menor prazo.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Tecendo caminhos de Baku para Belém

Entre nós e o futuro desejado, está a habilidade de tecer cada nó de um intricado tapete que une regeneração, adaptação e compromisso climático — uma jornada que vai de Baku a Belém, com a Amazônia como palco central de um novo sistema econômico sustentável.

Liderança
como as virtudes de criatividade e eficiência, adaptabilidade e determinação, além da autorresponsabilidade, sensibilidade, generosidade e vulnerabilidade podem coexistir em um líder?

Lilian Cruz

4 min de leitura
Gestão de Pessoas, Liderança
As novas gerações estão redefinindo o conceito de sucesso no trabalho, priorizando propósito, bem-estar e flexibilidade, enquanto muitas empresas ainda lutam para se adaptar a essa mudança cultural profunda.

Daniel Campos Neto

4 min de leitura
ESG, Empreendedorismo
31/07/2024
O que as empresas podem fazer pelo meio ambiente e para colocar a sustentabilidade no centro da estratégia

Paula Nigro

3 min de leitura
ESG
Exercer a democracia cada vez mais se trata também de se impor na limitação de ideias que não façam sentido para um estado democrático por direito. Precisamos ser mais críticos e tomar cuidado com aquilo que buscamos para nos representar.
3 min de leitura
Empreendedorismo, ESG
01/01/2001
A maior parte do empreendedorismo brasileiro é feito por mulheres pretas e, mesmo assim, o crédito é majoritariamente dado às empresárias brancas. A que se deve essa diferença?
0 min de leitura
ESG, ESG, Diversidade
09/10/2050
Essa semana assistimos (atônitos!) a um CEO de uma empresa de educação postar, publicamente, sua visão sobre as mulheres.

Ana Flavia Martins

2 min de leitura
ESG
Em um mundo onde o lucro não pode mais ser o único objetivo, o Capitalismo Consciente surge como alternativa essencial para equilibrar pessoas, planeta e resultados financeiros.

Anna Luísa Beserra

3 min de leitura
Inteligência Artificial
Marcelo Murilo
Com a saturação de dados na internet e o risco de treinar IAs com informações recicladas, o verdadeiro potencial da inteligência artificial está nos dados internos das empresas. Ao explorar seus próprios registros, as organizações podem gerar insights exclusivos, otimizar operações e criar uma vantagem competitiva sólida.
13 min de leitura