Maria se joga no sofá exausta depois de um dia sentada na frente do computador fazendo trabalho mental. E ela se sente culpada – se estivesse carregando tijolo, ainda vá lá. Mas se cansar sentada? Ela sente culpa.
Não devia. Estudo publicado em agosto último na *Current Biology*, liderado por Antonius Wiehler e outros pesquisadores do Institute du Cerveau, de Paris, relaciona pela primeira vez essa fadiga com o neurometabolismo. Foi feito um experimento em que os participantes que ficavam seis horas ou mais sentados na cadeira apresentavam níveis mais altos de glutamato, uma importante molécula sinalizadora do cérebro.
Não é só isso. No final de seu dia de trabalho, esses participantes também eram mais propensos a optar por recompensas financeiras de curto prazo e de menor valor, facilmente conquistadas, em vez de recompensas maiores que vêm após uma espera mais longa ou que envolvem mais esforço.
Estudos anteriores já haviam mostrado que o trabalho mental provocava variação perceptível dos batimentos cardíacos e do fluxo sanguíneo, o que também cansa. Não é como o exercício físico, mas é um tipo de exercício. Agora, Wiehler quer se dedicar a maneiras de equilibrar o glutamato mais facilmente, como o sono e outras.
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Artigo publicado na __HSM Management__ nº 154